Magnus acordara cedo, porém o cheiro de café advindo da cozinha anunciava que o namorado se levantara mais cedo ainda.
Lutou contra a preguiça – contra quase toda ela, ao menos – e pulou a etapa de ficar sentado na cama encarando o nada, esperando a alma voltar para o corpo.
Ela que lutasse mais tarde para o encontrar...
Precisava logo ir até a cozinha se quisesse ver Alexander antes de o caçador de sombras sair para cumprir seu dever de proteção ao mundo.
Estava um pouco frustrado, na verdade.
Sabia que estava sendo dramático, talvez um pouco carente, um bebê chorão, – e era exatamente por isso que não comentaria com o namorado –, mas, céus, era o Dia dos Namorados. Seria demais querer acordar agarradinho, café da manhã alimentando um ao outro com uvas, carinho, beijos e amassos e, consequentemente, as coisas esquentariam e... enfim...
Só queria passar um dia inteirinho com seu amor.
Isso era tudo...
Mas, Magnus entendia. Era antigo demais e experiente para não entender.
Alec cresceu em um instituto, treinado para lutar e defender os mundanos, mas distante de muitas coisas que os pertenciam, como entretenimentos comuns e a algumas de suas datas comemorativas. Magnus até vinha lhe apresentando à muitas dessas coisas, mas, ainda não tivera tempo para falar sobre tudo, e esse era o primeiro São Valentim que passariam, oficialmente, como namorados... totalmente assumidos até para os pais do garoto – e a clave, por tabela –. Então, Alexander provavelmente nem mesmo sabia que dia era hoje, e se sabia, sequer lembraria.
Tudo bem...
Tudo bem...
Tentara se consolar mais uma vez...
Iria ao menos conseguir um beijo de bom dia para então começar seu próprio trabalho. Era o Alto Feiticeiro do Brooklyn, afinal. Não era como se pudesse passar o tempo todo se sentindo carente só porque o namorado não passaria consigo o dia que os casais de quase todo o mundo comemoravam fazendo algo especial.
Se arrastou pelo apartamento, com as pernas preguiçosas demais, e a mente desanimada na mesma proporção, para dar passos descentes. Estapeou os dois lados da própria face afim de espantar aquele desânimo para longe antes que chegasse à cozinha e Alec se desse conta. Mas, ao chegar no cômodo percebeu que mesmo se estivesse imerso e convertido em miséria o caçador de sombras não se daria conta...
Não ser daria porquê, bem, Alexander não estava mais lá.
Havia deixado café pronto para si, mas isso era tudo. Nem mesmo um bilhetinho...
- Nãaao...! – Resmungara choroso para si mesmo, batendo os pés como uma criança birrenta e sentindo o constrangimento – devido ao ato – subir do estômago até a face, fazendo-a arder.
O que era aquele comportamento? Ele era Magnus Bane, um feiticeiro de séculos, não um adolescente!
Precisava se recompor.
Respirara o mais profundo que conseguira, tentando processar e se livrar de todas aquelas sensações desconcertantes uma a uma.
Não diria que foi 100% efetivo, mas ao menos agora conseguia pensar melhor.
Pela metade da manhã focou em seu trabalho, e no resto dela decidiu ver um filme clichê que, concluíra, fora um erro, já que agora estava lá pensando novamente no maldito dia dos namorados e como queria estar trocando calor, salivas – e outros fluídos mais, se possível – com o seu.
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Seria pedir demais? - Malec
Fanfiction"Sabia que estava sendo dramático, talvez um pouco carente, um bebê chorão, - e era exatamente por isso que não comentaria com o namorado -, mas, céus, era o Dia dos Namorados. Seria demais querer que acordassem juntos, café da manhã alimentando um...
