So... What are we doing here?

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POV
Anya de Castlebloom

Nós fomos juntos até a sala de comando do navio, conversando sobre inutilidades, como o primo deles, o franzino garoto loiro que eu nem tinha reparado que estava caído no convés do navio, segundo Edmundo, ele havia desmaiado quando um dos centauros explicou a ele onde estávamos.
— Guardei isso para quando voltasse- nós estávamos na sala de Caspian, ele havia pego a lanterna que Edmundo tinha esquecido em sua última visita a este mundo- E acho que vai querer isso de volta- ele deu o punhal e o elixir de Lucia à ela.
— Ah, obrigada Caspian- ela fala um pouco envergonhada com as bochechas ruborizadas.
— Acho que vai querer isso para você, Edmundo- disse Caspian estendendo a espada de Pedro a ele.
— A espada do Pedro- ele diz impressionado.
— Pegue- disse Caspian.
— Não, é sua, Pedro deixou para você- Edmundo parecia decidido a não aceitar a espada então Caspian acatou a decisão de Edmundo e guardou a espada, logo todos nós fomos conversar sobre a situação atual do reino, e Drinian, o capitão do navio veio conversar conosco.
— Nárnia não esteve em um tempo de tanta paz em muitos séculos- diz Caspian orgulhoso, e realmente, a guerra contra as terras calormanas havia acabado e nossas terras de estavam em paz, mas algo me dizia que isso não duraria muito.
— Mas então, o que estamos fazendo aqui? - questionou Edmundo, afinal, eles só eram trazidos a Narnia quando precisavam deles, sempre foi assim.
— Nós não sabemos, mas fico muito feliz que estejam aqui- eu disse me colocando no meio da conversa, enquanto me apoiava na lateral da mesa ao lado de minha irmã- Afinal, ficar tanto tempo assim com Caspian e Elizabeth é exaustivo, e apesar da tripulação desse navio ser maravilhosa eles tem muito trabalho a fazer, estou finalmente me livrando dos lamentos dos dois- Edmundo e Lucia riram enquanto Drinian segurava o riso em um sorriso contido e Liz e Caspian me olhavam indignados.
— Ah pois então eu adoraria deixar claro que você, minha velha irmã, ficou uma insuportável rabugenta sem sua pequena Lucia e seu namoradinho Edmundo- os outros da sala riam enquanto eu a olhava surpresa.
— Então é assim? Pois eu adoraria dizer a todos, o quanto você se lamentou por sua melhor amiga ter ido, além das suas piadas terríveis com conotação sexual que só tinham graça por conta da inocência de Angelina- eu olhei em seus olhos e ela olhou nos meus e nós caímos na gargalhada- ela era muito ingênua em relação a isso, era cômico quando ela se tocava do que você estava falando.
— Pois é, e quando ela não entendia a ironia nas nossas frases e ficava sem entender nada- nós sorrimos e naquele momento era como se ninguém estivesse na sala a não ser eu e Liz, nós não tínhamos conversado sobre a partida de nossa irmã, e pela primeira vez, nós falamos sobre ela- ela faz falta, mas ainda a veremos, então chega disso, você e o bobinho com olhar apaixonado e um anel no dedo precisam conversar, então vão, mas porta aberta viu?- ela me olhou com aquela carinha sarcástica e eu ri.
— Eu sou a mais velha aqui, ruivinha, cuida bem da Lucia, mas não quero ela ficando igual a você, má influência- ela me olhou brava e sorriu para Lucia, mas nisso eu já estava de mãos dadas com Edmundo o puxando para onde ficava o meu quarto.
— Quanto tempo se passou desde que foram embora? Quer dizes, quanto tempo passou pra vc?- eu questionei, sabia que geralmente o tempo em Nárnia corria mais rápido que o mundo de Edmundo.
— Quase 1 ano, e aqui, quanto tempo se passou?- ele se sentou em minha cama e eu me sentei ao seu lado tirando os saltos e me virando de frente para ele que agora tirava os sapatos para se virar para mim.
— Há poucos meses 3 anos- eu suspirei- Como foi o tempo no seu mundo?
— Problemático e bem chato, aguentar o Eustáquio o tempo todo é quase uma tortura.
— Quem?
— Ah, é verdade você não o viu, Eustáquio é meu primo insuportável e mal-educado e arrogante, ele veio com a gente mas desmaiou quando um dos minotauros falou onde ele estava- ele deu um sorrisinho e eu ri um pouco, o povo de Edmundo deixou de acreditar em criaturas místicas há algum tempo, então o garoto devia estar enlouquecendo.
— Bom, se ele veio a Nárnia é porque tem algo a aprender com este mundo, e se você está certo quanto à educação dele ou sua arrogância talvez Nárnia consiga ensina-lo muitas coisas diferentes- ele ficou com uma expressão pensativa e me olhou depois de alguns instantes pensando sobre o assunto.
— Talvez você esteja certa- ele suspira- Mas, agora, eu definitivamente não quero pensar em Eustáquio- ele olha intensamente em meus olhos, e um brilho intenso domina seu olhar.
— Senti tanto sua falta- eu exclamei pulando em seu pescoço e o abraçando, ele abraçou minha cintura colocando a cabeça em meu pescoço e inspirando meu perfume.
— Eu sei, Bruxinha, eu também senti sua falta, você não sabe o quanto- agora, que estávamos só nós 2 eu poderia fazer isso, o abraçar como se estivesse segurando a coisa mais preciosa do mundo, o irônico é que para mim, ele era uma das pessoas mais preciosas do mundo. Ficamos um tempo só nos abraçando, até que ele soltou minha cintura para segurar meu rosto entre suas mãos- Eu te amo, amo muito mesmo- e então me beijou, um beijo maravilhoso, repleto de amor e saudade, nós nunca fomos bons com palavras, mas com atos, eu e Edmundo tínhamos isso em comum, éramos muito mais atitude do que discurso, e esse beijo mostrava o que sentíamos muito mais do que qualquer discurso sobre emoções que provavelmente não descreveríamos com precisão, mas conseguimos mostrar um para o outro naquele beijo, e quando nos separamos com as testas coladas uma na outra, eu disse.
— Eu também te amo, Ed, muito!

Quebra de Tempo

Estávamos no convés e o primo de Edmundo estava desmaiado ainda, pelo que conversei com Lu e Ed, o garoto parece ter muito o que aprender por aqui.
— Querem mesmo que acordemos ele com magia? Isso pode não ser muito seguro, não seria mais fácil jogar um balde de água na cara dele?- questionou Elizabeth- Seria mais divertido também- ela disse rindo e eu soltei uma risadinha junto com Ed, Lu e Ripchip.
— Ele nem saberia de onde viria a água que o atingiu- eu disse completando seu raciocínio.
— Exatamente, levitamos a quantidade de água que cabe em um balde e jogamos na cara dele, seria divertido e nada arriscado, fora que sem querer ser grossa, mas não acho que a mente de alguém como ele seja um lugar divertido de se estar- eu assenti concordando, o garoto precisava mudar sua forma de lidar com as pessoas e ver o mundo, e é por isso que estava em Nárnia, contudo, ele ainda não havia mudado, na realidade eu temia estar na mente de uma criança que demostrava tantos traços ruins, eu queria dar uma chance a ele, sem conceitos pré estabelecidos que entrar na mente do garoto realmente me fariam ter.
— Pode ser então- disse Caspian e então eu e Liz levitamos um pouco de água e jogamos no garoto que levanta assustado, nos fazendo rir bastante.
— O que? Quem fez isso? Onde estou? Eu exijo que me levem ao consulado britânico- o garoto loiro grita histericamente.
— Você está em Nárnia, no grandioso navio Peregrino da Alvorada, o consulado britânico não existe aqui. E sinto muito se o assustamos garoto, mas você estava desmaiado há tempo demais, precisávamos acorda-lo. Aliás, eu sou Anya, ao meu lado minha irmã Elizabeth, o moreno é o rei Caspian, o Navegador, e aqui ao nosso lado é um dos mais nobres guerreiros de Nárnia, Ripchip, e eu creio que você já conheça a rainha Lucia, a Destemida e o rei Edmundo, o Justo, estou certa?
— Rei?- ele diz encarando Edmundo incrédulo- Rainha?- diz quando se virou para Lucia- E vocês são o que? Feiticeiras deste mundo de faz de conta?- ele diz desdenhoso.
— Pois é, feiticeiras de verdade que podem fazer você virar um sapo, então é melhor tomar cuidado com o que fala, garotinho- Elizabeth como sempre nada paciente, o garoto arregalou os olhos de medo mas ela ficou bem ofendida com sua fala, e não vou dizer que estava errada. Coloquei minha mão em seu ombro para acalma-la.
— Agradeceríamos se tivesse mais respeito, garoto, neste navio seguimos uma hierarquia bem rígida e todos aqui estão acima de você nesta hierarquia, então mais respeito, se vai viver aqui terá que aprender a viver sob nossas regras- eu transformei a cor dos meus olhos em vermelho para assusta-lo, e o garoto arregalou os olhos assentindo com medo- espero que não tenhamos mais problemas como esse, seja bem vindo à tripulação do nosso navio, Eustáquio, creio que os garotos possam te passar as regras do navio- eu suspirei profundamente o olhando de cima a baixo- se não for ajudar, por favor, não atrapalhe os marujos, eles já têm problemas e serviço demais para ter que lidar com alguém atrapalhando, fui clara?- ele assentiu.

Gente, eu juro que não odeio o Eustáquio, mas ele precisa aprender e todo mundo sabe que até ele virar dragão ele era insuportável, então eu vou tentar retratar isso da melhor forma possível, espero que tenham gostado.

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