𝐓𝐫𝐚𝐢𝐧 𝐖𝐚𝐠𝐨𝐧 !¡ 𝐻𝑦𝑢𝑛𝑖𝑛

simplesmente caímos ou nos deixamos cair?

— você está começando a me irritar.

— caralho, que susto. — coloca a mão no peito. — quer me matar, garoto?

— talvez, e você?

hyunjin riu.

— por que estou te irritando?

— você não sabe abrir uma garrafa de cerveja, que tipo de adolescente você é?

— ah, e o senhor sabe da porra toda, né?

o "senhor sabe da porra toda" esticou sua perna empurrando a garrafa para si. pegou uma parte de sua camisa e rosqueou até que conseguiu abrir a garrafa.

— fácil.

hyunjin passou a língua entre os dentes em um sorriso sem graça.

— tá, agora me devolve.

— por que eu faria isso?

— por que é minha e eu nem te conheço.

— se a sua preocupação é se eu sou menor de idade então pode ficar tranquilo amigão. — tomou um gole.

— ei!

— olha, você já estragou minha tentativa de paz, e você tem mais cinco ai com você, sossega o cu.

silêncio.

— estava aí a quanto tempo?

— o bastante pra dar tempo de você passar de um adolescente chorão pra um adolescente bebado.

— não ficou com medo de um estranho aparecer aqui do nada?

— não. você não tem cara de quem faz mal a uma mosca. e aqui é um vagão de trem abandonado, é mais improvável, mas não é como se ninguém viesse aqui.

— por que um vagão de trem?

— eu que te pergunto.

— você primeiro.

— é calmo... e como eu falei, ninguém vem aqui. ninguém nem sequer sabe da existência desse vagão. e você?

— acho que o mesmo... a diferença é que eu não sabia desse lugar.

— e o que faz aqui?

— eu que te pergunto.

o garoto no fim do vagão soltou uma pequena risada.

— venho aqui desde pequeno, é como o meu refúgio.

— que tipo de refúgio estranho esse seu.

— é longe o bastante da minha casa pra não escutar as brigas, mas não tão longe a ponto de andar muito. prefeito.

— acho que temos o mesmo propósito aqui então.

— brigou com os pais? — falaram juntos, logo depois rindo.

— deixa eu adivinhar. — o de cabelos vermelhos falou. — você era o típico filhinho de papai que tinha tudo o que quer, você iria pegar o lugar do seu pai na empresa e continuar com os negócios dele, mas você não quis.

— você é bom nisso, mas ainda tem outro motivo.

— gosta de garotos. — afirmou.

— gosto de garotos. — riu. — e você?

— tá dando em cima de mim?

— não! eu tô te perguntando qual é o seu problema com os seus pais.

— ah... gosto de garotos também. — ele se deitou, de um jeito que pudesse olhar as estrelas pela entrada de cima do vagão. — todo adolescente tem que ser fudido e ter problema com os pais?