Capítulo 15
Morto? Como morto? Não podia ser verdade! Devia haver algum engano.
Dona Bilóca, mais preparada para esse tipo de situação do que nós, falou mais alguma coisa com a pessoa do outro lado da linha e desligou.
Eu e Leonardo apertávamos as mãos, esperando que Bilóca dissesse que haviamos entendido mal e que Bruno estava bem. Mais infelizmente não foi isso que aconteceu.
Com os olhos cheio de lágrimas ela disse:
-Meninos, acho que vocês entenderam bem o que le disse.
-Bruno esta morto? Foi isso que ele disse? - Leonardo perguntou em um sussurro.
-Infelizmente, é isso mesmo, meus queridos. O nosso anjinho Bruno se foi. O Dr. Disse que ele não resistiu ao impacto da Batida do carro. Nem mesmo deve ter sabido o que aconteceu.
Eu e Leo em um gesto conjunto abraçamos dona Bilóca e choramos por vários minutos.
-Não é possivel que isto esteja acontecendo- Eu dizia aos prantos.
-Eu não acredito! Não o Bruno. Porque ele? Por quê? Por quê? Me diz Tomás. - Leo me perguntava enquanto me segurava pelo rosto, em tom desolado.
Os outros moradores da república que estavam nos seus quartos sairam para o jardim ao ouvir nosso choro. Todos ficaram igualmente desolados. Durante o dia vários alunos vieram confirmar o que pensavam ser boato, outros vieram simplesmente para estar por perto. A notícia se espalhou na velocidade do vento. Eu sabia que Bruno era popular e querido, mas só percebi a dimensão das pessoas que ele alcançou, ao olhar do terraço para o portão e ver um número enorme de flores. que os alunos traziam e velas que eram deixadas acesas dentro de cilindros transparentes.
Durante toda a noite as pessoas iam chegando e algumas traziam violão e cantavam as musicas do Pearl Jam, que eram conhecidamente as preferidas de Bruno.
Eu me lembrei daquela última vez em que fizemos amor na sala de Daniel.
Amor? Será que a morte dele estava me fazendo romantizar a situação?
Hora, por que diabos eu ainda me enganava?
E claro que nós haviamos feito amor. Nós nos amavamos sim, não do mesmo jeito que eu amava Leonardo. Mas nós nos amavávamos do nosso jeito.
Haviam aparecido também alguns canais de televisão que vieram documentar a trágica história da morte de um dos mais brilhantes bolsistas, que vindo de uma famílha pobre se tornara lider estudantil de uma das mais importantes universidades do país.
Na televisão corespondentes internacionais mostravam o local do acidente e os ferros contorcidos do carro. Olhando para as imagens ficava dificil de acreditar que Daniel havia sobrevivido com apenas algumas escoriações.
Leonardo me abraçou por trás e beijou minha nuca.
-Amor vamos deitar. Amanhã cedo temos que buscar os pais de Bruno na rodoviária.
A família de Bruno, o pai a mãe e uma irmã eram gente humilde. Moravam numa cidade pequena no interior do estado. Eles se recusaram a vir de avião, pois os três tinham pavor de voar. Eles não tinham dinheiro para uma emergência destas. Por isso compramos passagem de ônibus para todos. Alguém teve a feliz idéia de fazer uma vaquinha pela imternet e em menos de 24h já estávamos alcançando nosso objetivo e teríamos dinheiro para bancar as despesas do funeral translado do corpo e despesas de viagem para quem fosse ajudar.
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Um Amor Diferente
AcakTomás vindo de família muito rica e Leonardo criado em um orfanato, não sabiam, mas tinham muito em comum em seus passados. Ambos tinham trabalhado arduamente para superar os seus traumas. Eles amavam o seu trabalho no centro de pesquisa da univer...