Capítulo XXII (It's starting)

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APRIL ORSENIGO

Impactada é como estou. Depois de tudo que Jonah e Manisha disseram sobre mim, eu precisei de um tempo para processar as descobertas. Optei por não ir com Bob ajudá-lo com as mobílias, não tinha muita cabeça pra isso. Preferi o conforto da minha casa, nesse momento, o que eu mais precisava era da minha cama com toda certeza. Lá eu poderia chorar, sofrer e pensar.

Jonah me disse sobre minha verdadeira mãe. Sobre seus medos e anseios por mim, sobre como ela queria me proteger e como Rose, minha mãe Doriva também se doou para me proteger. Ele me contou sobre sua infância, sobre quando ele foi transformado e acabou virando herege e como isso afetou toda nossa família e desde então ele optou por me proteger à distância. Era algo como se fosse complicado explicar de início, naquele momento. Ele disse que outra hora explicava. 
Também ouvi muito sobre Kai Parker, o outro herege com quem ele teve um caso, mas pelo que entendi de Manisha, Kai era um egocêntrico, narcisista e psicopata que matou toda sua família. Ela não sabia como alguém poderia gostar dele, e nem como Jonah consegui extrair algum sentimento do mesmo. Longe dele, ela me disse que o amor talvez só viesse de uma parte dos dois. E sabemos de quem foi.

Não concordei muito porque se fato não conhecia Kai, e isso tudo já era informações demais para mim. Julgar o caráter de alguém não é do meu feitio. Ainda mais de um morto.
Jonah me explicou sobre como conheceu Ava e que Kai teve uma ligação instantânea com a menina e quando morreu, deixou como último pedido que ele cuidasse de Ava como a filha que ela era para ele.

Se Kai era o psicopata que Manisha insinuou, ele não tinha apatia por ninguém. Não seria uma criança que mudaria isso. A não ser que ele visse algo que ninguém mais viu... Pessoas ruins se atraem por coisas ruins. Então, por Ava ser quase da idade da minha irmã, eu opto por acreditar que foi com a melhor das intenções.
E fico feliz por ela ter sido criada por Jonah... Meu irmão.
Eu não sei explicar o quanto isso é bizarro.

Também soube mais sobre o que é um sifão, a espécie de bruxo que eu sou. Segundo Jonah, eu sou uma bruxa que absorve magia. Mas, aconteceu comigo algo que Kai já havia lhe contado uma vez. Minha magia estava escondida em um objeto, em algum lugar na minha mente eu sabia o que era e onde estava, mas naquele momento eu não conseguia pensar em nada. Excesso de informações não me deixam processar os fatos.

Manisha me pediu que com cautela eu procurasse e que eles me ajudariam a recebê-la de volta, caso fosse minha vontade. Mas, que para manter todos fora do meu alcance, era prudente que eu ficasse longe de magia por hora. Mesmo eu sequer ter possibilitado o fato de querê-la.

Segundo eles, eu fui muito procurada quando nasci por conta da cura. Disseram que muitas coisas movem um vampiro, mas a cura é a principal. Se qualquer um soubesse dela, seria letal pra mim, num nível que eu não imaginava. Me matariam para ter controle sobre ela. Por isso, quando minha mãe escondeu minha magia, os bruxos não conseguiram me rastrear através dela. E sem nada que me pertencesse, tornava tudo mais impossível. Então, ela me colocou em uma navio que saia do meu país natal, com destino a Utah, onde vivi minha vida toda. Debaixo de um feitiço de ocultação. Quando ela se foi, o feitiço foi desfeito. Mas por estar sem magia, não fez mal algum.

Depois de tantas descobertas eu só queria fugir, sair dali o mais rápido possível e assim fiz. Vim direto pra minha casa. Coloquei um conjunto de moletom e minhas meias mais fofas. Deixei a casa bem geladinha e fiquei no meu quarto, pensando abismada com tudo isso.

Até ontem eu era alguém normal. Um ser humano como qualquer outro, e hoje, descubro que venho de uma longa família de bruxos diferentões  que magicamente tenho a cura para o vampirismo e que também possuo um grande alvo nas costas caso eu pegue minha magia de volta ou alguém descubra sobre a cura. Como eu cheguei nisso?

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