Infãncia
Menina cresce, brinca, vive sua inocência em liberdade em um pequeno vilarejo, chamado São Lourenço lugar tranquilo onde todos se conhecem, localizado no Maranhão fronteira com Pará, fronteira esta onde Pará e Maranhão são separados pelo Rio Gurupi. Cultura que se mistura, costumes, religiosidade, linguagem, etc. Região onde as pessoas são privilegiadas com um Rio de água doce, pessoas de um bem em comum humildade e união, ao caminhar pelas ruas o costume é a cordialidade e o respeito com o outro. Lembrança de quando criança ao cair da noite, contemplar o luar e junto com outras crianças, na ausência da lua, uma fogueira clareava, sem energia, sem televisão e sem internet, apenas um radinho do pai que as vezes tocava outras não, chiava mais do que panela de pressão. Então a noite juntavam-se a pequena menina, irmãos, a Minga, Teca, Buti, Zinho, Morena,etc. Todas as crianças da rua se juntavam em um campo de fubebol em frente a casa da menina no centro, meio de campo sentavam e iniciavam uma pequena reunião para começo de brincadeiras, ocorria a votação para a escolha da primeira. Caiu no poço, pega-pega, cantiga de roda, contos de histórias assombrosas, como os contos de lendas do lugar contados pelos mais velhos, o pezão homem gigante que andava a meia noite pelas ruas, o calça molhada que atravessava o rio também a meia noite entre outros, a famosa pira de bujão, a brincadeira com o raminho onde todos ficavam agachados em círculo de olhos fechados, um com o raminho corria em volta de todos cantando, corre, corre a cútia tá de noite, tá de dia, se ficar o bicho pega se correr o bicho come, então escolhia uma das crianças e jogava o ramo quando acabava a música era preciso estar alerta pegar o ramo e correr atrás do que havia deixado se não pegasse seria o próximo a cantar e correr para não apanhar de ramo. Brincavam até os pais chamarem, e lá iam todos para casa escutando o sermão e sob a luz da lamparina de um dos pais tomar banho de novo para ir dormir. Após banho, a garotinha deitada na rede notava os pequenos buracos no telhado feito de palha de coco babaçu, luz que pareciam estrelinhas, eram os pequenos raios que ultrapassavam as palhas, a sensação era boa tanto que fantasiava uma aventura no espaço até o sono bater. Pela manhã, acordava cedo ao som do radinho, levantava lavava o rosto com a água do pote que ficava no giral uma espécie de pia improvizada para lavar louças, tomava café com leite e macaxeira, da fazendinha da vovó paterna que mandava uma vez ou outra, sempre que a pequena menina e seus irmãos iam junto com o pai na caroça da tia puxada por um boi manço. O pai pescador com sua tarafa descia o rio em sua canoa e ia em busca do peixe para o sustento da família e outras vezes ia para o roçado local em cultivava também alimentos. A mãe com uma trouxa de roupas descia para o rio com o casula escanchado na cintura, os irmãos e lá vai a menina com o paneirinho com o pirão de farinha de mandioca para isca e o caniço de pesca para a mãe pescar, nas horas vagas aproveitava para pegar o peixe píaba. Seguia pela trilha, quando chegava as margens do rio lá estavam outras mulheres com suas crianças também, o banho de rio era a melhor parte. A árvore samauma, com suas raízes extensas espalhava pela margem e servia de ponte e as tábuas de lavar se encaixavam nas raízes, eram ótimas para pular no rio, até a mãe advertir sobre o perigo, porém devido a rotina na verdade as crianças pareciam peixes.
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Um pedacinho de mim
HorrorHistória baseado em fatos reais, eu Deuzenir fiz para obtenção de nota na formação de pedagoga.