Pesadelos de Aniversário

Capítulo 1

Jyugo estava no terraço, com a expressão em surpresa e horror, observava os corpos de seus amigos no chão do lugar. Estavam cobertos de sangue e semblantes em total horror. O garoto tremia e não conseguia entender, porque eles morreram? Quem os matou? Porque mataram eles ao invés de si?

De repente sentiu uma presença atrás de si, uma presença conhecida e assustadora, esta que lhe tocou nos ombros e sussurrou no ouvido:

-Hehe... Meus parabéns Espécime N15°, me deu orgulho usando estas preciosas armas que você carrega. Não achei que iria usar contra seus amigos, mas, fico feliz que as testou neles.

Estava de costas e mesmo que não pudesse ver, sabia que este sorria de forma sádica, como sempre, este sorriso diabólico nunca abandonaria o rosto desse cara.

-Bem, foi um prazer ver esta cena em primeira mão, mas vou indo, talvez eu o visite, afinal é seu aniversário, não perderia por nada neste mundo. Até amanhã Espécime N15º

O Elfo deu uma bagunçada no cabelo preto de Jyugo e logo se afasta, indo embora dali, deixando o outro sozinho.
Jyugo olhou para as mãos... que estavam transformadas em lâminas, mas em segundos voltaram ao normal, as mãos estavam com sangue, e seu rosto com alguns respingos do líquido vermelho. Seu corpo começou a tremer e as lágrimas começaram a escorrer pelos olhos de cores diferentes.

Correu para onde seus amigos estavam. Se recusava a acreditar naquilo, ele não poderia fazer isso com eles, nunca faria, nem se o ameaçasse de matá-lo. Se importava mais com seus amigos do que consigo mesmo, eram mais que amigos, eram sua única família, as únicas pessoas com quem podia contar e sabia que nunca iriam julgá-lo e apontar dedo. Daria a vida para os manter a salvo de qualquer mal do mundo.

Primeiro foi para um moreno baixinho de cabelos verdes, que tinha a franja longa cobrindo os olhos, podia se ver a trilha seca de lágrimas pelas bochechas morenas do menino mais novo.

-Nico....

Andou até o corpo e se colocou de joelhos. Tirou a franja do outro dos olhos alheios, observa o rosto do jovem menino, que antes transbordava alegria e inocência, sorrisos fofos de criança, os olhos escarlates curiosos e brilhantes. Mas agora o sorriso se foi, a alegria passou longe, os olhos antes que transbordavam curiosidade, tinham horror.... Os cabelos estavam melados de sangue, a garganta estava cortada, o estômago estava com vísceras para fora. Abraçou o corpo do moreno, não ligando se estava com sangue e nem se importando se estava com ânsia de vômito pelo cheiro de sangue.

Carregou Nico até aonde o próximo defunto se encontrava, o deixando perto.

Deixou o abraço e foi para o amigo seguinte.

-Rock...

Se ajoelha ao lado do corpo do homem forte de moicano vermelho, que estava com uma abertura nas costas, dando para ver os ossos. As mãos do mais velho estavam separadas do corpo, mas não muito distante. Apanhou as mãos alheias e se aproximou do corpo de Rock.

Céus.... Parece que foi de manhã quando ele lhe falava com toda animação do mundo sobre culinária e sobre o cardápio do almoço que ele conseguiu com o cozinheiro que trabalha alie que é seu amigo. Abraçou ele também mesmo com certa dificuldade graças a diferença de peso corporal, mas não importava, nunca importou e não era agora que iria se importar...
O ajeitou no chão, e partiu para o último corpo, que estava mais distante dos outros dois.

-Uno....

O choro se intensificou mais que antes.... Se ajoelhou, trazendo o corpo para mais perto de si.

Os cabelos loiros com mechas rosas estavam com sangue, a típica trança que o mesmo usava estava fora do couro cabeludo, no chão em uma poça de sangue. Tinha uma cicatriz grande no rosto do loiro europeu, coisa que se Uno estivesse vivo, estaria querendo matá-lo por ter feito isso com “seu belo rosto e perfeito”, era um homem com vaidade enorme, mas Jyugo sabia que sua simpatia e empatia pelos outros eram maiores ainda.

Abraçou-o enquanto acariciava os cabelos loiros agora curtos demais...
Em sua mente conseguia imaginar o loiro sorrindo de forma radiante e convencida, por ter ganhado mais um jogo de cartas contra os amigos. Nenhuma novidade afinal, ele sempre ganhava os jogos, não importava qual era, bastava explicar as regras e pronto, era campeão. E ainda lembra das noites em que o loiro lhe ajudou com pesadelos, o deixando dormir consigo, lhe ajudou na época.

Levou Uno até perto dos outros dois que estavam no chão, o pondo ali perto.

-Me perdoem... eu juro que não fiz por querer.... Por favor eu quero que voltem para mim.... Por favor eu juro que vou proteger vocês...

Se aproxima dos corpos de seus amigos e os abraça de uma vez, imaginando eles os abraçando de volta.
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Pesadelo – off

Jyugo acorda com os olhos cheios de lágrimas, suor escorrendo pelo rosto e tremendo por inteiro, se sentou na cama, se encolheu na cama dura que dormia, abraçava as próprias pernas e coloca a cabeça no joelho...

As lagrimas não paravam de descer, o que piorava as coisas é que ele estava longe de seus companheiros de cela, queria saber como eles estavam, se estavam bem.... Essa era a única coisa que o tranquilizaria de verdade.
Amaria ouvir os típicos sons que os três faziam a noite, antes considerava irritante e sempre fugia para a sala de descanso de Hajime, onde tinha sossego e podia dormir em paz. Mas agora era tudo que queria ouvir, sentia saudade.

Continua......