Nabu

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Tudo estava passando rápido, o vórtice de pura energia negra, as risadas esganiçadas dos três feiticeiros do círculo negro restantes, as fadas gritando por ajuda, Nabu correndo para perto da fresta, Aisha gritava por ele, ele gritava de dor, e logo, todos gritavam por ele. A chuva cortando os clamores como canivete, o vórtice se fechou e a terra se acalmou.

Logo após veio o silêncio. Aisha correu, Nabu se calou. Todos encaravam a cena que se seguiu, a morte de Nabu e sua quase ressureição. O sorriso maligno e sem remorso de Ogron. As últimas palavras do feiticeiro, o último suspiro de um herói.

A ressurreição de uma bela flor e a morte de um velho amigo.

Com um pulo o especialista loiro acordou, estava ensopado de suor, os batimentos estavam acelerados e sua respiração irregular. Aquele já estava sendo um pesadelo recorrente para Sky, e ele tinha quase certeza que para seus amigos também.

Nabu havia morrido já fazia duas semanas, e há uma semana não viam suas namoradas, ambos precisavam de um tempo sozinhos, e as meninas precisavam apoiar sua amiga. Desde aquele dia algumas coisas haviam mudado, poucas na verdade, mas significativas. Riven havia voltado a não conseguir controlar sua raiva, e a ausência constante de uma sexta pessoa no apartamento incomodava todos os garotos. O clima estava estranho, eles estavam tentando voltar a sua rotina, em Fonte Rubra Codatorta havia comentado sobre esse sentimento, o sentimento de perda de companheiros, um sentimento que se aqueles garotos tivessem sorte, não precisariam se familiarizar ou experimentar. Mas nem todas as aulas do mundo poderiam preparar eles para aquilo, ainda mais quando o luto vinha acompanhado de culpa por não ter conseguido fazer nada.

Mas então, a porta do quarto abriu.

—Sky?

—Bom dia Timmy

O garoto de óculos sorriu da porta, e a abriu ainda mais, adentrando o quarto para abrir as cortinas e deixar a luz invadir o ambiente.

O que Sky não gostou.

—O que você tá fazendo? Não trabalho hoje, posso dormir — Falou o príncipe herdeiro jogando-se na cama novamente.

—Qual é Sky, levanta, tenho uma coisa pra contar pra você e para os outros — Sky o ignorou e jogou a coberta por cima de seu rosto tentando tapar a luz, provocando uma careta em Timmy — É sobre o Nabu.


Os Especialistas estavam reunidos na sala, ainda de pijamas. Riven estava com o cabelo completamente bagunçado e com sua típica carranca, Brandon estava escovando os dentes em cima do sofá quase que pegando no sono, tirando Timmy, Hélia e Sky eram os mais acordados e dispostos a estarem ali, e todos olhavam para o ruivo que estava procurando algo entre os inúmeros hologramas que eram projetados por seu telefone.

—Aqui, achei — Exclamou empolgado o chefe de táticas e estratégia da equipe.

Brandon, que já estava cochilando, acabou cuspindo sua escova de dente com o susto, sujando todo seu abdômen de pasta.

—Hã? O que? Tô acordado, tô acordado — Falou o moreno sonolento.

—Essa é a solução pessoal — Os olhos de Timmy brilhavam — Amigos, lhes apresento a flor do dragão.

Os garotos se entreolharam e voltaram a encarar Timmy, confusos.

—Lembram-se da história do grande dragão de fogo que criou todo o universo mágico? — Todos assentiram principalmente Sky, considerando que sua namorada era quem controlava aquele poder, é claro que ele tinha que saber — Então, esta flor nasceu de uma pequena parte do poder daquele dragão, segundo lendas e mitos, tem uma alta concentração de poder positivo, sendo cultivada e alimentada com o imenso poder do bem das fadas.

(Re)LembrarOnde histórias criam vida. Descubra agora