Capítulo 7

8 2 1
                                    

O jogo finalmente acabou e os Leons ganharam.

Rachel se levantou e Lucy se aproximou.

― Parece que a festa na casa do Justin vai rolar! ― Disse a garota de cabelos escuros, ansiosa. ― Vocês irão, né? ― Perguntou fitando eu e Thomas.

― É claro. ― Respondeu o garoto ao meu lado, desanimado.

― Eu não sei. ― Falei meio incerto. ― Não costumo ir à festas, porque não gosto.

― Thomas vai nos levar, né? ― Perguntou Rachel fitando o moreno e o mesmo arqueou uma sobrancelha.

― E eu tenho escolha? ― Ele cruzou os braços.

― Não. ― A menina de cabelos castanhos sorriu. ― Bom, vamos? ― Perguntou e todos se levantaram, menos eu. ― Harris?

― Eu acho que não vou. ― Encolhi os ombros.

― Ah, vamos lá! Você precisa socializar. ― Lucy falou.

― Vá a festa, Harris. ― Rachel me encarou. ― Por mim. Por favor!

― Ok! ― Me rendi e Campbell sorriu vitoriosa. ― Só tenho que fazer uma ligação. ― Tirei celular do bolso.

Disquei o número do Joey. Ele demorou um pouco, mas finalmente atendeu.

― Oi, pai.

Oi, filho. E então? Os Leons ganharam o jogo?

Sim e vai ter uma festa para comemorar.

Oh... ― Deu uma pausa. ― E você está pensando em ir?

Sim, eu acho.

Tudo bem.

Tudo... bem?

― Você precisa fazer amigos. Será bom pra você. ― Disse e tive certeza de que ele estava sorrindo. ― Volte antes das 11.

― Ok. Valeu, pai.

Se cuide. E o mais importante: se divirta. ― Falou e encerrou a ligação.

― E então? ― Rachel perguntou fazendo um barulho com a boca.

― Vamos, antes que eu mude de ideia. ― Enfiei o celular no bolso e ajeitei a mochila nas costas.

Eu estava com um pressentimento ruim, mas mesmo assim fui com eles à festa.

Saímos da escola e entramos no carro branco do Thomas. Eu e Rachel sentamos nos bancos de trás e Lucy se sentou ao lado do seu namorado no banco da frente.

O moreno deu partida, mas Rachel o interrompeu de sair:

― Espere um pouco.

― Por quê? ― Thomas a olhou e a mesma fitou a janela.

― Mais uma pessoa vai com a gente.

Olhei pela janela e vi Jake se aproximando.

― Você perdoou esse idiota depois do que ele fez? ― Thomas perguntou, indignado.

― Ele não fez nada! ― Respondeu a garota ao meu lado e a porta do carro foi aberta. ― Oi, amor! ― Disse dando espaço para o Jake.

― Oi, Rachel. ― Respondeu seco.

"Oi, Rachel". Vi que Campbell ficou meio magoada com aquilo.

Thomas saiu com o carro e em menos de 3 minutos chegamos na casa do tal Justin.

Ela é realmente uma mansão.

Passamos pelo grande portão de ferro e Thomas parou o carro em um canto do grande jardim.

― Uau. ― Falei saindo do carro.

― Se você está assim agora, imagina quando entrar. ― Thomas riu.

Andamos até a entrada e um garoto alto e moreno abriu a porta.

― James, você veio! ― Jake fala e me estremeci por ouvir o nome do rapaz, me lembrando do pesadelo que tive hoje.

― Eu não iria faltar uma festa, né Jake! ― O garoto respondeu. ― Entrem! ― Deu espaço para nós.

Entramos e meus ouvidos já foram dominados pela música alta.

Muita gente estava lá. A sala era bem chique e arrumada.

Algumas pessoas andavam até a parte de trás da casa e fiquei curioso.

― O que têm lá atrás? ― Perguntei para Thomas, mas não foi ele quem respondeu.

― Uma piscina. ― Disse um garoto branco de olhos castanhos se aproximando e eu fiquei tenso.

Uma piscina.

E quem é você? ― O mesmo menino perguntou me fitando.

― Noah. Sou aluno novo.

Isso tudo só pode ser coincidência.

― Eu sou o Justin. ― Se apresentou, sorrindo. ― Fique à vontade, Noah. ― Deu um tapinha no meu ombro e se afastou.

Vi Thomas perto de uma mesa cheia de bebidas e fui até ele.

― Eu queria falar com você. ― Retruquei quase gritando por causa da música alta.

― Fale. ― Respondeu botando um pouco de ponche em seu copo.

Minha intenção era falar sobre o meu pesadelo.

― Não aqui, está muito lotado. ― Olhei ao redor.

― Ah, de boa. ― Virou o copo em sua boca. ― Vamos lá fora.

― Acho melhor não. ― Neguei vendo o estado do meu amigo. Ele não parecia... bem.

Thomas contraiu a mandíbula, sem saber onde eu queria chegar.

― Me dê uma caneta e uma folha de papel. ― Ele estendeu a mão.

Abri a minha mochila e lhe dei os objetos.

Ele anotou algo na folha e logo me entregou ela.

― Quando quiser falar, é só me mandar mensagem. ― Se afastou e eu olhei o seu número anotado na folha de papel.

Thomas e Rachel foram até a parte de trás da casa e eu me assustei ao ouvir pessoas gritando.

A barulheira vinha do quintal.

Engoli em seco e fui até a área da piscina. Algumas pessoas gritavam, outras choravam e uma ou duas estavan apenas de boca aberta, chocadas e assustadas.

Acompanhei o olhar de todos e arregalei os olhos ao ver o que estava acontecendo.

•••
Continua...

Que Se Torne RealidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora