Cap 2
Iruka tentava- em vão- se concentrar de qualquer maneira ao trabalho a sua frente , as provas dos alunos deveriam ser entregues na sexta, e em pleno final de tarde da quinta feira os pensamentos que rondavam e prendiam a atenção do moreno em um ponto fixo de suas lembranças estava longe das questões sobre cálculos usando força e impulso para o arremesso perfeito de uma kunai ou algo assim que continha nas folhas que bagunçavam totalmente sua sala de estar.
Já tendo levantado após seu cochilo em meio a todos aqueles pensamentos e até mesmo feito um chá para - 'numa tentativa falha - acalmar os nervos, levantou novamente, deixando de lado todos aqueles livros e canetas que sabia muito bem que, no estado em que sua mente se encontrava não o levariam a lugar algum. Disposto a sair pra espairecer, o sensei pega o colete, suas chaves e carteira e cruza a porta de casa
Não fora um mero sonho, os toques de Kakashi, os gemidos roucos de voz falha, e até mesmo o gosto do outro. A noite não só veio a acontecer como estava, agora - e desde quando ele cruzou sua janela a dentro na noite passada - na sua mente, a forma como ele saiu mais cedo da cama e deixou lá como despedida uma cesta de café e um bilhete
"Bom dia, tive que sair, reunião de última hora no prédio da Hokage, espero que não se importe de eu ter cozinhado para você mais uma vez meu bem"
Seriam apenas uma forma amigável de terminar uma noite como a que tiveram, um dito "adeus", ou aquela maldita reunião verdadeiramente havia chegado para o impedir de acordar ao lado do homem que amara?
Andando vagamente em direção ao puro nada, com a mente cheia de tudo e - ao mesmo tempo - nada, sem resposta para nada, sente em sua cintura toques que estão bem longe de ser nada
-Dormiu bem?- Iruka até se permitiria assustar-se com um ser a entrelaçar os braços em sua cintura sem prévio aviso ou pedido algum, mas reconheceria aquele cheiro, aquela presença - e principalmente - aquela voz, a quilômetros de distância, sabia que o homem a quem havia amado ontem era quem estava agora o tomando nos braços
-Não tive muito tempo 'pra isso- Não perdeu a provocação e sua pose por fora, mas na realidade quem ligava para seja lá qual merda ocorria em volta agora, ele estava ali, a reunião de última hora não significava um adeus e - a julgar pela forma como fora abordado - nem um fim para seja lá qual tipo de relacionamento que haviam acabado de criar, ele estava ali.
-Prometo que vou te dar uma boa noite de conchinha 'pra recompensar todo desgaste e sono perdido meu golfinho- Iruka havia se perdido nas palavras, já não fazia ideia se era por conta de estar sendo prometido a outra noite de carícias, essas mais românticas do que uma noite de sexo, pelo apelido dado por quem nesse momento o abraçava ou por ter sido chamado por Kakashi de seu
"Meu"
"Meu golfinho"-Iru..ei? Você por acaso 'tá me ouvindo?Ou, Terra chamando Umino Iruka- Kakashi passava as mãos em frente o campo de visão do professor na expectativa de que ele acordasse de seja lá qual transe havia entrado
-Repete
-O que eu estava falando?, ah, era sobre a gen..
-NÃO!- o grito repentino do mais novo assuntou o prateado que tirou de imediato as mãos que até então repousavam sobre a cintura de Iruka e as levantando em sinal de rendição. Sentindo falta do toque do maior, Iruka percebeu a situação é tratou de mudar a tonalidade da voz- Antes disso, o que você falou antes disso
Desde a frase dita e o tempo em que Kakashi entendeu ao que Iruka estava se referindo se passaram longos instantes, instantes esses que fizeram Iruka desistir momentaneamente da ideia de escutar ser chamado novamente de "seu" e fazer menção a voltar a andar agora puxando o platinado junto à si
-Meu, meu golfinho!- Sem se virar novamente ao sensei do time 7, Iruka continua andando e -por assim dizer- arrastando o outro consigo, e mesmo dessa forma Kakashi pode ver o sorriso se formar no rosto angelical do professor, havia então repetido a frase certa ao seu ver.
-Sempre quis que fosse meu, Iruka, e agora que vejo que posso o fazer, não tardarei, quero que seja meu, mas não pelo fato de que eu te prenda aqui, mas sim que algo em você se prenda a mim, quero que seja meu assim como eu sou seu meu bem.- As correntes elétricas que percorriam não só a pele caramelada do Umino, mas por todos órgãos internos - deixando um suspiro no coração - e passando até pela medula espinhal, fazendo jus a típica expressão "frio na espinha", não estavam mais dentro das contagens possíveis para uma mente cheia de informações como estava a de Iruka, o que havia sido um singelo sussurro no ouvido do mais novo quando Kakashi viu uma oportunidade de se aproximar e retomar o toque a sua cintura, agora ecoava aos gritos pela cabeça de Iruka o deixando mais aéreo do que ele acreditou que poderia ficar
Da mesma forma que veio, Kakashi se foi, como um vulto, alegando ainda estar em horário de trabalho, deixando para trás um Iruka confuso, e verdadeiramente apaixonado
Enquanto o observava se afastar entre os telhados das residências da vila, o professor se permitiu pensar o que seriam, eram amigos de longa data, se conheciam bem e tinham intimidade para lidar com as coisas, isso era um fato. Mas não queria que tratassem disso dessa forma, não queriam que levassem o que aconteceu como amigos, ou apenas isso.
Iruka conseguia se imaginar encolhendo entre blazer e kimono para a celebração de casamento dos dois, observar o rosto do homem que amara enquanto caminha até o altar, ou quem sabe 'numa tarde ensolarada de sábado enquanto os filhos brincam felizes entre a grama do parque. É, com certeza estaria indo muito longe, não só em seus pensamentos mas como com os pés. Como que se seu corpo tivesse respondido ao que ele precisava de acordo com seus pensamentos, Iruka se encontrava em frente ao Ramem Ichiraku, sabia quem iria encontrar lá.
-Pai!
Não era o melhor em conselhos, isso, a figura dona dos cabelos loiros que se esvoaçavam ao vento em sua frente não era assim tão bom com as palavras, mas seria sem dúvida a primeira pessoa a entender e confortar Iruka independente da situação, afinal, era seu filho.
-Então quer dizer que agora, o Kakashi é meu pai em dobro?- Não havia sido fácil contar da história - mais sexual que romântica - que tinham vivido até agora, e ouvir Naruto chamando Kakashi de pai "em dobro" como se eles fossem se casar ou algo parecido - assim como nos pensamentos de Iruka - fizeram o próprio sentir vontade de enfiar a própria cabeça em um buraco e só sair quando tivesse certeza de que o Uzumaki havia perdido a língua. -E como eu chamo ele? Seria Pai Kakashi sensei, Kaka pai, ah, não, já sei, já sei, Pai Kashi, é isso.. não, posso achar algo melhor- Naruto não parava, e se arrependimento matasse, o carro da funerária com certeza estaria estacionando na frente do Ichiraku agora, Iruka sem dúvidas se arrependera de não deixar para contar isso quando tivesse o mínimo de sanidade a engatar uma conversa com o loiro e acompanhar suas mil palavras por segundo
-Pai Kashi??? "Ah, Naruto meu filho, não vá brincar muito longe, ainda preciso ver onde está" - Enquanto Naruto dava risada das frases recheadas de ironia de Iruka o outro se pegava imaginando se afinal, não era isso que queria da vida.
Algumas risadas, tigelas de Ramem e não-conselhos depois, os dois se despediram seguindo cada um sua direção, quem sabe era realmente só conversar do que o Umino precisava - ainda apostava ser só os ingredientes do perfeito Ramem deixando seus hormônios aflorados ocupados por um tempo - ao se afastar do balcão do restaurante preferido e sentir mais calmo e leve.
Poderia não ser a pessoa mais organizada ou explicativa possível, mas o garoto a qual - sem ao menos perceber - havia adotado para si como filho, sabia como deixar alguém bem.
E mesmo imaginando chegar em casa e esvair quaisquer dores e estresses se deitando em sua cama macia e ressonando até quando Deus permitisse, a feição de espanto do moreno a nem sequer cruzar a porta de sua casa após abri-la cancelou qualquer que fossem os planos
As provas! Iruka havia esquecido das provas.
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Olá meu xuxus🥰, como estão?? Passando só pra finalizar mais um belíssimo cap e pedir para que interajam comigo, iria me deixar muito feliz, de coração.
Antes de ir, queria deixar claro que quando o Iruka fala "o carro da funerária" foi uma metáfora minha e não algo que ele estava diretamente pensando, já que eu não alterei o tempo e realidade deles, a história se passa depois do fim da quarta grande guerra.
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Consequências de uma noite {IruKashi}
Fiksi PenggemarIruka surpirou, era assim que começaria a história deles? Com um ato desesperado daquele porte vindo de alguém estranhamente calmo e contido como ele? Eles seriam realmente a consequência de uma noite? *Os personagens da História não são de minha a...