Após anda de uma praia até uma floresta e seu corpo cair sem sua permissão, na calada da noite ela prosseguia caida, e ao mesmo tempo destruída.
A luz do luar iluminava seu rosto, dando destaque aos olhos cinzentos e a pele pálida. Seu corpo encoberto por terra e sangue era resquício da tragédia que havia acontecido, o barco, as tochas e gritos eram memoráveis.
Ela não iria conseguir se levantar — não sem ajuda. Seu corpo doía, e só havia o chão e algumas árvores para tentar conseguir ficar de pé, mas ela não tentaria. A sua mente ficava em um eterno loop do que havia acontecido, quantos do que amavam tinha morrido naquela maldita guerra? E ela, Rosalind Lipton, fora a única a sobreviver, e não tem orgulho disso. Preferi esperar a morte do que tentar encontrar alguém que possa ajudar.
O som de algumas cigarras e grilos chiando, Rosalind tentaria cair no sono eterno, aquele barulho a incomodava. Além de outro som, galhos se mexendo, seria algum animal perigoso ou ajuda?
Rosalind tentou apanhar a pedra mais próxima quando o som aumentou, sua mão agarrou a pedra com toda a força que ainda restara. Quando o barulho parou e o causador dele fora revelado, ela soltou a pedra. Era um jovem rapaz de cabelos pretos, que não avistou a jovem à princípio, acompanhado de um pequeno grupo de vagalumes que irradiavam uma luz esverdeada. Delírio ou não, quando ele realmente vislumbrou Rosalind, não parecia preocupado com o estado da jovem — que continuou imóvel.
Ele se agachou ao lado dela, pousou a mão sobre a bainha quebrada que estava ao lado dela. Um símbolo do que tinha sobrado da batalha.
— Consegue falar? — perguntou pacificamente. Ainda com os olhos e uma das mãos sobre a bainha.
Rosalind continuo imóvel, tentando fazer um esforço para balançar a cabeça negativamente.
— Pelo visto não. Vamos fazer assim, eu te faça uma pergunta, e você pisca uma vez para sim, e pisca duas vezes para não. — propôs, agora olhando atentamente para a jovem, analisando-a. — Você chegou a ver um navio em chamas quando chegou aqui?
Rosalind piscou uma vez. Mas ela realmente poderia confiar nele?
— Tem mais alguém vivo além de você?
Piscou duas vezes, viu todas aquelas pessoas sendo incendiadas enquanto pulava para fora da embarcação. O jovem adquiriu um olhar triste, e fitou o chão coberto de folhas.
— Okay. Agora vai ser mais complexo. Três piscadas para "dizer" se está bem a ponto de andar. Quatro para responder se vai ficar bem aqui sozinha. E cinco para eu te ajudar.
Rosalind piscou três vezes, iria usar toda a sua força para andar e chegar em um local mais seguro. Não aceitaria a ajuda de um estranho.
— Tem certeza? — indagou, parecia estar preocupado.
— S-sim — Rosalind respondeu pressionando as palmas das mãos no chão, assim ficando de pé, com dificuldade. A cabeça dela girava enquanto dava um passo.
— Se não precisar mais de mim, eu vou indo — disse por fim o desconhecido.
— Adeus... — murmurou a garota. Enquanto se virava para seu lado oposto.
Para onde iria? Não existia lugar algum que ela conhecesse. Fora um erro não ter aceitado a ajuda vinda de graça?
Rosalind andava a procura de qualquer coisa, às vezes se apoiava em uma árvore ou outra para obter apoio. O céu ficava cada vez mais claro, que horas eram?
A jovem caminhava mais e mais, quando chegou a um lugar todo aberto, de vista para um mar magnífico. Uma luz branca a cegou, que tapou os olhos com as mãos sujas de terra. Depois que o brilho abaixou, Rosalind vislumbrou um porta, uma porta que aparentemente era feita de luz.
Ao se aproximar para abrir a porta, ela hesitou, mas respirou fundo, esqueceu da tragédia, da dor, de tudo, e abriu a porta. Não havia ninguém por trás dela, não havia nada, era uma praia. Rosalind passou por ela, e a porta se fechou imediatamente.
Uma brisa morna, um nascer do sol maravilhoso, um mar calmo. Mais uma praia. Rosalind se virou lentamente, e viu que a praia parecia infinita. Mas a figura de seu pai a assustou. ele estava inteiramente de branco, os olhos... Os mesmos da filha. Mas ele não estava no navio? Não estava...
— Olá, minha filha. Sabe porque está aqui, não sabe? — questionou se aproximando da filha, que estava imóvel com os olhos arregalados e o queixo caído.
— Começo, meio e recomeço. A morte pode não ser o fim, mas por ti ter tentado escapar dela não a tomar menos mortal. Por que não aproveite a vista?
Oi oi, não sei se entenderam bem, mas espero que sim. Essa One Shot surgiu bem de repente enquanto eu lia um livro da Sarah J. Mass que minha prima me emprestou. Eu tenho até um segredo com essa Shot.
Espero que tenham gostado :)
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Terra E Sangue | One Shot
General Fiction"Começo, meio e recomeço. A morte pode não ser o fim, mas por ti ter tentado escapar dela não a tomar menos mortal."