Pov Brittany Pierce
— San, vai demorar muito pra chegar? — perguntei impaciente.
Estávamos no carro dela, e ela finalmente iria me ensinar a dirigir, depois de 2 dias me enrolando.
— Já estamos chegando, Srta. impaciente. — ela disse com o olhar focado na estrada.
Já estávamos a quase duas horas nesse carro.
— Por que estamos indo tão longe? — perguntei agoniada. Eu só queria aprender a dirigir, não viajar pra outro estado!
— Pra não colocar a vida das pessoas em risco?! — Ela disse como se fosse óbvio, me deixando ofendida. Dei logo um tapa no braço dela — OUTCH! — ela gritou, massageando a área atingida.
Ela dirigiu por mais alguns minutos, o que pareceu uma eternidade, quando finalmente paramos em um tipo de estacionamento gigante ao ar livre, mas estava vazio.
Na verdade não tinha uma alma viva desde que estávamos no meio do caminho.
— Que lugar é esse? — perguntei. Ainda estávamos dentro do carro e Santana tinha desligado o som.
— Esse é o lugar onde todos os Lopez começaram a aprender a dirigir. — ela disse orgulhosa. Só Lopez, uh? Isso merece uma provocação.
— Mas eu só serei uma Lopez quando me casar com uma Lopez.
— E você não vai casar comigo? — ela perguntou divertida, me dando um sorrisinho antes de sair do carro. Acabei sorrindo junto. Quem dera.
Era claro que era uma brincadeira, mas pensar na possibilidade de casar com Santana fazia meu coração pular.
— Quem sabe. — respondi, sem sair do carro, ouvindo sua risada gostosa.
— Agora vai para o banco do motorista. — ela mandou, abrindo a porta do meu lado.
Levantei, dando a volta no carro e me sentei no lugar dela, ela já estava sentada no meu lugar. Era estranhamente engraçado Santana Lopez no banco do carona, mas me mantive séria.
— Tá, estou pronta, o que eu tenho que fazer? — disse animada.
— Primeiro de tudo e extremamente importante, já que é você que está dirigindo, colocar o cinto. — revirei os olhos enquanto fazia o que ela mandou.
Eu não iria bater com o carro ou coisa do tipo. Esse lugar nem tinha paredes, onde diabos eu iria bater?
— Por que diabos seu carro tem dois tipos de cinto? — perguntei curiosa, sempre quis perguntar isso.
— Esse é o cinto normal. — ela disse me mostrando — E esse é o cinto de corrida. Tenho que usar quando vou disputar. Ordens do Mike.
— É tipo cinto de carrinho bate bate dos parques de diversões — comentei animada.
— Jesus! Só coloca logo o cinto. — Santana pediu ignorando minha palhaçada. Chata!
— Pronto, já coloquei.
— Espera ai. — Ela disse, se virando para o banco de trás tentando alcançar alguma coisa, se virou de volta e colocou um capacete de motoqueiro na cabeça — Agora sim!
— Fala sério! — minha voz saiu indignada. Precisava disso tudo?
Ela soltou uma gargalhada me fazendo revirar os olhos mais uma vez. Babaca.
— Tá vamos lá. Você sabe o que são embreagem, freio e marcha? — ela perguntou.
— Sei, são esses pedais de bicicleta que tem aqui em baixo. — respondi orgulhosa da minha resposta.
— Meu deus! — ela exclamou exasperada, negando com a cabeça, passando a mão no rosto — Isso, são os pedais de bicicleta, mas você tem que saber como funciona cada um.
— Não posso simplesmente dirigir? — perguntei como se fosse óbvio.
— Brittany! Dirigir um carro de verdade não é como pilotar um carrinho de kart. — ela disse séria, e começou a me explicar tudo sobre os pedais de bicicleta, freios de mão e trocas de marchas.
(...)
— Repete tudo o que eu te ensinei. — respirei fundo antes de falar.
— Ligar o carro, pisar na embreagem, colocar 1°, soltar o freio de mão, colocar o pé no acelerador sem tirar o pé da embreagem, acelerar devagar tirando aos poucos o pé da embreagem até o carro sair.
— Muito bem, agora faz tudo isso que te ensinei. — ela disse, ainda com aquele capacete ridículo. Sério que ela ia ficar com aquilo?
Coloquei a primeira marcha, pisando na embreagem, soltei o freio de mão, que era duro feito pedra, e pisei devagar no acelerador esperando o carro sair.
— NÃO ESTÁ SAINDO! Por que o carro não está acelerando, San? — perguntei desesperada.
O que eu fiz de errado? Eu tinha feito igualzinho como ela disse!
— Brattany. — ela disse tranquilamente — Você não ligou o carro.
— Ah, ops! — sabia que tinha esquecido algo!
Liguei o carro na mesma hora, ele deu um tranco pra frente e morreu. Vi a expressão de Santana mudar pra dor, como se eu tivesse matado o bebê Dodge dela. Na verdade eu tinha.
— Coloca o carro em ponto morto, sempre pisando na embreagem pra trocar de marcha. — ela disse com voz quase chorosa. Fiz o que ela mandou — Agora liga o carro, pisa na embreagem e coloca na primeira. — continuei seguindo suas instruções — Solta o freio de mão. Agora você vai acelerar um pouquinho, escuta o barulho do carro. — continuei seguindo o que ela falava — Isso muito bem. Agora aos poucos você vai tirando o pé da embreagem, bem devagar, e acelerando ao mesmo tempo. — fiz o que ela disse mas o carro morreu pela segunda vez. Ela suspirou pela segunda vez — Vamos lá, de novo.
Ela estava com o coração na mão, por causa do carro dela.
(...)
Já era a sexta vez que eu tentava sair com o carro e ele morria. Santana estava quase chorando quando finalmente na sétima vez eu consegui fazer ele arrancar sem morrer.
— AH! EU CONSEGUI! SAN, EU CONSEGUI! — gritei animada pulando no banco enquanto o carro continuava a andar.
— Brittany, se concentra, pelo amor de deus! Joga a segunda, mas pisa na embreagem. — eu estava arrasando! Coloquei na segunda marcha sentindo o carro ganhar mais força — Devagar! Quando chegar no final, quero que faça uma curva pra direita, ok? — assenti pra ela, esperando chegar no final para virar.
Fiz a curva tão lentamente que o carro quase morreu. Quase.
— E agora? Como para esse troço? — perguntei já me desesperado. E se eu não conseguisse parrar sem bater? Meu deus, me ajuda!
— Calma, você não pode ficar desesperada. Vai pisando no freio aos poucos, quando sentir que o carro está quase parando pise na embreagem, joga em ponto morto e puxa o freio de mão. Entendeu? — ela perguntou me fazendo assentir. Não parecia tão difícil. — Certo, quero que pare ali, naquela listra de terra no chão. — ela apontou.
Fui desacelerando o carro tão devagar que quase passei da listra, tive que mudar logo a marcha e freiar bruscamente pra ficar nela.
— Viu? Não foi tão difícil? Só não precisa pisar com tanta força no freio! Ainda bem que estou de capacete. — ela me provocou.
— Você tá com inveja que eu serei uma motorista melhor que você. — provoquei de volta, fazendo ela rir.
— Tá, vamos de novo. Sai com o carro. — ela mandou.
Concentrei minha atenção no carro. Coloquei a marcha, pisei no freio, puxei o freio de mão e acelerei, mas alguma coisa saiu errado.
— BRITTANY! VOCÊ ESTÁ DANDO RÉ! — Santana gritou me assustando, me fazendo tirar os dois pés dos pedais, e o carro morrer. Eita.
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Street Racer - Brittana
AçãoA fama dos Lopez sempre deu o que falar em Miami. Sempre unidas e com as típicas jaquetas de couro e óculos escuros, todos conheciam aquelas quatro. De dia eram alunas normais cursando o final do ensino médio. De noite, atrás dos volantes, disputava...