We'll do this together

Apenas alguns dramas comuns de Ensino Médio

Antes que Sirius e James  percebessem, o primeiro dia de aula estava em sua porta.

Sirius estava, mais uma vez, na casa dos Potters. Surpreendentemente, entretanto, dessa vez com a permissão de Orion e Walburga. Se por algum milagroso bom humor ou por ansiedade para se verem livres do filho mais velho, ele não sabia. O que ele sabia é que dormiria na casa do melhor amigo, como tantas vezes antes, mas com uma diferença gritante na manhã seguinte: eles teriam que acordar cedo e ir para a escola.

Naquele dia, como fora algo planejado sua estadia na casa do amigo, eles chegaram a arrumar um colchão ao lado da cama de James para Sirius dormir. Eram 10 horas e 15 minutos, e, para que não ficassem com sono no dia seguinte, já estavam ambos arrumando-se para deitar.

James, por fim, colocou a camisa do pijama, e Sirius deu o seu melhor para não esboçar reação ao visualizar um hematoma roxo no abdômen do amigo. 

Ver os sintomas do câncer e também os efeitos do tratamento nele honestamente acabavam com ele. Porém sentia que seria egoísmo demonstrar aquilo a Prongs. Percebia como o comportamento preocupado da família do de óculos fazia-lhe sentir-se desconfortável. 

Sabia também que James não queria que ninguém da escola soubesse (bem, os funcionários saberem era inevitável, porque precisaram ser avisados, mas os alunos). Todavia, não tinha certeza se daria certo.

Se a mente do Potter trilhava por um caminho semelhante, ele decidiu não demonstrar, ao invés disso, a medida que puxava a coberta vermelha-escarlate para deitar, perguntou:

— Ei, Pads, por que você disse para o Moony que não gostava dele?

Sirius foi pego de surpresa: ele nem mesmo estava ciente de que James sabia sobre aquilo. 

— Ele te contou, foi?

— Aham.

Padfoot não olhou o amigo nos olhos ao responder:

— Bem, porque não gosto dele.

— Ah, mas gosta sim — contrapôs Prongs, revirando os olhos.

Sirius sentou-se para poder melhor encará-lo ao responder com desdém:

— E agora você sabe mais de quem eu gosto do que eu mesmo?

James respondeu sem nem mesmo hesitar:

— Talvez, tá! Eu te conheço e não é de hoje. Sei perceber quando você está gostando de alguém, e está gostando do Remus agora.

Sirius subitamente se pôs em silêncio, desviando os olhos com constrangimento. Aquilo, dentre todas as coisas, o denunciou, sendo a confirmação final que James precisava.

— Você gosta dele. Dá para ver. Então por que disse que não gostava? — James inquiriu com reprovação.

— Eu... Eu não tô pronto, ok? A gente teria que namorar escondido por causa da minha família. Ele merece mais. Não merece ser um segredo.

James o observou, agora com entedimento. Complacente, ele disse:

— Mas Sirius, tenho certeza que ele entederia...

— Mas eu não quero submeter ele a isso, ok? E também não quero falar sobre. Por favor.

James, olhando para baixo na direção em que seu amigo estava deitado, se deparou com olhos suplicantes. Por fim, o Potter suspirou e cedeu.

— Ok.

E, na intenção de dar o assunto como encerrado, Sirius emendou:

— Boa noite, Prongs.