O dia estava lindo, o céu azul distribuindo a sua glória, o clima agradável e o corpo de dois pilotos em especial ansiando pela corrida.
Tudo o que Sebastian Vettel mais deseja no momento é entrar na sua Ferrari e dar tudo de si para tentar esquecer o que aquela data significa para ele, para os dois. Simplesmente deixar o som do motor alcançar os seus pensamentos e expulsar tudo de lá, deixando apenas a vontade de vencer e o instinto de sobrevivência dominarem porque, nossa, como dói, mesmo depois de tanto tempo. Como continua doendo como se fosse a primeira vez.
Lewis Hamilton não conseguiu dormir bem na noite anterior. Ficou ocupado pensando no que faria, e se faria, algo hoje. Tentaria ir falar com ele? Valia a pena encarar aqueles olhos azuis brilhantes e despertar todos os sentimentos conflitantes que vinham junto com ele? Tristeza, raiva, insegurança, mas acima de tudo, amor.
A paixão sempre moveu Lewis, desde quando ele era uma criança tentando alcançar os seus sonhos. Agora, ele é o sonho à ser alcançado mas não se sente tão bem quanto deveria estar se sentindo. E ele sabe o porquê. Sempre soube. Estava faltando alguém.
E sem ter mais para onde fugir, ambos tendo que esperar as horas passarem para só então fazerem o que mais amam, foi que os dois foram dominados pelas lembranças de um tempo tão diferente dos que viviam agora.
Lewis Hamilton nunca acreditou em amor à primeira vista, e também não tinha tempo para ficar elaborando teorias sobre o assunto porque ele só pensava em ganhar todas as corridas em que competisse, se superando e aos seus adversários. Ele sempre teve muito cuidado ao se aproximar de outros pilotos, porque ele sabia que nem todos iriam tratá-lo bem, da forma que ele merecia.
Mas quando ele encontrou um garoto de olhos azuis tão brilhantes que nenhum céu poderia competir, ele não sentiu medo ou apreensão ao olhar para ele, mas ele viu um amigo, uma pessoa com quem contar, finalmente.
A primeira vez em que eles se encontraram foi enquanto competiam na Fórmula 3, e eles se tornaram amigos.
Mas isso não foi o suficiente para nenhum dos dois.
Sebastian Vettel sempre foi tímido, concentrado no que deveria fazer, mas nunca teve dificuldade em fazer amigos. Não sabia porquê, mas algumas pessoas pareciam ter facilidade em se relacionar com ele, e tudo bem por ele. Ele gostava da companhia. Mas por algum motivo ninguém mais fazia ele se sentir da maneira como Lewis Hamilton fazia.
Ele era o mais divertido, o mais engraçado, e eles tinham tanta diversão juntos. Ele sentia como se o conhecesse à anos.
Mas nessa época eles eram muito novos, e ainda tinham um longo caminho à percorrer. Não conseguiram manter contato por muito tempo depois disso, e cada um foi traçar o seu caminho no esporte, na vida. Claro, eles munca esqueceram um ao outro e o universo também não tinha esquecido deles.
Em 2007, enquanto ambos estavam animados por terem, finalmente, chegado ao ápice do automobilismo mundial, eles se reencontraram.
E eu consigo explicar como foi para vocês, mas apenas eles sabem a verdadeira sensação. Foi como voltar para casa; como um banho de chuva depois de um dia espetarcularmente quente, uma brisa de verão no rosto; o reencontro.
Eles mal conseguiram acreditar na sorte e coincidência naquilo tudo. Os dois estreiando no mesmo ano. Quem diria...
Desde então, com os seus objetivos bem claros, ficou fácil estar próximo um do outro.
Começou com uma conversa para relembrar os velhos tempos, a época de kart e para contar como eles haviam ido parar ali. Depois, eles discutiram os planos para o futuro, e compartilharam seus medos e desejos, de um jeito que nenhum dos dois jamais tinha feito com ninguém. Nem mesmo com seus amigos mais próximos.
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"Amigos" - Sewis
DragosteSobre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Sobre o amor que é maior do que tudo. Sobre acreditar, mesmo que demore.