to the edge of the love; jjk

chapter one; the begin🕹

Seoul, Coreia do Sul
Clarice's house
09h45 at morning.

— O que houve de tão grave para você nos ligar desesperada? — disse Bogum, ofegante. Ele deve ter corrido da cafeteria até aqui, já que não é tão longe. Logo, apoia as mãos no joelho, como se estivesse com dor nas costas aos 70 anos. — Eunji disse que você parecia... em pânico.

— Gente, preciso que venham aqui e vejam se eu não estou louca. Eu bebi um pouco demais ontem, vocês sabem que um pouquinho já me derruba. Talvez seja ressaca...

— Para de tentar se explicar e fala o que foi, por favor? — Kangjoon disse impaciente.

— Venham comigo.

  Os guio até meu quarto. Vou em passos trêmulos, mas não lentos. Agora é hora de agir! Porém assim que chego na porta, hesito. Tenho que agir mesmo? Ji percebe meu dilema e coloca a mão em meu ombro, para me encorajar. Logo, abro a porta.

— Meu Deus, realmente tem um homem aqui! 'Tô passada, chocada — sussurrou a Han. Ensinei a ela alguns memes brasileiros, já que eu vivo soltando vários.

— Vocês estão vendo, sim? — pergunto.

  O garoto me olha, curioso, tentando entender o por quê de estarmos amontoados na porta do meu quarto. Seus olhos redondos nos analisam com cuidado, e parecem não chegar a nenhuma conclusão. Ele parece um pouco tímido, mas seu entusiasmo se sobressai.

— Oi! Vocês são amigos da moça? Muito prazer, eu sou o Zero! — pronunciou animado. Ele estava... meio abatido e deslocado, mas ainda assim, tentava não transparecer.

— Lice, esse garoto parece ter saído do jogo... — foi a vez de Bogum dizer baixinho. — Mas sei lá, talvez eu também esteja doido.

— Jogo? Por que todos insistem nisso? Eu não saí de um jogo. Só porque vim de um lugar no qual não conhecem e minha aparência é diferente, não significa que eu tenha vindo de um jogo.

— Ah, com certeza você pirou. E a má notícia, é que piramos também. Preciso ir ao médico urgentemente. Acho que estamos todos em coma. Só pode ser isso.

— Coma, Kangjoon? Juntos? Estamos todos em coma, juntos? Pelo amor de Deus, vamos respirar. Lice, isso fica pior? Diz que não...

— Relaxa Ji, não fica. — falo em direção à minha amiga. Em tom de ironia, porém ela não parece ter entendido. 

— Sério? Ufa, achei que...

— Não, não é sério. Você quem pediu para eu dizer. Vamos, vamos.

  Saímos da porta do quarto e vamos em direção ao quarto de hóspedes. Quando eu abro a porta, os três atrás de mim faltam cair duros no chão.

— Eu disse que estava mentindo, viu. Gente, eu 'tô louca?

— HYUNGS! — gritou Zero. Espera, quando ele saiu do quarto?!

  Os outros o olharam, pareciam surpresos. Eles levantaram, assim que o garoto furou nossa barreirinha na porta. Zero passou rápido perto de mim, mas seu cheiro ficou no ar. E uau, o perfume dele é bom demais. Foco, Clarice!

  O mais alto pareceu analisar Zero, como se procurasse algum sinal de ferimentos. Após constatar que ele estava bem, se abraçaram, como dois irmãos que não se viam fazia tempo. Logo que se separaram, Zero foi para trás dos outros.

— Muito bem, já que estamos aqui, apresentem-se por favor. — Peço sabendo que fazer muito caso disso só tornaria as coisas ainda piores.

  E assim todos se apresentaram, um por um.