JUNGKOOK
Querido Diário,
Ontem foi mais um daqueles dias mágicos, e como você já sabe, é tudo culpa de uma pessoa... Isabelle.
Tivemos outro encontro, e eu nem consigo dizer como estou feliz agora, principalmente porque a ansiedade estava me consumindo e o simples fato de estar com ela superou qualquer expectativa minha.
Ela me chamou pra assistir filme na casa dela; Enrolados. Ela adora esse, e quis que víssemos juntos por gostar muito do casal principal e... confesso que até nos associei aos dois confirme o filme passava. O jeito que o José Bezerra olhou a Rapunzel durante a cena das lanternas... é exatamente o jeito que eu olho pra ela.
Fiquei um pouco nervoso, não vou negar. Ficar pertinho dela, só nós dois ali naquele sofá, meu braço atrás dos ombros dela... não tinha como ser mais previsível, né, Jungkook?
Mas acho que ela até curtiu, sabe, Diário? Posso jurar que vi ela sorrir de canto de olho todas as vezes que eu tomava coragem e acariciava o ombro dela com a pontinha dos dedos, fora a parte em que eu quase morri quando ela apoiou o rosto no meu, possibilitando que eu sentisse o cheiro de shampoo do cabelo macio dela.
Diário, eu tava tão fodido de amor que você nem entende.
Nem sei se ela percebeu quando eu fechei os olhos por um momento e apertei ainda mais seu corpo contra o meu, me permitindo ficar naquele aconchego gostoso até a campainha tocar e nos obrigar a desfazer o abraço.
Ódio.
Só não fiquei ainda mais puto porque era o entregador da pizza que pedimos. A favorita dela, inclusive: frango com catupiry.
Paguei antes que ela tivesse tempo de contestar enquanto voltava com uma jarra de suco de maracujá da cozinha, e arrumamos a mesinha na frente da TV pra comer sem sujar os móveis da casa dela.
Quase me joguei da sacada quando percebi que fiquei encarando as bochechas inchadinhas dela por tanto tempo que minha pizza esfriou. Tomara que ela não tenha me achado um psicopata... só achei fofo. Tudo que ela faz consegue ser insuportavelmente fofo, na verdade.
Depois disso, decidimos que eu ia lavar a louça e ela ia secar. Mas deu tudo errado no momento em que ela pegou um pouco da espuma em minhas mãos e passou no meu nariz, sujando bem na pontinha. E eu, que não sou bobo nem nada, nem me importei de secar as mãos antes de segurar sua cintura e trazê-la pra perto, tocando meu nariz com o seu, consequentemente sentindo o som da sua risada contagiante.
Foi tão natural... ficamos alguns segundos apenas com os rostos próximos, sorrindo um pro outro...
Saudade da porra.
Percebi que queria iniciar um beijo apenas depois de ter acabado com a louça, porque eu não ia querer parar no meio, e acabei deixando apenas um pequeno selar em sua bochecha.
"Vem, vamos acabar logo pra eu poder beijar você em paz" Foi o que eu disse logo depois. Não sei de onde eu tirei coragem pra dizer um negócio desses, mas não me arrependo. Só o jeitinho com que ela corou e sorriu pra mim já me fez esquecer de toda a vergonha.
Deixamos a cozinha impecavelmente limpa, e seguimos de volta até o sofá, onde eu, com a súbita coragem que tomou conta do meu corpo, decido me sentar primeiro, com as costas encostadas no braço do estofado, e a puxo pra se sentar entre minhas pernas, com as costas apoiadas em mim.