Único

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one-shot safada que a gente gosta

boa leitura!

[...]

5 de Junho de 2001, estava completando vinte e um anos. Dez que conhecia Harry Potter e seis que queria fodê-lo.

Seis anos de uma vontade que nunca extinguia, seu maior desejo e maior segredo. Nem Pansy, sua melhor amiga, sabia sobre sua mais secreta vontade. E ela sabia de tudo sobre ele.

Vontade era uma palavra fraca, desejo, necessidade se encaixavam melhor, emitia melhor o sentimento. O apelo.

Se despediu de Blaise, o último amigo que havia restado após o final da pequena confraternização. Guardou o resto do bolo e sentou-se no sofá de sua sala. Não era uma casa enorme, mas era maior do que necessitava. Um sobrado em Hogsmeade com uma linda sacada com a visão de Hogwarts, onde o maior herói se sua geração vivia hoje como um relés professor de DCAT. Mas Potter era simples, se contentava com pouco.

Ele podia ter tudo se quisesse. Já possuía dinheiro (muito dinheiro), fama, beleza. Poderia também possuir Draco. Ah, isso seria bom.

Fechou os olhos, apreciando a sensação dos cílios brancos e longos tocando a pele macia esticada sobre suas bochechas magras, com as maçãs pálidas bem marcadas. Seu corpo dominado pela bebida alcoólica sentia tudo e nada ao mesmo tempo. Parecia leve, mas qualquer toque contra sua pele parecia pinicar. Estava ansioso, agitado, assim como sentia que o álcool o havia extenuado.

Como seria tocar Potter agora? Qual seria a torre dele? Estaria dormindo? Corrigindo provas e trabalhos? Era tarde, mas ainda não havia passado da meia noite, ainda era seu dia, seu dia mágico — como sua mãe sempre disse. O dia do dragão. O dia em que seus desejos se tornavam realidade.

Claro que era fácil na infância quando seus desejos eram objetos e seus pais absurdamente ricos. Mas o ato de foder Potter não poderia ser comprado.

Abriu os olhos devagar, deparando-se com o pequeno relógio de madeira sob sua lareira, dividindo o espaço mediano com míseros dois porta-retratos e uma pequena pilha de livros capa dura revestidos de couro.

Levantou-se, abrindo as portas francesas e se colocando a observar Hogwarts de sua sacada. O álcool estava fervendo em seu sangue e a escola parecia meio borrada. Qual seria a reação de Potter se chegasse na porta dele e dissesse que necessitava o foder? Ele abriria as pernas ou abriria a boca para gritar? Puxaria a varinha ou ficaria paralisado de choque? De qualquer forma, seria uma reação muito engraçada. Poderia sair com os dois olhos roxos, mas ao menos teria uma lembrança engraçada e uma divertida história para o prazer de Blaise e Pansy.

Potter era desajeitado e tímido, coraria até as orelhas, assim como fez no quarto ano inteiro quando se aproximava de Cho Chang (e do maldito Cedric).

Isso o fazia pensar. Bissexual? Gay? Bicurioso? Hétero?

Cedric era lindo, Draco preferia os mais magros e baixos, mas abriria uma exceção para Diggory. Não seria louco de não fazê-lo. Com Harry seria ainda mais interessante. Mas Cedric estava morto e Harry era um sonho devasso.

Porém, hoje era o dia do dragão e seus sonhos se realizavam no dia do dragão. Se não fosse hoje, nunca seria.

Não poderia decepcionar sua mãe, sua infância, seus mimos, precisava fazer acontecer.

Voltou para dentro da casa se escorando nas paredes, abriu o armário do corredor e tirou sua nova vassoura de lá.

Surpreendentemente as barreiras de Hogwarts não o repeliram quando entrou nos terrenos da escola. Sua sobriedade havia entrado em seu corpo como um raio quando pousou aos tropeços em frente a escadaria de acesso à escola.

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