CAPÍTULO CINCO

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CAPÍTULO CINCO

ANO: 2050

Luanda: 20:30

Domingo

MICAEL Tchilomba

Ouvi o barulho do motor de uma moto ser accionado. Levantei o mais rápido possível. Ele só podia seguir por uma via e nós já tínhamos homens para apanharem ele.

– Vamos! – Ordenei e todos saímos do shopping em direcção o individuo.

Eram mais de dez carros da polícia, sete carros militares e tanques de guerra em perseguição do vilão. Eu e Marcos estávamos em um carro que estava a ser dirigido por Alisson. Conseguíamos ver o vilão na nossa frente. A perseguição continuou, quase a saída da rua ele se deparou com um conjunto de carros da polícia que fecharam a saída então teve que parar.

– Pegamos ele. – Disse Alisson parando o carro.

Descemos do carro, armas vindas de todos os lados apontavam para ele.

– Põe as mãos no ar, agora! – Ordenei.

Ele levantou a mão me aproximei dele, tirei o capacete da sua cabeça o pude nitidificá-lo melhor.

– Prendam ele! – Ordenei.

Colocamos o individuo no carro da polícia e algemámos ele, o vilão parecia inócuo quem diria? Depois de um bom tempo chegamos a nossa unidade. Fomos recebidos por uma das nossas agentes, Vanessa a mulher mais jovens que decidimos escolher para trabalhar connosco. Ela levou o vilão para dentro do prédio. Colocou-o dentro da sala de interrogatório, trancou a porta e começou a interroga-lo. Enquanto isso, eu Alisson e Marcos ficamos no lado de fora.

– E agora, ligamos para o presidente e informamos da captura? – Perguntou Alisson.

– Não, eu preciso que tragam a ilustração feita do vilão e que tragam alguém que recrutou com ele. – Alisson saiu rápido do lugar e mandou alguém cumprir minhas ordens.

– Você está muito pensativo, Micael. – Disse Marcos enquanto acendia seu cigarro.

– Você não pode fumar aqui e sabe disto. – Afirmei.

– O nosso trabalho é pensar e fumar me ajuda a pensar. Tecnicamente eu estou no meu direito de fumar. É tudo pelo país.

Eu não conseguia desviar meu olhar daquela sala de interrogatório, meu instinto me dizia que há algo de errado. Mas desde quando é que eu ouço o instinto? Eu uso o raciocínio lógico e resolvo problemas. Eu fiz tudo certo, eu apanhei ele.

Minutos depois um grupo de agentes nossos chegou ao departamento. Junto deles estava um recruta que foi colega do vilão no treinamento para a guarda de segurança, junto dele um quadro ilustrado feito pelo artista mais confiável e talentoso do país.

Ordenei que Vanessa trouxesse o vilão para fora do interrogatório. Ordenei que o recruta lhe identificasse e ele disse que não o reconhece.

– Olha direito, é ele ou não é? – Voltei a questionar.

– Não senhor, eu nunca vi esse homem antes. – Respondeu o jovem.

– Eu já disse que eu não fiz nada. Vocês apanharam a pessoa errada. – Disse o vilão.

– Cala a merd* da boca! – Gritou Marcos.

Peguei no quadro ilustrado e destapei, olhei para a imagem, tinha um jovem negro e com tranças. Era bem diferente do jovem que estava a nossa frente.

– Levem ele de volta para a sala de interrogatório. – Ordenei. Dei um soco na mesa. Alisson me pediu para ter calma e eu respirei fundo para poder me acalmar.

– Nós precisamos libertar ele. – Disse Alisson.

– E se isso tudo for uma armação? Se tudo fazer parte de um plano dele? – Perguntei. – Não podemos simplesmente libertar ele.

– Se for uma armação, então perdemos uma batalha mas não a guerra. Nós devemos agir com a lei e não contra ela Micael. Ele precisa ser solto. - Naquele exacto momento o telefone chamou, alguém atendeu e em seguida chamou por mim.

– Micael é para você. – Disse o agente que atendeu o telefone. – Caminhei até o telefone e levei-o a orelha.

– Alô.

– Como correu a operação? Vocês pegaram ele? – Perguntou a voz do outro lado, Era o presidente. Olhei para o suposto vilão dentro do interrogatório, fiquei uns segundos em silêncio.

– Não, senhor presidente. Ele não apareceu.

– E agora? O que vocês farão?

– Eu tenho um plano, me dê um tempo senhor presidente. – Desliguei o telefone em seguida.

– Libertem ele, sigam ele durante dias, semanas se for preciso. Eu preciso saber quem ele é. Ainda é uma suspeita.

Me sentei na cadeira enquanto Alisson organizava tudo, Marcos fumava sem parar. Eu precisava de um plano novo para apanhar ele. Vilão um, Micael zero. O placar não me deixa nada satisfeito.

O VILÃO NÃO MORRE NESTE LIVROOnde histórias criam vida. Descubra agora