O jogo: Dizem que a pessoa ou tem o que precisa para jogar ou não tem.
Minha mãe foi uma das melhores jogadoras. Eu, por outro lado... Estou meio perdida.
No instante que abro os olhos, sinto uma onda de dor passar por minha cabeça.
Ressaca.
Pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade. E droga. Minha cabeça gira um pouco, mas vejo claramente o estranho nu que está deitado no chão ao lado do sofá que eu dormi, e nem precisa dizer que estou nua também.
Me cubro com uma toalha e jogo uma almofada para cobrir a bunda do estranho. Ele acorda.
- Isso aqui é... - ele diz meio sonolento pegando meu sutiã que está do lado da sua cabeça.
- Nossa, que situação surreal, melhor você ir embora - passo por cima dele, pego meu sutiã e vou em direção a escada.
- Por que não volta aqui e a gente continua de onde paramos? - ele diz se sentando.
- Não, sério. Vai nessa. Eu me atrasei e não é legal se atrasar logo no primeiro dia de trabalho - viro pra ele e forço um sorrisinho.
- E você mora aqui mesmo? - ele diz vestindo suas roupas.
- Não - respondo rápido.
- Ah.
- Moro, mais ou menos! - digo sem jeito.
- Ah. É bonito, um pouco empoeirado, esquisito, mais é legal. Como é morar mais ou menos aqui? - Ele fala, analisando a casa cheia de caixas e móveis cobertos.
- Me mudei há duas semanas de Boston. Era a casa da minha mãe. Vou vende-la.
- Oh, sinto muito.
- Por quê? - questiono.
- Você disse "era"?
- Oh, minha mãe não está morta. Ela está... Sabe de uma coisa? Não temos que fazer aquela coisa. - falo fechando a toalha ainda mais no meu corpo.
- Você que sabe. - ele diz despreocupado.
- Não, aquela coisa: trocar detalhes, fingir que nos importamos. - digo meio desconfortável. - Eu vou lá em cima tomar um banho, e quando eu descer você não vai estar aqui, então.... thauzinho. An...
- Derek. - ele diz estendendo a mão.
-Certo, Meredith. - aperto sua mão, torcendo para que ele vá embora logo.
- Meredith. - ele me encara com um sorriso de canto.
- Sim.
- Prazer em conheça-lá. - diz terminando de vestir a camisa.
- Tchau Derek. - falo me virando e subindo as escadas o mais rápido que posso.
Quando desci ele já tinha ido embora, então só peguei a minha bolsa e fui para o hospital.
🤍
Richard Weber
Vocês vieram aqui hoje na esperança de entrar no jogo. Um mês atrás, vocês estavam na faculdade de Medicina tendo aulas com médicos. Hoje, vocês são os médicos.
Os sete anos como residentes de cirurgia serão os melhores e os piores de suas vidas. Serão testados até o limite. Olhem ao redor. Cumprimentem seus adversários. Oito de vocês vão mudar para uma especialização mais fácil, cinco não vai aguentar a pressão, dois vão ser convidados a se retirar. Esta é sua linha de partida. Está é sua arena. Como vão jogar, é com vocês.Meredith
Como eu já disse... estou meio perdida.
🤍
No vestiário do hospital os residentes começam a chamar os seus internos.
- Só seis mulheres em um grupo de 20? - falo para uma mulher logo atrás de mim.
- É. E ouvi dizer que uma é modelo. Tenha dó, agora que não respeitam a gente mesmo - ela faz uma careta.
- Você é a Cristina, certo? - pergunto e ela assenti.
- Com que residente te colocaram? Fiquei com Baily. - Ela diz vestindo o jaleco.
- O nazista? Eu também. - assinto.
- Pegou o nazista? Eu também - Um cara do outro lado diz. - Pelo menos seremos torturados juntos. Prazer, sou George O'Malley. - ele vem em nossa direção - Nos conhecemos na festa de apresentação. Você estava de vestido preto com uma fenda do lado, sandálias de tiras e... E já estão achando que eu sou gay né.
Cristina faz uma cara de deboche e sai, continuo ali parada sem saber o que falar com o cara. Então só aceno com a cabeça e tento não rir.
- Eu não sou gay não. E que assim, sua presença foi meio marcante pra mim sabe - ele diz meio desajeitado. Então, antes que eu tivesse que falar algo, alguém chama os nossos nomes.
É agora que vamos conhecer a nossa residente.
- É ela o nazista? - diz Cristina surpresa ao ver a mulher negra, de 1,50m de altura e cabelos curtinhos escorada no balcão no final do corredor.
Seguimos na direção dela.
- Pensei que o nazista fosse homem - diz George também surpreso.
- Pra mim nazista é nazista - digo.
- Vai ver é inveja da eficiência. Ela deve ser genial e a chamam de nazista porque tem inveja. Ela pode ser legal. - diz uma loira, alta passando pela Cristina.
- E essa é a modelo - diz Cristina em tom debochado.
- Oi, meu nome é Isobel Stevens, mas todos me chamam de Izzie. - diz a loira para a Dr. Baily estendendo a mão.
A Dr. Baily olha pra ela de cima em baixo e revira os olhos.
- Eu tenho cinco regras. Decorem logo. Regra número um: Não adianta me bajular, eu já odeio vocês e nada vai mudar isso. Regra número dois: Prontuários, lista de telefones, pagers. As enfermeiras vão ligar e vão atender cada chamado voando. Voar essa é a regra número dois. Seu primeiro plantão começa agora e dura 48 horas...
1 hora depois
-... Vocês são internos, lixo, ninguém, o nível mais baixo da cadeia alimentícia cirúrgica. Fazem exames, anota pedidos, trabalham cada noite até caírem e não reclamam. Salas dos plantonistas. Os médicos adoram. Durmam quando e onde puderem, o que me leva a regra número três: Se eu estiver dormindo não me acorde, a menos que seu paciente esteja morrendo. Regra número quatro: É melhor que o moribundo não esteja morto quando eu chegar lá, pois além de ter matado alguém, vai ter me acordado sem motivo. Entenderam?
- Você disse que eram cinco regras. Foram só quatro - digo meio apreensiva.
O pager da Dr. Baily toca e ela começa a andar.
- Regra número cinco: quando eu andar vocês me seguem. - então ela corre - Saiam da FRENTE - grita para os que estão no corredor. E a seguimos.
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Grey's Anatomy - O Livro - By Geisa Rafaela
RandomUma livro baseada na série Grey's Anatomy. Espero que gostem ❤