Casa

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- Eu não quero ir!- A garota morena berrava batendo a porta na cara da mãe.

- Rebeca, por favor! É para o seu bem!

- Aonde isso é para o meu bem? Vocês decidiram por si só.

Ela sentou-se no chão em prantos. Seu pai havia conseguido uma vaga em uma escola de elite, mas para isso ela deveria ir morar com ele e sua esposa. E não estava nos planos de Rebeca deixar sua mãe.

Sua mãe rebateu novamente, antes de sair.
- Pense melhor, filha... É para o seu bem...

Rebeca realmente não queria ir.

Depois de ficar algumas horas em seu quarto, resolveu descer e encontrou sua mãe preparando algo na cozinha, no momento em que a mais velha viu a filha, seus olhos refletiram esperança.
- E...?

A garota após se acomodar respondeu irredutível.
- Eu não quero ir, já falei- A mulher suspirou e ia tentar mais uma vez convencer a filha, mas foi cortada antes de concluir qualquer raciocínio- Eu não quero a deixar aqui, não quero viver com o Antone! Ele só lembrou que eu existo a míseros 3 anos.

- Rebeca, não o cobre tanto, pelo menos ele está tentando, e por favor, não deixe essa oportunidade passar por minha causa- se aproximou e beijou seu nariz- Se não o fizer por você, faça por mim, por favor.

Rebeca suspirou.
- Está bem. Eu vou para esse colégio idiota....

Os olhos de sua mãe reluziram em felicidade, ela beijou seu nariz, desligou o fogão e foi atrás do celular para ligar para o pai da garota.

Rebeca olhava a mãe, desde o começo do ano ela vinha emagrecendo, seus grandes olhos castanhos expressavam sempre preocupação e seus cabelos loiros pareciam ter perdido a vida enquanto viviam presos sempre em um coque. A beleza dela estava ficando totalmente escondida. Isso por que ela precisava cuidar de tudo sozinha.

Mas desde que o pai da garota surgiu à um mês atrás com a ideia do colégio o rosto de Vivian mudou, parecia menos cansada (ainda preocupada) e disposta. A filha tinha literalmente ganhado um bilhete premiado com um futuro pronto.

Rebeca realmente não queria ir mas ver e ouvir a animação na voz de sua mãe contando o bom resultado para seu pai a fez se sentir um pouco orgulhosa por ter cedido e feito a mãe feliz.

As duas ficaram a noite inteira arrumando a mala e separando coisas que julgavam essenciais.

- Seu pai falou que você não precisa levar muito, ele já arrumou seu espaço e comprou algumas coisas para você.

Ela assentiu, mesmo que estivesse irritada.
- "Quem ele pensa que é para achar que eu iria aceitar?!"

No dia seguinte, sua mãe a levou de carro.

Foram exatamente 5 horas de viagem enquanto conversavam sobre as regras que a garota teria que seguir.

A cidade era linda e chique, Rebeca não poderia negar, no entanto todos sabiam que ela era cheia de pessoas ricas e soberbas.

Passou mais um tempo, até chegar na casa exuberante de seu pai, que era próxima de um lago.

Rebeca acabou deixando escapar sem pensar duas vezes logo que viu a casa:
- Se ele tem tanto dinheiro poderia ter ajudado a gente com as contas acumuladas.

- Pare Rebeca! Antone é seu pai, tenha respeito e seja legal com ele.

A morena se encolheu e entraram na propriedade.

Rebeca olhava completamente hipnotizada logo pela entrada.
- Que linda...

A casa era maravilhosa, assim que estacionaram, tiraram as coisas do porta-malas e estavam perto da porta quando uma mulher ruiva saiu correndo pela mesma e abraçou a mais nova.
- Você chegou! Finalmente está vindo aqui! Vem, vou ajudar você.

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