é isso, acabou? [♡] kim jisoo

hopely, time will fixes it

“A tristeza durará para sempre.”

– Vincent Van Gogh

[...]

— Kim Jisoo! Saia JÁ desse sofá e abra a merda desta porta para mim!

Lalisa Manobal. Essa é a melhor amiga da nossa protagonista. Sabe aquela que estava tendo suas ligações ignoradas? Então, ela cansou disso e decidiu tirar – mesmo que seja na marra – a Kim do poço de autopiedade e expectativas destruídas no qual se inseriu.

Já tem alguns minutos que Lalisa está do outro lado da porta, e Jisoo se pergunta quanto tempo mais demorará para o síndico aparecer e pedir para que ela vá embora. A cada batida na porta, Jisoo sente-se cada vez mais miserável e egoísta, pois enquanto claramente sua amiga encontrava-se imensamente preocupada consigo e tentava alcançá-la, a única coisa que ela conseguia ter forças para fazer era limpar o seu próprio ranho escorrido na manga de sua blusa — que por sinal já obtinha uma coloração amarela levemente esverdeada em alguns pontos, que honestamente, eca!

E antes que venham as críticas, deixe-me explicar! Não é que nossa protagonista não seja grata por ter alguém que se preocupe tanto com ela. Ela é, e suas amigas são como parte de sua família para si. Só não quer ser um peso para ninguém, Jisoo odeia a sensação de ser uma responsabilidade para alguém. Por esse motivo é que ela decide ignorar as batidas incessantes na porta de seu apartamento e volta a encarar seu entediante teto branco. Minutos continuam a correr até o silêncio voltar a reinar. Um suspiro escapa, ela ainda não decidiu se está aliviada ou desapontada pela tailandesa finalmente ter ido embora.

Click.

Merda, Jisoo pensa. Pelo visto Lisa, com aquela memória de peixinho dourado, finalmente se lembrou da localização da cópia emergencial da chave de seu apartamento. Parece que ela esqueceu que não se deve subestimar a força de vontade, ou teimosia, da amiga afinal.

— Nossa, mas que diabos!? Alguma coisa morreu aqui dentro? Que cheiro horroroso é esse!? Se a Sra. Kim estivesse aqui, nem consigo imaginar o que ela faria quando visse esse apartamento neste estado. Provavelmente, surtaria e depois bateria em ti até que você criasse vergonha na cara.

Resmungando baixinho enquanto ouve os protestos de sua amiga, a Kim simplesmente vira-se pro lado e tenta, inutilmente, fundir-se com o seu adorável e macio estofado – mesmo que o tal estivesse com um cheiro esquisito a alguns dias. Não demora muito até que ela perceba a inutilidade deste ato, já que logo passa a possuir sobre si a presença e atenção de Lalisa. É pratica e, literalmente, arrastada até o banheiro e não demora muito para que sinta a água fria caindo sobre seu corpo lhe encharcando e grudando suas roupas.

Ela sabe que a Manobal não falaria nada, mas consegue sentir os olhares preocupados dela sobre si. Não é para menos, tendo em vista a quantidade, considerável, de peso que perdera nas últimas semanas. Proporcionando-lhe uma aparência chocante e uma silhueta doentia. Sente-se ainda mais patética e digna de pena, e saber que é a razão para ter deixado Lalisa, a personificação de um papagaio tagarela, sem palavras pela primeira vez na vida da tailandesa faz com que a coreana se encolha ainda mais sob a água gélida que bate fortemente contra seu corpo.

Não demora muito para ela estar vestida com alguns moletons limpos e secos que Lalisa separou. Jisoo se pergunta por um instante qual deve ter sido a reação da tailandesa ao entrar no quarto e encontrar os moletons antigos dele espalhados pela cama, todos amassados e cheios de catarro. A visão da careta que a amiga deve ter feito surge rapidamente em sua mente, o que a faz querer rir um pouco.

Ding, dong.

A campainha toca. E logo Jennie e Roseanne estão ali com diversas sacolas da loja de doces favorita da unnie do grupo. Ela pode sentir seus olhos começando a marejar novamente, secando-os de forma quase agressiva.