Entre irmãos

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— Minnie, abra a porta!

Era a décima ou talvez vigésima vez que Taehyung batia na minha porta. Eu ainda estava em choque, não sei se pelo tamanho de certas coisas de Jungkook que acabei vendo — sem querer — ou se era por ter os pego no flagra. Apenas sei que permanecia sem saber o que fazer.

Sei que tenho essa fama besta de pegador, eu saio por aí beijando todo mundo mesmo, mas nesses meus dezoito anos me mantive puro. Quer dizer, me mantive virgem, porque puro eu deixei de ser no momento em que vi aquilo na cozinha.

Levantei como se fosse apenas automático e andei até a porta, destrancando e dando espaço para o Tae entrar. Sentei de volta na cama, o vendo sentar-se ao meu lado e logo me virando para ficarmos de frente um para o outro.

— Eu estava me resolvendo com ele para poder vir me resolver com você. Desculpa te fazer ver aquilo. — Suas bochechas estavam vermelhas, o que me fez rir.

— Bela forma de se resolver com alguém. — Debochei, levando um tapa sem força do meu irmão.

— Sei que ouviu nossa discussão, e também sei que Jungkook está certo. Me tornar seu responsável foi uma coisa muito grande, foi pesado para mim, entende? — Assenti. Eu não estava irritado com ele, talvez um pouco triste por perceber a verdade, mas eu o entendia. — Sabe, Minnie, você é o meu bem mais precioso. Jungkook me disse que você se sente um fardo para mim, mas não, você não é. Quando perdemos nossos pais eu pensei que eu fosse morrer junto, mas só de ter você comigo eu já me sinto um pouco melhor. Cuidar de você é uma coisa boa, mesmo que seja difícil.

— Eu só queria que você tivesse mais tempo para mim. — Expus, já que era verdade. — Queria que você fosse, sei lá, ao cinema comigo ou fizesse qualquer passeio.

— Mas eu fui com você e Jungkook no cinema mês passado.

— Isso foi quatro meses atrás! — Indignei-me. — E fomos os três. Eu queria ir só com você. Não precisamos fazer isso todos os dias, mas de vez em quando. Ou em algum sábado poderíamos ficar vendo filmes. Só eu e você.

— Tá! — Sorriu do jeito que me deixava feliz. — Eu vou mudar. Quando eu voltar dessa viagem eu vou melhorar, te prometo.

O abracei, deixando claro o quanto eu o amava e ouvindo ele dizer que sentia o mesmo.

Isso só faz a minha culpa aumentar, porém foi só sentir o aperto em mim aumentar e sentir o perfume de Jungkook que tal culpa passou.

Eu não tenho culpa de ter me apaixonado.

Se eu não me atirar para cima dele, então não tem problema, não é?

— Quando é a sua viagem? — Direcionei minha pergunta ao Tae.

— Daqui uma semana. — Tae sorriu, afagando meus cabelos.

— Era assim que eu queria ver vocês dois. — Jungkook murmurou, ainda abraçando Tae e eu, nos fazendo rir. — Bem melhor ver vocês rindo do que chorando. Eu pedi uma pizza, querem ir jantar?

Apenas assentimos, mesmo que eu estivesse ainda um pouquinho tímido por ter os pego.

Desci as escadas nas costas do Tae, que disse ter ciúme de quando eu fazia isso no Jungkook, já que anos atrás era nas costas dele que eu sempre pulava. Eu sou baixo, mas não sou tão pequeno assim, não sei como eles me carregam sem reclamar.

Fomos até a cozinha e não demorou para estarmos comendo e conversando. Jungkook avisou ao meu irmão que ficaria ali enquanto o mesmo estivesse viajando e precisou prometer que cuidaria bem de mim.

— TaeTae, eu tenho dezoito anos! — Reclamei em meio a uma risada. — Não sou um bebê.

— É sim, é o meu bebê. — Me abraçou de lado, me arrancando mais uma risada.

My Brother's Boyfriend | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora