Capítulo 6

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Sinto o meu corpo sendo arremessado e prendo a respiração.

Olho ao redor e vejo que estou em uma piscina.

Estou me afogando.

Tento subir, mas a água me puxa para baixo. E o estranho é que eu sei nadar.

Escuto algumas pessoas chamando por um tal de James.

O ar começa a se esgotar e a minha visão fica turva.

E então eu... Morri.

[...]

Acordei com falta de ar e me sentei.

Minhas costas estavam molhadas e meus fios de cabelo grudavam na testa por conta do suor.

Essa sensação é com certeza a pior que eu já senti.

Tentei me acalmar enquanto meu coração batia forte contra a caixa torácica.

Foi só um pesadelo, Noah. Só um pesadelo.

Senti o meu colchão úmido e levantei as cobertas.

― Que droga. ― Reclamei baixinho, cheirando a colcha e acabei torcendo o nariz.

Você já não é muito velho pra isso, Noah?

Pigarreei e me levantei. Eu não podia dormir naquele estado.

Botei uma outra roupa, troquei a colcha da cama e me deitei novamente.

Demorei um pouco para dormir. Sei que foi apenas um pesadelo, mas eu ainda estava meio nervoso com aquilo.

Por que eu sonhei que morria?

[...]

Acordei com o barulho irritante do despertador.

Olhei para o relógio: 6 horas.

Eu só consegui dormir por 3 horas.

Me levantei, mesmo não querendo. Não estou me sentindo bem para ir à escola. E isso tem um pouco haver com o pesadelo que tive.

Fui ao banheiro, tomei um banho rápido e me arrumei.

[...]

Em menos de 5 minutos, cheguei no Colégio Lawvencille Jensen.

Alguns alunos estavam com camisas azuis escrito "Vai, Leons!".

― Compre uma camiseta e torça para os Leons no jogo de hoje à tarde! ― Uma aluna loira exclamou estendendo as camisas e percebi que é a mesma garota da foto, onde ela e Jake se beijavam.

Vi Thomas, Lucy e Rachel sentados em um banco e andei até eles.

― Oi. ― Comprimentei me sentando ao lado de Thomas. ― O que é tudo isso? ― Perguntei me referindo à multidão na frente da escola.

― Hoje é o penúltimo jogo antes da final, esqueceu? ― Rachel falou, como se eu tivesse a obrigação de saber aquilo.

― Eu estou tão ansiosa! ― Retrucou Lucy, animada. ― Me disseram que se os Leons ganharem, vai ter uma festa de comemoração na casa do Justin.

― O Justin não mora em uma mansão? ― Perguntou Thomas curioso.

― Sim! ― Sua namorada respondeu contente.

O sinal logo tocou e todos entraram em suas salas.

[...]

Tirei meu material da minha mochila e bufei ao perceber que tinha aula de álgebra agora.

Rachel se aproximou e se sentou ao meu lado.

― Você é da minha turma de álgebra? ― Levantei uma sobrancelha e a garota me fitou.

― Você é da minha turma de álgebra? ― Repetiu com a voz fina e eu revirei os olhos.

O professor começou à fazer a chamada e ele chegou no meu nome:

― Noah Harris?

― Presente. ― Respondi levantando o rosto e a menina de cabelos castanhos me olhou.

― Por que nunca me disse que o seu sobrenome é Harris? ― Se inclinou para trás.

― Porque eu não gosto dele, por isso não digo à ninguém.

― Bom saber, Harris. ― Sorriu e voltou à olhar pra frente.

― Nunca mais me chame assim, Campbell. ― Retruquei revirando os olhos e deixando um sorriso me escapar.

― Pode deixar, Harris.


[...]

Todos os alunos se direcionavam para a parte de trás da escola e eu avistei Thomas no meio da multidão.

― O jogo é agora? ― Me aproximei dele.

― Daqui a pouco. ― Respondeu sem me olhar.

Passamos pelas pessoas e conseguimos bons lugares na arquibancada.

― Onde está a Rachel? ― Perguntei olhando ao redor.

― Ela e as outras líderes irão se apresentar antes do jogo. Provavelmente Rachel está no vestiário.

Os alunos começaram à chegar e os bancos foram ocupados.

― O Jake vai jogar? ― Retruquei e Thomas me fitou.

― Sim. ― Ele fez uma careta.

Avistei Rachel no campo e dei um sorriso de lado.

Ela ― assim como as outras líderes ― estava com uma saia azul, camisa branca escrito: "Leons" e um pompom de líder de torcida azul e branco em cada mão. Seus cabelos estavam amarrados em um rabo de cavalo alto.

Quando me avistou, Rachel acenou e gesticulou com a boca um "Olá, Harris".

Ela riu e eu revirei os olhos.

As outras líderes chegaram no campo e começaram à se apresentar, fazendo gestos com os braços e gritando coisas como "Me dê um L! Me dê um E!".

No final do número, duas garotas se posicionaram para que uma menina pulasse nos ombros delas e ficasse no topo.

E é claro que essa menina foi a Rachel.

Ela deu um salto perfeito e se equilibrou.

― Vai, Leons! ― A garota do topo gritou levantando o braço direito e os alunos na arquibancada começaram à aplaudir.

Rachel sorriu e correu os olhos pela plateia.

Depois as líderes se afastaram, dando espaço para os jogadores.

Em menos de 2 minutos, o jogo começou e os meninos correram pelo campo.

Os Foxes ― time que estava de vermelho ― avançou para o lado oposto. E então o primeiro ponto foi marcado.

― O primeiro ponto da partida é marcado pelos Foxes! ― Gritou o narrador do jogo.

Rachel se aproximou de nós e se sentou ao meu lado.

― Gostaram do meu número? ― Ela jogou o cabelo para trás.

Sorrimos, mas ninguém respondeu. Ela já sabia o que diríamos.

E Rachel não aceitaria "não" como resposta.

•••
Continua...

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