Capítulo 9

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Quando acordei Michael já tinha desaparecido. Telefonei-lhe a perguntar se podia passar pelo seu quarto dali a um bocado. Ele assentiu e vesti rapidante umas calças e uma t-shirt. Apanhei boleia dos meus pais para o Hotel e, depois de cumprimentar Natália, dirigi-me para o quarto 537. Michael abriu a porta e recebeu-me com um rápido beijo. Entrei na salinha de estar, que se encontrava vazia, assim como os dois quartos.

- Queres alguma coisa para comer? - perguntou Michael. - Tenho pizza e... - vasculhou na pequena bancada - ... pizza.

Escolhi a primeira opção. Sentei-me ao lado de Michael, deliciando-me com a fatia de pizza. Repentinamente Michael atirou-se para cima de mim e roubou-me a minha fatia de pizza, que rapidamente engoliu.

- Acho que não tenho mais nada a fazer aqui - disse eu levantando-me.

Michael agarrou a minha cintura.

- Não vais a lado nenhum.

Decidi ceder e sentei-me de novo. Empurrei-o contra as costas do sofá e coloquei as minhas pernas à sua volta. Unimos os nossos lábios num longo beijo. Michael levantou-se lentamente, levando-me consigo para o seu quarto. Deitou-me na sua cama e colocou-se por cima de mim. Continuávamos com os nossos lábios juntos. Agarrei na sweat de Michael e despi-a com alguma dificuldade. Michael despiu a minha também. Percorreu a minha barriga, deixando beijos molhados ao longo dela. Cravei as unhas nas suas costas, enquanto Michael sugava a pele do meu pescoço, deixando nela uma marca vermelha. Michael desapertou o fecho das minhas calças, tirando-as de seguida. Percorreu levemente com a sua mão as minhas pernas. Afastei-me ligeiramente dele. Sentia a sua respiração no meu peito.

- Não posso... - murmurei. Michael cobriu-nos aos dois com o cobertor.

- Não podes ou não queres?

- Não posso. - parecia tão acertado o que nós íamos fazer a seguir, mas sabia que não podia ir para cama com um rapaz pouco depois de o conhecer. - É tudo muito rápido, e eu nem sei bem o que fazer. Desculpa.

- Eu compreendo. Eu também não sabia o que fazer na minha primeira vez.

- Porque é que pensaste que esta ia ser a minha primeira vez? - achava que não tinha dado sinais da minha insegurança.

- Porque eu conheço-te, Jen. Eu senti a tua hesitação em tirar a minha camisola, mas mesmo assim tu tiraste. Fizeste isso porque achaste que era acertado, porque achaste que eu ia gostar. - parou um pouco para recuperar o fôlego - tu fizeste isso por mim, e se não quiseres avançar mais do que isto eu não me importo. A escolha é tua, e se não te sentes à vontade eu não te vou pressionar.

O discurso de Michael deixou-me surpreendida. Nunca pensei que ele nos poucos dias em que estivemos juntos me conseguisse conhecer tão bem. Sem saber o que responder, Michael perguntou:

- Estou certo?

Assenti com a cabeça enquanto ele me puchava para mais perto. Passou a sua mão levemente pela minha cara. Encostei a minha cabeça ao seu peito, pensando bem no que estava a fazer. Estava dentro da cama com um rapaz fantástico, que conhecera apenas há cinco dias e de quem eu pouco sabia. Já tinha estado em minha casa e saíra às escondidas para passar a noite com ele. A minha decisão não fora a mais sensata, mas estava a adorar cada momento. Acho que por vezes é necessário fazer algo fora do normal, senão a vida torna-se aborrecida. Já era uma menina crescida, podia tomar as minhas próprias decisões. Apesar de estar tudo a ser demasiado rápido, achei que estava a ser uma das melhores experiências da minha vida. Michael era sem dúvida um ótimo rapaz. Acho que ele pensava exatamente o mesmo que eu.

- Como é que foi a tua primeira vez? - perguntei repentinamente a Michael.

Ele soltou uma leve gargalhada antes de responder.

- Hannn... já foi há algum tempo, não me lembro muito bem.

- Mas foi a tua primeira vez.

- Pronto, ok. Ela era uma rapariga mais velha e eu tinha 16 anos. Ela fez-me essa proposta e eu aceitei. Foi uma das maiores parvoíces que fiz, porque ela decidiu filmar-nos. - disse Michael envergonhado.

- Não estás a falar a sério...

Michael assentiu com a cabeça. Levantou-se da cama e saiu do quarto, deixando-me sozinha. Não conseguia perceber a razão de alguém fazer aquilo a Michael. Voltou pouco tempo depois, com uma cassete na mão.

- Está aqui tudo. Ela depois deu-me a cassete. Toma, podes ficar com ela.

- Eu não quero essa cassete.

- Então podemos vê-la juntos uma destas noites.

- Mas eu também não quero vê-la.

- Vá lá, Jen. Eu quero que tu saibas como é que eu era antes e como é que eu evoluí.

- Céus, Michael, não te quero ver a fazer sexo com uma rapariga qualquer. Se eu te vir a fazer sexo com alguém é comigo, não é com uma vadia que tu conheceste com 16 anos.

Michael fixou os seus olhos nos meus.

- Estás mesmo a considerar fazê-lo comigo?

Não sabia bem o que lhe responder. Aquelas palavras tinham-me saído da boca para fora, mas as verdades saem nos momentos mais inesperados.

- Sim, mas não já - disse - não sei... é que eu tenho medo de tomar uma decisão errada fazê-lo contigo ou ao não o fazer. E se faço e depois acaba mal? E se decido não fazer e perco uma das coisas mais maravilhosas que me podem acontecer na vida? E se eu não for suficientemente boa para ti? - Michael escutava com atenção - Sempre que te vejo o meu coração acelera e sinto-me especial. Fizeste-me fazer coisas que eu nunca faria com mais ninguém, mas que eu não hesitei em fazer contigo. É que eu gosto mesmo de ti, eu quero fazê-lo contigo, mas apenas não sei se será o mais acertado.

Permanecemos em silêncio. Não conseguia perceber o efeito que o meu discurso tinha causado no Michael, pois este permanecia com a mesma expressão desde o início da conversa. Aconcheguei-me no seu corpo, enquanto ele permanecia calado, provavelmente pensando no que ia dizer a seguir.

- Serás sempre boa o suficiente para mim, Jen. Não me importo com as tuas decisões em relação a este assunto, desde que não estrague o que nós temos agora.

Colei os meus lábios aos seus, depositando neles um longo beijo. Michael acariciou levemente a minha perna, provocando-me arrepios. Com a outra mão, brincava com os caracóis do meu cabelo.

O meu relógio apitou de repente, indicando as 14 horas.

- Porra, já devia estar a almoçar com os meus pais. - exclamei, levantando-me rapidamente da cama. Procurei as minhas roupas no meio da confusão do quarto.

- Ficas bem em roupa interior - suspirou Michael.

- Ainda bem que gostas. Tenciono andar assim vestida mais vezes. - respondi-lhe atrevidamente. Esperava que o encontro que acabáramos de ter se repetisse mais vezes. Vesti a minha roupa e despedi-me de Michael com o beijo rápido, antes de sair apressadamente do seu quarto.

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