Capítulo 2

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Marco

Meus dedos batiam em sincronia pela mesa de madeira. Ela possuía um tom mais escuro e foi escolhida a dedo por mim, quando montaram o meu escritório em Londres. Passei meus olhos por todo o ambiente e tudo estava em seu devido lugar. Fora a outra mesa que havia mandado colocar no dia anterior, mas que não mudava em nada o ambiente.

Um lugar que demonstrava seriedade, com requinte, mas extremamente gélido. Igual ao meu humor quando se tratava de trabalho. Acho que era exatamente por aquele motivo que nenhuma das secretárias que a empresa contratava paravam na vaga. Elas realmente não me aguentavam, porém eu era somente verdadeiro.

Por qual motivo iria mentir quando se tratava da empresa que me deu tudo que sempre quis? Dinheiro, luxúria, prazer, mulheres... tudo que um homem precisava. Claro, que no fundo eu sabia que aquilo não era tudo no mundo, mas há muitos anos havia colocado um propósito em minha vida e esse propósito se resumia a ser um puto.

Não existia a palavra amor na minha linha tênue de pensamento. Um dia pensei em entregar meu coração para a mulher que daqui há alguns minutos apareceria em minha frente. Só que ela, como a destruidora que era, me provou que eu nunca mais deveria cair em papinhos românticos.

Quando tive meu coração quebrado, a promessa que ocorreu na minha vida era: de que nunca mais abaixaria minha guarda para mulher nenhuma. E eu consegui o feito muito bem, no entanto todas as vezes que encontrava com Beatrice eu percebia que a mesma barreira que criei para afastar pessoas como ela sofreria algum arranhão.

Aquela bruxa conseguia fazer com que eu fraquejasse em tudo que sempre tentei ser forte.

Respirei fundo e levantei-me da minha cadeira. Não estava conseguindo ficar parado em um mesmo lugar por muito tempo, mas aquilo não significava que eu estivesse nervoso ou ansioso com o que viria. Só estava preocupado com o futuro da Amarílis, já que agora não podia demitir a irmã de um dos donos da empresa.

Não sabia onde Henrique, Joca e Rob estavam com a cabeça quando concordaram que Beatrice viesse para a filial daqui. Ela nunca daria certo naquele lugar, por isso, eu fui completamente contra a sua contratação... e claro, que nenhum dos meus amigos e sócios haviam escutado.

Sinceramente, eles me tiravam do sério, puta que pariu.

Cheguei próximo a vidraça do meu escritório e fiquei encarando o ambiente mórbido de Londres. Talvez eu tivesse amanhecido como aquele dia chuvoso, cheio de melancolia e lembranças que não me levariam para lugar algum.

Lembranças que se eu admitisse ainda me machucavam, mas que eu nunca falaria aquilo em voz alta. Fui tirado dos meus devaneios assim que o telefone da minha sala tocou. Fechei meus olhos e respirei profundamente mais uma vez

Era ela... eu tinha completa convicção de que Beatrice havia chegado para a reunião que estava marcada entre eu e ela.

Desde o casamento de Joca que não a via, e eu até agradecia que meus amigos demorassem para fazer essas comemorações que todos deviam estar presentes, pois assim podia evitar de ver aquela mulher.

Só que agora não teria como evitar nunca mais botar meus olhos sobre ela. Pois todos os dias Beatrice estaria na Amarílis, para foder com a minha mente e eu devia me manter como aprendi a fazer ao seu respeito: frio e sem emoção.

Caminhei até o telefone que tocava insistentemente e atendi. Assim que ouvi a voz da recepcionista, meu coração deu uma saltada e puta que pariu! Eu iria ficar parecendo um homem chorão agora?

— Pode mandá-la subir — ordenei.

Claro, que a minha mente só gritava para alguém colocar aquela mulher para fora da empresa. Mas eu não podia, e estava me sentindo impotente em um lugar que era completamente meu.

CEO APAIXONADO - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora