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Taissa

Fiquei sem me mover. Estava chocada. Casar? O quê?

– Quem… quem é que se vai casar? – Interroguei. Talvez eu tivesse percebido mal e ele me estivesse a dizer que outra pessoa qualquer ia casar.

– Nós, querida. Já não aguento mais esconder isto! – Ele sorriu para mim e apertou-me mais nos seus braços.

– Parabéns! – Desejou Jorge, o dono da editora. – Evan, são ótimas notícias! Trate apenas de legalizar o casamento e esquecemos este assunto.

O Evan continuava todo sorridente e eu forcei o meu sorriso também. O melhor a fazer era alinhar na conversa dele, a não ser que eu quisesse perder logo o meu emprego.

Acompanhei os senhores até ao elevador e o que eu mais temia aconteceu: eles deram-me mais uma vez os parabéns pelo noivado à frente dos meus colegas, o que fez com que todos começassem a comentar o sucedido.

Enquanto caminhava até ao escritório do Evan, recebi vários olhares chocados e comentários de pessoas que pelos vistos estavam com pena de mim.

– A sério, Taissa? Ele? Meu Deus! – Riu a Angela. – Boa sorte!

Apenas ignorei e segui até ao escritório do Evan, entrando sem sequer bater. Estava demasiado irritada. Eu não era uma boneca para ele decidir assim o que queria. Eu nem gostava dele!

– Sim? – Ele perguntou, visivelmente irritado sem tirar os olhos do manuscrito que estava à sua frente. – Bater à porta é muito bonito, sabia?

– Eu não me vou casar consigo! – Ele pousou o manuscrito e olhou com desdém para mim.

– Claro que vai. Se não o fizer, vamos os dois para a rua. Até parece que se guarda para alguém especial. O amor na realidade nem existe. – Ele comentou com desdém. – E acho que tens que me tratar por tu, querida.

– Por acaso estou! – Respondi, com a voz já alterada. – Eu não gosto de si sequer. Nem o conheço bem. Não o amo.

– Nem eu! Mas se pensar bem isto é o melhor que podes fazer de momento. Eles iam nomear o Jake, que eu por acaso acabei de despedir, chefe. A partir do momento em que o Jake assumir o controlo és a primeira a ser despedida. Isso implica que vais ter uma vida miserável nas filas do centro de desemprego à procura de um trabalho, e o teu sonho de ser uma grande escritora e de tocar as pessoas com o dom da palavra vão por água abaixo.

Ele tinha razão, por mais que a verdade me custasse. Tinha sido muito difícil para mim arranjar aquele emprego, não podia ser despedida.

– Após o período de tempo obrigatório fazemos um divórcio rápido e nunca ninguém vai descobrir. Por enquanto, queiras ou não, estás junta comigo nisto. – Ele continuou e eu apenas assenti com a cabeça. Seria algo muito rápido e se eu continuasse naquela empresa a trabalhar no duro talvez conseguisse ser promovida a editora, tal como eu sempre sonhara. – Depois do almoço vamos ao gabinete dos serviços de imigração legalizar tudo. Agora preciso que me tires cópias dos documentos que estão na pasta azul.

[…]

A fila no gabinete dos serviços de imigração estava enorme. O Evan bufou e saiu da fila, passando à frente de toda a gente.

– Evan! – Alertei. Comecei a trata-lo pelo primeiro nome, na tentativa de quebrar o gelo e de fazer com que as coisas fossem o menos estranhas possível. Como se isso fosse possível. – A fila começa ali atrás. Não podes passar à frente de toda a gente!


Ele ignorou completamente o que eu disse e continuou a avançar até ao balcão. Derrotada, limitei-me a segui-lo.

– Queria que desse entrada destes documentos de pedido de visto de noivo, por favor. – Ele dirigiu-se ao senhor do balcão, enquanto muita gente da fila o criticava por ter passado á frente. Eu dirigi-lhes um olhar e sussurrei um pedido de desculpa à senhora que supostamente deveria de estar a ser atendida no lugar dele.

A Proposta - Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora