Capítulo 02 - REESCRITO

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- Mark Lee... – eu sussurro a mim mesmo, ainda confuso com o ambiente no qual me encontrava. O padre permanece em pé ao meu lado, observando-me com seu sorriso brilhante estampado no rostinho.

- Hyuck! Graças a Deus, meu filho – minha mãe vem até mim, abrindo os braços para me abraçar, sua voz soava aliviada. Ao me abraçar, senti suas lágrimas molharem meu pescoço. Fecho meus olhos e aperto-a em meus braços com a pouca força que tinha. Assim que abro os olhos, fito o Mark, que agora trazia uma cadeira para minha mãe se sentar ao meu lado.

Meu pai, que ficara naquele cômodo em silêncio me reprovando com o olhar, levanta-se e sai do quarto rapidamente, nós três nos entreolhamos confusos com aquela atitude dele, mas ninguém comenta sobre.

Ao se afastar dos meus braços, minha mãe senta-se na cadeira. – Obrigada padre. – Ela diz com respeito, Mark dá um aceno a ela e vai ao lado da cama, ficando perto dos meus pés. Ao repará-lo melhor, noto que aquela jovem figura deveria esconder um corpo magro ou atlético debaixo do seu manto branco, pois o pano ficara caído em excesso, marcando levemente a sua esbelta silhueta.  Ao analisar suas feições novamente, cheguei à conclusão de que provavelmente deveríamos ter quase a mesma idade, apesar de nos encontrarmos em posições sociais completamente distintas.

- Então... – eu falo primeiro, desviando o olhar do rosto do padre, e voltando-o para o da minha mãe. – o que aconteceu comigo? – a mesma olha para o Mark, que completamente distraído, mantém um olhar sério em mim.

- Dona Estela, Donghyuck... – Sua voz calma me atinge novamente, principalmente ao ouvi-lo pronunciar meu nome de maneira tão serena. – caso vocês prefiram, eu posso me retirar daqui para conversarem melhor.  

"Não vá."

- Olha, por mim você pode ficar, de um jeito ou de outro, o hospital todo vai ouvir o sermão que a Dona Estela vai me dar mesmo... – Um flashback de momentos que passei ontem vem em meu pensamento, visto isso, eu tinha certeza de que estava muito ferrado.

- Hyuck, tenha modos na frente do padre! – Ela me dá uma tapinha no braço, tentando disfarçar a vergonha que a causei. Mark Lee me olhava admirado, dando um sorrisinho quase imperceptível por respeito em minha mãe, mas eu podia notar os seus olhinhos denunciando o risinho. Por um momento, até achei que ele tinha mordido o seu lábio de leve, mas acho que eu ainda estou delirando sob o efeito de algum remédio que me deram aqui.

- Padre, se puder ficar, eu agradeço muito. – Minha mãe olha-o com um belo sorriso no rosto. Nessa hora, ao ver o jeito que tratara Mark, tive a quase certeza de que ela o desejava mais como seu filho do que eu próprio, mas não a culpo, eu também desejaria o mesmo. Mark acenou com a cabeça a nós dois e dirigiu-se a uma das poltronas vagas do cômodo.

- Hyuck, meu filho... – Olho-a e vejo sua cara de alívio misturada à decepção. - Estou feliz por vê-lo bem, você não faz ideia o quanto eu chorei e fiquei preocupada com você. – Suas palavras cortavam meu coração, e neste instante, senti até uma pontada de arrependimento ao ter dito para o padre permanecer na sala com nós, pois eu precisava desse momento íntimo e dessa oportunidade de fazer minha mãe entender como eu me sentia por dentro. Abaixei minha cabeça, com vergonha de fita-la, porém ainda ouvindo o restante das duras palavras que ela pronunciava. – Agora me diga filho... Por que mentiu pra mim? Por que tinha tanta necessidade de se destruir com o álcool daquela maneira? – antes mesmo que eu dissesse algo, apesar de não saber o que responder, ela continuou.

- Eu gostaria que você se colocasse no meu lugar, eu estava na igreja rezando pelo seu bem, e quando o carro vira em nossa rua, me deparo com uma ambulância na frente de casa, vendo seus amigos chorando desesperados atrás da maca que os paramédicos empurravam com pressa até o veículo.

Like a prayer - Markhyuck (Very Slow Update)Onde histórias criam vida. Descubra agora