Chegada em Mamono's World

273 10 2
                                    

Acordei com uma terrível dor de cabeça. Meus olhos estavam pesados e o frio me incomodou, estimulando-me a mover o corpo: péssima escolha. Eu mal conseguia me levantar de tanta dor, algo similar a cair de uma bicicleta em alta velocidade em uma ladeira bastante ingrime. Com muito esforço, levantei-me com a ajuda de uma árvore que estava próxima de mim e observei pela primeira vez onde estava. Era um calmo e tranquilo espaço entre as árvores, iluminado apenas pelas estrelas e as duas luas que pareciam até ter luz própria naquele imenso céu. Árvores e plantas de tamanhos que eu nunca tinha visto antes estavam por toda a parte e pareciam ter algum tipo de neon sobre elas, já que estava de noite e, mesmo assim, conseguia ver com tanta clareza. Sem dúvidas, uma noite muito bonita e memorável. Mas algo logo chamou minha atenção:

- Espera... duas luas!? Mas que... lugar é esse? - disse espantado sem perceber que não tinha ninguém para me ouvir.

Minha cabeça doía um pouco, mas forcei-me a lembrar o que havia acontecido no dia anterior. Estava em minha casa, me preparando para dormir quando recebi um e-mail estranho no celular, provavelmente alguma coisa pervertida. Não sei direito o que estava escrito, mas lembro que houve um clarão bem forte quando eu tentei ver o conteúdo e acho que perdi a consciência. Será que era algum tipo de teletransporte? Não seria novidade em um mundo de fantasias, mas tenha dó. Coisas assim não acontecem na vida real, acontecem? Mas esse lugar... a menos que fosse alguma pegadinha, eu realmente não estava mais no mesmo mundo. Talvez alguma versão estranha dele, algo com magia ou coisas do tipo. Seria legal se fosse. Será que eu aprenderia magias? Ou se tornaria um guerreiro poderoso com diversas habilidades dignas de jogos online?

Tudo o que eu sabia até então é que a noite estava linda. O céu possuía inúmeras estrelas e as duas luas enormes davam aquele algo a mais naquilo tudo, coisa que só poderia ser vista mesmo em jogos de fantasia e mundos alternativos. No entanto, o frio que eu sentia não era nem um pouco fictício. Aquele vento gelado percorreu todo meu corpo, arrepiando-me dos pés à cabeça. Foi quando me dei conta de uma coisa: eu estava completamente nu. 

"Eita! Onde foi parar as minhas roupas?", pensei enquanto escondia minhas vergonhas, como se tivesse alguém para me ver naquela floresta imensa. "Talvez o teletransporte não consiga trazer as peças de roupa", pensei enquanto procurava qualquer coisa que pudesse ser usada para me cobrir e praguejando algo sobre o fato de não terem trazido minhas roupas junto. Subitamente, escutei uma leve agitação nas folhagens da floresta. Alguma coisa parecia estar se aproximando e me escondi próximo à uma vegetação rasteira de uma planta muito parecida com as samambaias que minha mãe gostava. Então, vi uma garota com orelhas pontudas e longos cabelos loiros caminhando pela floresta. Apesar de seu rostinho angelical, seu corpo tinha curvas bem sensuais, principalmente na região dos seios, que eram fartos e volumosos. Trajava um vestido um pouco curto, aparentemente feito com folhas, e carregava um arco nas mãos, o que eu achei bastante incomum. Ela parecia estar atenta, como se estivesse procurando alguma coisa. Não sabia se a garota era amistosa ou não e decidi me afastar. Entretanto, acabei pisando em um graveto seco e o som que o mesmo emitiu denunciou minha posição.  Uma flecha passou a poucos centímetros da minha cabeça antes de atingir uma árvore em cheio.

- Quem está aí? - disse a garota apontando o arco na direção em que eu estava. Ela não podia me ver mas ela sabia que eu estava ali. - Eu sei que está se escondendo. Esta terra pertence ao meu povo e invasores não são permitidos.

Ficar em silêncio não me parecia uma boa opção, mas não sabia bem o que devia fazer. Levantar as mãos e me render? Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, o frio me fez espirrar e uma outra flecha saiu de seu arco, passando de raspão pelo meu ombro. Quando ela começou a preparar outra flecha, saltei do meu esconderijo com as mãos erguidas em rendição.

- P-por favor não atire, moça. E-eu estou perdido, não quis invadir nada. - gritei desesperado.

- U-um homem!? - disse a garota espantada.

Perdido em Mamono's WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora