E se houver lobos na escola?

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- Ok - comecei enquanto jogava minha bolsa no chão e praticamente desabava na cama de Any. - Onde os pombinhos pararam ontem?

- Nós não somos... aff - Any balbuciou. - Mas, uh, eu diria que tínhamos quase todo o planejamento feito quando ele foi embora.

- Legal - eu disse, sentando-me e estendendo a mão. - Sem dúvida terei que me livrar de um pouco.

- Com licença? - Any bufou enquanto me entregava seu caderno. Eu caí de volta na cama e folheei o caderno até encontrar o projeto. 

- Tenho certeza de que tudo o que você escreveu está bom. Estou mais preocupado com seu namorado.

- Sabe, na verdade ele é muito inteligente - Any disse.

- Se viesse de alguém que não tivesse uma queda por ele, eu acreditaria. - Any fez um barulho de protesto. - Para, né. Eu não sou cego, sabe - eu sorri enquanto lia o trabalho que eles tinham feito. - Vejo que você o convenceu de que a ambição era o tema principal? - Any encolheu os ombros.

- Não foi difícil, você sabe. Se você fizesse de uma maneira menos idiota, ele provavelmente teria ouvido. - Eu coloquei o caderno de lado, satisfeito com o que vi, e virei de lado para ficar de frente para Any. 

- Any, desista - eu suspirei para a garota, que estava sentada em sua mesa a poucos metros de distância. - Eu não tento fazer você gostar de garotas como Joalin e Sabina.

- Mas isso é diferente! - disse exasperada. 

- Por que? Porque você gosta dele? - Seu rosto ficou vermelho. 

- Eu não gosto, simples - ela insistiu.

Decidindo não incomodá-la sobre isso, eu disse:

- Ele não é meu tipo de cara, Any. Ele está aqui a dois dias e já está entrando com os atletas!!

- E?

- E que ele é um filho da puta. Caras como ele são para mim garotas como Sabina são para você.

- Noah, todo mundo acha que Sabina é uma vaca; eu não estou sozinha. Mas tenho certeza de que você é a única pessoa na escola que não gosta do Joshua. - Dei de ombros. 

- Tenho orgulho de ser diferente.

- Você é impossível - Any gemeu. - Vamos lá, pense sobre isso. Você foi rude com ele primeiro.

- Então aquele pequeno olhar que tivemos - eu disse - aquele que você disse foi como uma cena do crepúsculo. Foi completamente unilateral? Era tudo eu?

- Ainda assim, você foi o primeiro a ser mau. Ela tentou fazer uma piada - E você ralhou com ele. Se não tivesse, aquele pequeno concurso de macho não teria acontecido.

- Oh, olha só, Any - eu disse - É aí que você está errada. Tudo começou muito antes disso.

- O que você quer dizer?

- Isso vai soar estranho, mas... É como no momento em que o vi, eu o odiei - expliquei. Any cruzou os braços na frente do peito. 

- Bem, isso não é muito justo - disse ela. 

- Mas ele sentiu também! Pelo menos tenho quase certeza que sim - continuei. - Eu sei que não faz sentido, mas estou falando sério. Se eu tivesse um batimento cardíaco, ele teria começado a bater mais rápido, e não de um jeito meloso-shushy-amor-à-primeira-vista.  De um jeito tipo eu-quero-arrancar-sua-cabeça.

Any ficou pensativa por um momento. 

- Bem... isso é muito estranho - ela admitiu. - E eu não vejo como você poderia saber que ele sentiu isso também...

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