único;

2.8K 243 212
                                    

Dormir com Han Jisung é como dormir com um gatinho. 

Por mais que na maioria das vezes seja ele quem me chama de "gatinho", e o dono dos três felinos que rondam a casa seja oficialmente eu, o pequeno garoto de bochechas fofas se assemelha muito com um gato. 

A começar pela hora que vamos dormir; seu corpo cheiroso e cansado se embola entre as cobertas independentemente do clima que faça no ambiente. Ele sempre está ali, com seu corpinho embrenhado nos panos macios deixando apenas a cabeça para fora e as mãozinhas segurando a barra do cobertor enquanto me espera deitar ao seu lado. 

Quando eu finalmente me junto ao mais novo em nossa cama espaçosa ele relaxa completamente, se aproxima devagar e abriga-se em meu abraço. Como um gatinho. 

Ficamos juntinhos no colchão, ele murmura coisas desconexas quando o sono começa a se apossar de seu corpo, levando seus pensamentos para longe. Costumamos não nos separar enquanto os dois ainda estão dormindo, meus carinhos sempre colaborando para que seus olhos fechem e ele comece a ressonar profundamente, às vezes roncando baixinho. Como um gatinho. 

Durante a noite meu pequeno garoto já fica mais agitado, sempre rolando para lá e cá no colchão como se não estivesse dormindo e sim impaciente com algo. Suas mãos, no entanto, sempre procuram estarem agarradas à minha camisa, apertando os tecido entre os dedos como se não quisessem que eu saia da cama.

 E eu não sou nem doido de cogitar essa possibilidade. 

Às vezes ele levanta pela madrugada para beber água ou ir ao banheiro, mas geralmente isso acontece quando maratonamos algum filme até cairmos no sono ou chegamos bêbados de alguma festa - mas esse último são raros os momentos, já que ele não gosta tanto assim de beber. 

Entretanto, quando o contrário acontece e eu necessito me levantar para tirar água do joelho ou ir na cozinha refrescar a garganta, sua manha aumenta em 1000%. Geralmente ele se agarra em meu pescoço sem dó alguma, murmurando coisas desconexas  as quais nunca consigo decifrar. 

"Han-ah, eu preciso ir ao banheiro" murmuro ao pé do seu ouvido como única forma de fazer com que ele me largue.

 Se eu disser que estou indo beber água ele costuma abrir um único olhinho e sussurrar com sua voz falha pelo recente sono "Hyung, você não está morrendo de desidratação, pode dormir mais um pouquinho." 

Manhoso como um gatinho. 

Quando eu finalmente volto para o quarto ele está lá, os olhos arredondados semiabertos me esperando deitar e os pezinhos balançando impaciente. 

Ele sempre levanta a coberta para que eu me aconchegue o mais perto possível dele, e, quando por algum motivo eu não deito próximo o suficiente, meu pequeno Han se mexe no colchão até que nossos troncos estejam coladinhos, geralmente me abraçando por trás como um coala, passando suas pernas em volta das minhas e os braços sobre meu tórax, me prendendo em um super abraço. 

"Amor, pode me soltar, eu não vou sair daqui" sussurro como se fosse a frase chave para poder me soltar de seu agarre. Nem sempre funciona, é um fato, mas quando eu consigo me desprender desse gatinho grudento ele se vira no colchão esperando a nossa tão conhecida conchinha. E é óbvio que ele é a de dentro, carente assim por atenção não aceita menos que um carinho na barriga e um cheirinho no cangote enquanto meu abraço o deixa aquecido. 

Nossa própria bolha de amor. 

"Eu te amo, Minho hyung" é sua fala diária para esse nosso momento agarradinho antes de fechar os olhos e cair novamente - ou pela primeira vez na noite, dependendo da situação - no sono. 

"Eu te amo mais, bebê" costumo sussurrar ao pé de seu ouvido para que fique bem guardado na memória. Geralmente ele sorri e aperta sua mão sobre a minha, mas quando está muito cansado ele ao menos tem energia o suficiente para isso. Eu não me importo muito com essa parte, apenas quero que ele saiba o quanto eu amo ele. 

Mi gatito - Minsung - OneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora