— Ah, merda, que tal nós esquecermos isso? — Não era preciso palavras para saber a resposta, a tal estava explicitamente estampada no semblante sério de suas amigas. — Não me olhem assim, garotas, é melhor não.
— Nem pensar em desistir agora, senhorita Mabel, nós não planejamos isso durante duas semanas para você amarelar na hora! — Bradou a mais baixa entre as três, de estética asiática e óculos.
— É, não pode amarelar! — Reforçou a de porte maior, com sua habitual e estranha voz grave, rouca como se tivesse gritado horrores em um show no dia anterior.
— Mas... Mas... — Tentou refutar, falhando miseravelmente, enquanto os seus olhos castanhos desviavam desesperadamente para os lados.
— Mabel, vai logo, daqui a pouco só terá nós três aqui e ele vai achar estranho! — Seu tom brando mostrava que se tratava de uma fala alta, mesmo que ela estivesse se segurando para não o fazer de fato.
— Chega de tanto mimimi, minha agenda é cheia e o Marius está me esperando para comermos juntos. — Martelou Grenda, agarrando os ombro da amiga, ficando por trás de si e a levando — aos empurrões — até onde ela deveria estar, enquanto o último aluno deixava a sala de aula. — Cadê a sua empolgação? Sua confiança? Cadê a Mabel que me incentivou para me declarar para o Marius?!
E foram estas palavras que trouxeram de volta, mesmo que parcialmente, a coragem louca que habitava na jovem de cabelos marrões.
— Vocês estão certas, não posso deixar o medo me impedir, mesmo que seja uma loucura o que eu esteja prestes a fazer. — Mordeu o lábio inferior em nervosismo. — Ele mesmo nos ensinou isso. — Então ergueu o rosto, olhando na direção do homem loiro sentado à mesa principal da sala.
Bill Cipher, o seu professor gato do curso de artes na Universidade Gravity Falls, um verdadeiro prodígio que, ao 20 anos, começou cedo a sua carreira de ensino, sendo um dos melhores docentes da instituição. Mas não era apenas a sua sabedoria tamanha que chamava atenção, como também o seu jeito excêntrico de ensinar, se comunicar com os alunos, e até mesmo o jeito prepotente de se achar superior; e ainda assim ser um dos mais queridos. O último aspecto chamativo que o homem portava, sendo um que chama, principalmente, a atenção dos jovens que sentiam atração pelo sexo masculino, era a sua beleza exótica e digna de um deus grego.
Já estava no quinto semestre do curso, desde o primeiro ano ele se apresentou como o professor da sua classe, mas fora há alguns meses que este começou a atiçar os seus instintos primitivos. Pelos céus, quando, realmente, começou a se sentir atraída pelo seu professor? Será que a melhor opção não seria consultar um psicólogo?
Bom, independente de qual opção era a mais sensata, já não tinha mais como voltar atrás, ainda mais depois de ouvir as comemorações discretas de suas melhores amigas. Sentiu o aperto em seus ombros afrouxar, e em um inspirar profundo, ela estufou o peito, apertou a folha em suas mãos, e se aproximou da mesa. Agora estava no campo de batalha.
— Com licença, professor. — Chamou com a sua típica voz adocicada, atraindo a atenção do olho amarelo que fazia todo o seu corpo estremecer sem qualquer motivo aparente.
— Ora, Estrelinha — E lá já vinha ele com a sua costumeira mania de apelidar os seu alunos. O loiro passou a chamar ela assim desde o primeiro dia de aula no primeiro ano, quando ela acordou atrasada e, às pressas, pegou a primeira blusa que lhe apareceu; o seu velho sueter de estrela cadente. —, algum problema?
— Hã, um pouco sim. — Apertou ainda mais a folha com os dedos, com certeza a amassando, em uma tentativa ingênua de afastar a vergonha do que pretendia fazer.
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My Teacher, My Sin
Fanfic"Qual foi a maior loucura que você já cometeu em sua vida?" Esta fora uma pergunta feita pelo meu professor do curso de Artes da faculdade, através de uma atividade dinâmica sobre autenticidade, logo na nossa primeira semana de aula. Naquele dia, e...