Processada pelo meu Ídolo (+16)

Porcentagem

Parecia que eu estava vivendo um sonho, algo inacreditável e maravilhoso, mas nem tudo dura para sempre.

Despertei ainda na cama, Cavill estava ao meu lado mas virado de costas, não quis o acordar e deslize para fora do colchão bem devagar, catando minhas roupas pelo quarto e indo para a sala do mesmo, Kal passa perto se mim pulando e me derruba no chão. O baque foi forte mas não grave, comecei a rir com ele me lambendo e cheirando, mas empurrei seu focinho.

- Não, garoto. Vai lá ver seu dono. - Ele me olha com seus grandes olhos negros e sai correndo a procura do Henry.

Peguei minha bolsa e meu celular, o mesmo começou a tocar e atendi na hora.

- EDUARDA AONDE VOCÊ ESTÁ? - Pedro gritava no telefone comigo.

- Aonde você está? - Devolvi a pergunta enquanto saia da casa do Henry, passando pela porta já completamente vestida e andando pela calçada.

- Estou no prédio com os advogados, aguardando você e o senhor Cavill.

Merda!

- Já tô chegando. - Desliguei a ligação e procurei por algum carro de aplicativo.

Não tinha tempo para enrolar e nem paro para pensar que devia ter ido acordar o Henry para irmos, melhor ninguém saber que estamos juntos, quer dizer. Que ficamos juntos. Não temos nada e eu sabia disso.
Chego no prédio de advocacia, entrando e correndo para o banheiro público, me olho no espelho e ajeito meus cabelos prendendo em um coque, coloco um chiclete de hortelã na boca e olho minha roupa.

Puta merda! Eu estava com a camisa do Cavill e não a minha, nem sabia aonde ela tinha ido parar, mas estava vestida, isso era o que importava. Puxo as mangas até os cotovelos, sai tão apressada que não reparei na roupa. Lavo o meu rosto e corro para a sala da reunião, sendo acompanhada por um secretário e logo dou de cara com o Pedro, ele estava bem bravo e sentado em na mesma cadeira que o dia anterior.

- Bom dia. - Cumprimento os advogados e me sento também.

- Aonde estava? - Ouço o Pedro sussurrar e eu dava de ombros, não dando atenção a conversa com Ele.

- Agora só falta meu cliente, mas acredito que possamos da caminho a nossa conversa. - Um dos advogados do Cavill diz.

Logo ele entra em um debate com o Pedro, enquanto eu tento me manter atenta, esperava que o Henry fosse aparecer e dizer que havia mudado de ideia, eu torcia para que ele retire essa ação contra mim.

- Bom, como já dissemos não há como mudar as publicações que já foram feitas, mas a minha cliente pode divulgar uma mensagem de desculpas a mídia e que as próximas edições já possam haver a mudança.

- Acredito que ao menos 60% dos lucros dessas primeiras publicações possam ser enviadas ao meu cliente. - Diz o advogado e eu erguia a cabeça olhando a ele totalmente indignada.

- SESSENTA POR CENTO? - Praticamente grito em português e o Pedro põe uma mão em meu ombro, eu respiro fundo. - Não, obviamente que não. Eu não concordo!

- Calma, Eduarda. - Pedro tira sua mão de meu ombro e coloca em minha mão encima da minha na mesa, ele me dava um sorriso e eu respiro fundo e confirmo com a cabeça.

- Bom dia, desculpem o atraso. - Cavill enfim aparece, ele entra na sala de reunião e se senta em uma cadeira.

Noto o seu olhar em direção a minha mão com a do Pedro, eu puxo a minha mão rapidamente por reflexo.

Os advogados o informam do que estava sendo discutido e eu erguia meu olhar para ele, como ele podia fazer aquilo? 60% iria acabar com tudo o que eu tenho lutado, era meu trabalho, meus livros. Ele não podia e nem havia necessidade disso.

- Diz a eles, Henry. Por favor! - Imploro o olhando.

- Podemos aceitar 30%, é uma quantia.

O que? Ele me disse ontem que iria retirar o processo.

Solto a mão do Pedro e olho furiosa para o Henry, me levantando.

- Você disse que iria retirar o processo!

- Eu mudei de ideia. - Ele fala e Noto algo em seu olhar, alguma raiva.

- Mudou de ideia sobre ter me comido ontem? - Rosno batendo as mãos na mesa.

Mas assim que eu digo e vejo os advogados dele e Pedro se assustando, eu queria ter retirado o que disse.

- Merda.  - Pego minha bolsa e saia da sala, ouço o Cavill atrás de mim mas apressou os passos.

- Eduarda!

- VAI SE FUDER! - Grito e entro no elevador, as portas se fecham e eu começo a chorar.

COMO eu era estúpida!
Iria perder minha carreira de escritora, mas além disso eu havia perdido a dignidade. Os advogados iriam espalhar o quão baixo eu era. Eu dormi com ele e agora todos iriam achar que eu tinha feito isso apenas para evitar o processo.
Que burra!
Chamo um uber pelo aplicativo enquanto o elevador desce. Quando as portas metálicas se abrem, eu saio correndo e atravesso o saguão do prédio, assim que piso na rua já entrando no uber e pedindo para me levar ao hotel.

No hotel eu me tranco no quarto e desligo meu telefone, choro de vergonha e ódio até adormecer, mas sou despertada por barulhos na porta.

- VAI EMBORA PEDRO! - Grito com todas as forças, mas ele continua a bater na porta.

- Eduarda! Abra por favor. - Ele grita de volta.

Me levanto e abro a porta, e o vejo sorrindo.

- Porque está sorrindo? O que aconteceu? - Meu coração fica querendo sair pela boca.

O advogado escolhido pela minha irmã, entra no quarto e abre o mine frigobar e começa a comemorar ao abrir duas garrafinhas de bebida e me entrega uma.

- Consegui fechar em 5% por uso indevido de imagem alheia. - Ele me diz.

Cinco por cento. Eu esperava que ele tivesse tirado, havia uma esperança de que Henry Cavill fosse ter compaixão, mas pelo visto eu só fui mais uma em sua cama e só uma garota estúpida que escreveu a droga de um livro e não teve nem a porra de uma editora para por a mão na consciência e ver o erro que eu cometi.

- Cinco por cento. Melhor que os sessenta. - Pedro diz e eu confirmo com a cabeça, virando a bebida da garrafinha até esvaziar ela.

- Certo. Obrigada por avisar.

- Foi uma vitória, Eduarda. Podemos voltar amanhã em paz. - Ele diz, batendo em meu ombro. - Você só precisa assinar o acordo.

- Não pode ser a assinatura online?

- Já tô com os papéis aqui. - Ele abre sua pasta que nem havia notado que estava com ela.

Tira os papéis e me entrega uma caneta. Não demoro a assinar e entregar a ele.

- Pronto, amanhã voltamos para casa. - Ele sai do quarto, com um sorriso radiante e eu volto a fechar a porta.

É.... Ótimo.