Capítulo 01

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— Ah, merda, que tal nós esquecermos isso? — Não era preciso palavras para saber a resposta, a tal estava explicitamente estampada no semblante sério de suas amigas. — Não me olhem assim, garotas, é melhor não. 

— Nem pensar em desistir agora, senhorita Mabel, nós não planejamos isso durante duas semanas para você amarelar na hora! — Bradou a mais baixa entre as três, de estética asiática e óculos. 

— É, não pode amarelar! — Reforçou a de porte maior, com sua habitual e estranha voz grave, rouca como se tivesse gritado horrores em um show no dia anterior.

— Mas... Mas... — Tentou refutar, falhando miseravelmente, enquanto os seus olhos castanhos desviavam desesperadamente para os lados.

— Mabel, vai logo, daqui a pouco só terá nós três aqui e ele vai achar estranho! — Seu tom brando mostrava que se tratava de uma fala alta, mesmo que ela estivesse se segurando para não o fazer de fato.

— Chega de tanto mimimi, minha agenda é cheia e o Marius está me esperando para comermos juntos. — Martelou Grenda, agarrando os ombro da amiga, ficando por trás de si e a levando — aos empurrões — até onde ela deveria estar, enquanto o último aluno deixava a sala de aula. — Cadê a sua empolgação? Sua confiança? Cadê a Mabel que me incentivou para me declarar para o Marius?!

E foram estas palavras que trouxeram de volta, mesmo que parcialmente, a coragem louca que habitava na jovem de cabelos marrões. 

— Vocês estão certas, não posso deixar o medo me impedir, mesmo que seja uma loucura o que eu esteja prestes a fazer. — Mordeu o lábio inferior em nervosismo. — Ele mesmo nos ensinou isso. — Então ergueu o rosto, olhando na direção do homem loiro sentado à mesa principal da sala.

Bill Cipher, o seu professor gato do curso de artes na Universidade Gravity Falls, um verdadeiro prodígio que, ao 20 anos, começou cedo a sua carreira de ensino, sendo um dos melhores docentes da instituição. Mas não era apenas a sua sabedoria tamanha que chamava atenção, como também o seu jeito excêntrico de ensinar, se comunicar com os alunos, e até mesmo o jeito prepotente de se achar superior; e ainda assim ser um dos mais queridos. O último aspecto chamativo que o homem portava, sendo um que chama, principalmente, a atenção dos jovens que sentiam atração pelo sexo masculino, era a sua beleza exótica e digna de um deus grego. 

Já estava no quinto semestre do curso, desde o primeiro ano ele se apresentou como o professor da sua classe, mas fora há alguns meses que este começou a atiçar os seus instintos primitivos. Pelos céus, quando, realmente, começou a se sentir atraída pelo seu professor? Será que a melhor opção não seria consultar um psicólogo?

Bom, independente de qual opção era a mais sensata, já não tinha mais como voltar atrás, ainda mais depois de ouvir as comemorações discretas de suas melhores amigas. Sentiu o aperto em seus ombros afrouxar, e em um inspirar profundo, ela estufou o peito, apertou a folha em suas mãos, e se aproximou da mesa. Agora estava no campo de batalha.

— Com licença, professor. — Chamou com a sua típica voz adocicada, atraindo a atenção do olho amarelo que fazia todo o seu corpo estremecer sem qualquer motivo aparente.

— Ora, Estrelinha — E lá já vinha ele com a sua costumeira mania de apelidar os seu alunos. O loiro passou a chamar ela assim desde o primeiro dia de aula no primeiro ano, quando ela acordou atrasada e, às pressas, pegou a primeira blusa que lhe apareceu; o seu velho sueter de estrela cadente. —, algum problema?

— Hã, um pouco sim. — Apertou ainda mais a folha com os dedos, com certeza a amassando, em uma tentativa ingênua de afastar a vergonha do que pretendia fazer.

My Teacher, My SinOnde histórias criam vida. Descubra agora