we are all made of love

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À princípio, tudo o que existia era o caos. Um turbilhão de espaço em forma de ampulheta, onde partículas de todos os elementos que compõem nossas vidas hoje em dia se moviam em pirâmide, em um ritmo sem fim.

De novo, de novo e de novo.

Eles giravam deixando impetuosos rastros de energia, roxos e azuis, eletrônicos atrás deles.

Com o passar do tempo, as partículas começaram a se separar a cantos distantes da ampulheta. Os mais leves voltam para o topo, e os mais pesados, para o fundo.

Os rastros de energia zigue-zangueiam um sobre o outro, desenhando formas e desenhos incandescentes na escuridão do caos.

E quando partículas começaram a se colidir umas com as outras, uma faísca de uma partícula brilhou como um vagalume na noite que uma se colidiu com outra, apenas para descobrir que não podia mais se separar de seu ser anterior.

Assim, começaram a crescer em tamanho nas duas extremidades da ampulheta, girando, ganhando velocidade e massa. Até que finalmente uma explosão de energia atingiu as duas extremidades do espaço primordial que era o caos.

Faíscas voaram como se mil fogos de artifício tivessem disparado ao mesmo tempo. Um show de luzes de tal magnitude, que era quase incompreensível.

Quando a poeira abaixou, o turbilhão de caos chegou ao fim, não havia mais esteiras, nem movimento visível.

Tudo era imobilidade, e finalmente, tudo era natureza. Pois a explosão acima criará a cúpula perfeita do céu. Azul vítreo, vasto, abrangente. Uma explosão, uma proteção contra a escuridão além.

A escuridão abaixo esfriou em uma massa sólida e calma. A terra, pronta para viver e suportar a vida que fez.

A terra repousava uma manta de grama longa e verde, se extendendo sobre ela. Balançando suavemente com a brisa do céu.

O ombro de uma colina estremeceu primeiro, em seguida, a nuca de um vale, corando profundamente com o núcleo do mundo.

A terra respirou fundo, inchando com ela, até que finalmente, a figura que ela estava prestes a dar a luz despertou completamente.

As mãos de seu solo se desenterraram dos montes de pedras do mundo e pressionaram as palmas das mãos contra a superfície da terra.

As mãos puxaram o resto de seu tronco do chão, jogando o cobertor gramado fora dela.

A figura de uma mulher maior que a vida, e sacudindo os últimos restos de sono, sentou-se.

Sua pele era tão branca quanto as nuvens acima, seus olhos eram tão escuros quanto o solo abaixo de si e seu cabelo estava preso em na trança grossa, com flores silvestres enfiadas aqui e ali.

Quando ela se esticou até a altura máximo jogando os braços aos lados, o perfume daquelas flores envolto pelo de grama recém-cortada tomou conta do mundo e flutuou para o céu.

O doce frescor dele fazia cócegas em outra figura adormecida, esta, descansando bem acima das nuvens.

Quando a figura respirou fundo ela não pode deixar de sorrir, o primeiro sorriso de sua vida eterna.

Quando ela abriu os olhos, a luz caiu sobre a terra. A figura subiu lentamente da nuvem sobre a qual ela estava descansando, e a luz se intensificou.

Gaia e Urano - chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora