UM LUGAR CHAMADO NOVA LUAR

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Era fevereiro eu lembro. Tudo que eu queria era sair de casa, conhecer alguém ou entrar numa aventura. Não sei o que eu realmente sentia, mas algo eu tinha certeza: 

Eu queria que tudo desse certo.

Lembro que minha mãezinha pediu que eu acordasse e que o meu café estava servido.

Eu tinha motivos para desconfiar de algo, mas preferi acreditar que tudo desse certo.

Levantei da cama e fui logo ao banheiro. Loyana que estava já acordada passava o café.

Logo me interrompeu antes que me atrevesse a entrar no banheiro:

 - Não entre no banheiro com chinelos! 

Levei um susto mas logo abri um sorriso e fiz que sim. Deixando os chinelos na porta. 

Após escovar os dentes, voltei para a cozinha, perguntando o porque esse susto logo de manhã.

- Uma coisa você precisa saber filho. - Disse ela com ar de cuidadosa - tudo será controlado aqui nessa casa, inclusive a entrada com chinelos no banheiro.

- A senhora não precisa ficar preocupada em colocar em ordem qualquer coisa aqui em casa, para tudo a resposta será sim.

Ela deu um pequeno sorriso e acabando de levar minha xícara na pia. Dizendo exatamente aquilo que eu queria ouvir.

- Filho você cresceu, não é mais um garotinho, mas algumas responsabilidades você precisa tomar. - A olhei fitando os olhos, estranhamente pensei em dizer algo mas fui interrompido de meus pensamentos - Você entenderá quando precisar.

 Dito isso me surpreendeu com um abraço, logo correspondi.

Nunca abandone sua família. -  Disse minha mãe enquanto uma mera lágrima escorrera do rosto dela. 

Mesmo sem entender o porquê de tudo aquilo. 

Senti-a que estava muito nervosa nesse dia. No instante em que a xícara que ainda estava em sua mão caiu no chão e quebrou em pedaços. Assustei olhando o objeto quebrado, o qual pareceu mover e trazendo me uma sensação de desânimo.

- Não se preocupe filho eu limpo. - E foi pegar uma vassoura, enquanto eu olhava o objeto que continha 5 cacos no chão molhado com borra de café, que formava uma especie de desenho. Trazendo me um aperto no coração.

 Assim que trouxe a vassoura e uma pá limpou todos os cacos.

Finalizado o café,  levei minha xícara à pia e devagarinho eu a mergulhei na água da pia. Minha mãe me fuzilou com um sensato olhar, em seguida abriu um também sensato sorriso. 

Eu estava próximo a porta com a mão na maçaneta, eu tinha intensão de sair talvez para a rua, quando a dizer em minha mente em claro tom que eu não fosse ao lado Oeste.

Era dia. O sol brilhava sobre baixas e simples casas. Mais a frente havia alguns prédios e aparentemente uma certa torre de concreto. 

Senti meu peito uma sensação de encanto com a quantidade de pessoas que andavam nas ruas. Sensação de companhia.

" - Não vá para o lado Oeste" 

Um vento frio passou por mim. Era de novo a voz de minha mãe em minha mente. 

Otelo - Realizando um sonho impossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora