Capítulo Único

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Era véspera de Natal, e as ruas do centro estavam lotadas, com pessoas correndo para lá e para cá procurando e comprando as coisas que faltavam. Dentro do carro, Eijirou via os trabalhadores públicos retirando a neve da avenida, empurrando-a para a calçada em um aglomerado de cada lado.

Batia o dedo no volante no ritmo da música, que soava no ambiente aquecido pelo ar quente, enquanto esperava os carros à sua frente andarem, para chegar logo à vendinha de Gran Torino. Estava ansioso, pois, geralmente, o velhote fechava a loja por volta das quatro da tarde nesse dia.

Estacionou o carro em uma vaga qualquer no terreno do lado, e saiu às pressas. Cumprimentou rapidamente a caixista, indo diretamente para a seção de luzes e enfeites de Natal daquela lojinha de tamanho mediano.

"Quais luzes?", essa pergunta se repetia em sua mente. Olhando diversos modelos, coloridas, amarelas ou apenas as brancas. De início cogitou as coloridas, porém, queria fazer um ambiente confortável para assim poder chamá-lo.

— As amarelas então são a melhor escolha... — murmurava encarando ambas em suas mãos. — Mas talvez sejam sutis demais...

Indeciso, deixou de lado para depois escolher. Fez seu caminho para o segundo item da mini lista: as bolinhas da árvore.

Bolinhas de vidro, de plástico, de uma cor só ou de várias?

Kirishima nunca foi tão hesitante na hora de comprar essas coisas, sempre pegava o primeiro que vinha à mente e não titubeava por causa do preço. Mas era uma noite importante, não é? Tudo devia estar em perfeita sincronia.

— De novo, Kirishima? Você não tinha comprado ano passado? — Gran Torino perguntou-lhe ao parar do seu lado com algumas caixas em mãos, acenando em negação, continuou: — Não me diga... que já quebrou?

Passando a mão pela nuca com um sorriso fraco respondeu:

— Meu cachorro, o Riot, achou que eram bolinhas iguais às dele. — Suspirou, seu olhar variava entre o rosto do mais velho para os itens nas prateleiras.

— Toma tento, garoto! Já falei pra você dar bolinhas de melhor qualidade pra ele, é por isso que acontece essas coisas. — Bateu a mão na cabeça do rapaz e saiu andando. — Não pegue as de vidro!

É claro que ele não ia pegar as de vidro, não era idiota.

Com as de plásticos e coloridas em mãos, voltou para as luzes e, por fim, pegou todas ali. Algumas ficariam do lado de fora, então não teria problemas se ficasse um arco-íris, já que não pretendia sair tão cedo de dentro da casa.

Pagou e ainda ganhou um calendário do próximo ano, saiu da loja faltando dez minutos para seu fechamento. Foi sorte conseguir chegar ali.

Ao voltar para casa, apalpou um pouco a neve densa que jazia em seu gramado, abrindo espaço para colocar a escada que pegou emprestada de um dos vizinhos, começou a pendurar o pisca-pisca colorido entre as duas janelas do segundo andar junto àquele mini Papai Noel de plástico grudado à parede que acenava.

Embaixo da janela saliente também colocou a luz branca e em cima a outra colorida de tamanho menor. Sobrando apenas a amarela, para seu ambiente confortável e ameno que iria criar na sala.

Com um bom tempo sobrando, dava para ajeitar tudo conforme desejava. Assim que entrou, retirou seu par de botina e a grande jaqueta deixando-as penduradas no cabideiro atrás da porta.

Recolheu do chão os brinquedos do Golden filhote, Riot, que estavam espalhados pela maior parte dos cômodos inferiores e o dito cujo encontrava-se na caminha embaixo da escada flutuante.

Achocolatados e Corações quentinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora