capitulo 8

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Heitor, eu não acho prudente, tenho que abrir a loja daqui a pouco

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Heitor, eu não acho prudente, tenho que abrir a loja daqui a pouco...
- Você prometeu tomar café comigo
- Mas era lá na padaria de Renato...
- Não mesmo. Eu não correria o risco de ter um encontro com você no
mesmo lugar que aquele cara na espreita. Você não devia deixar agir
assim com você, porra o cara nem é nada seu.
- É meu amigo. - Contesto mudando Bernardo de lado. Heitor mantém
os olhos em mim, eu diria que frios e impenetráveis.
- Sim e daí? Se ele continuar assim você será eternamente solteira.
Às vezes a gente precisa de espaço Karol , e vejo que ele te sufoca
às vezes. Se ele não quer assumir a paixão por você então deixe o
caminho livre para outro.
Ele também com essa historia? Já não basta meus amigos?
- Nada a ver o que você está falando Heitor. Renato esteve ao meu
lado nos piores momentos ele é...
- Tudo bem. - Ele levanta uma mão pedindo que eu pare. - Não vamos
mais falar dele. Quero ter um café agradável com vocês dois, vamos
deixa Renato de lado.
Nós descemos a escada e Heitor da à volta, eu o sigo. Atrás da casa
de Renato há um píer e amarrado ao píer há um pequeno barco azul e
branco.
- Pra onde vamos? - Me detenho impressionada. - De quem é esse
barco?
- Calma. - Ele ri sem se virar, continua andando e sobe no barco. - Eu
aluguei o barco. - Explica e Coloca a cesta dentro e estende os braços para que eu entregue Bernardo a ele. Só posso ser louca em entrar
em um barco com um desconhecido.
- Me Dê o bebê e suba. - Eu estendo o menino que está soltando
gritinhos de alegria. Heitor pega Beni e sai do meu campo de vista.
Subo o mais rápido que consigo e vejo-o ajeitando o menino sentado
em duas mantas.
- Essas mantas eram pra nós sentarmos, mas acho que ele tem
preferência.
- Com certeza. - Fico de pé de braços cruzados, maravilhada por o ver
cuidando tão bem de menino.
Assim que Bernardo está confortável, Heitor pula do barco desamarra
e torna a entrar. Sento-me junto com Bernardo e fico olhando ele
começar a manobrar o barco e coloca-lo em movimento. O vento
começa a soprar meu cabelo e eu preciso tirar o chapéu e amarrar as
mechas em um rabo-de-cavalo. Ele olha para eu fazer isso, depois se
vira parecendo incomodado e volta atenção ao controle do barco.
Esse será o primeiro café do descarte que farei em pleno mar. Estou
ansiosa, deslumbrada e muito confusa. Eu não quero ser uma canalha
com ele, arrumando uma mentira bem cabeluda para fazê-lo se
afastar de mim. De verdade, Heitor é um cara que você quer ficar
perto. Ele é educado, charmoso, fala bem e acabo de descobrir que
adora crianças. E até agora não foi inconveniente me dando cantadas
ou flertando. Será que ele é gay ou casado?
Ele apruma o leme, anda pelo barco hasteando as velas e em
seguida, quando o barco toma uma velocidade lenta e agradável ele
abre a cesta, tira uma toalha. Eu me levanto rápido.
Me deixa ajudar. - Peço prontamente. Ele me entrega o pano listrado
e eu estendo. Ele começa a tirar coisas da cesta e me entregar. Há
canecas, pratos, talheres e depois as coisas de comer.
- Eu mesmo fiz o café e o suco. - Ele me avisa ao passar as duas
garrafas térmicas.
Assim que tudo está posto ele se senta ao meu lado e formamos um
pequeno circulo ao redor da comida, como um piquenique em família;
pela manhã, sentindo o vento fresco com o cheiro do mar e a deliciosa
presença desse deslumbrante homem. Enquanto eu devaneio
admirada, Heitor descasca uma maçã, corta um pedaço e entrega
Bernardo. Espera o menino pegar a fruta e depois faz um cafuné nos
cabelos castanhos , do menino, assanhando-os.
- Ele parece ser um ótimo menino.
- Sim, é.
Heitor serve suco para nós dois, me entrega um copo e com uma
destreza absoluta começa a fatiar um bolo. Serve um pedaço em um
prato descartável e me entrega.
- Não acha que ele deveria ter uma figura masculina por perto? -
Aponta para Bernardo com um sutil gesto de queixo.
- Tem meu pai e Renato. Eles são as figuras que Bernardo precisa
para se espelhar.
- Não conheço seu pai, mas pelo que vejo de Renato, ele não parecer
ser certo para modelo de uma criança.
Afasto uns fios de cabelos teimosos da minha testa.
- Com não? Ele é boa pessoa.

Mas muito estranho, desculpa, sei que ele é seu amigo e não quero
me meter.
- É não devia.
- Desculpa. - Ele torna a pedir desviando o olhar.
- Tudo bem. Eu descarto e ele me brinda com um sorriso de boca
fechada. Apenas os lábios se curvando. Beni grita por que não quer
mais a maçã, joga longe o pedaço.
- Posso pegá-lo um pouco? - Heitor pede apontando para Beni.
- Claro. Levanto Bernardo que está sentado ao meu lado e entrego a
Heitor, ele senta o menino na sua perna.
- Oi carinha. Ainda com fome?
Bernardo levanta os olhinhos e segura com força a bochecha de
Heitor; esse, solta uma gargalhada muito deslumbrada.
- Quer um pedaço de bolo? - Oferece ao menino como se ele
entendesse e fosse responder. Pega o prato com a fatia de bolo, corta
um pedaço com uma colher e coloca na boca do menino. Atento, fica
olhando a boquinha ligeira mastigar.
- Você tem jeito com crianças. É pai?
Heitor levanta os olhos para mim e sorri. Com uma postura
extremamente confiante ele declara:
- Sim, eu sou.
- Nossa que legal.
Sinto uma pontada de inveja da mulher que teve um filho com ele. E
nem sei explicar por que a inveja.
Heitor me exclui e fica em um mundinho particular com Bernardo. Dá
bolo ao menino, espera comer e depois coloca o copo de suco na
boca desajeitada do bebê. Enquanto isso, não para de conversar
coisas sem nexo com meu filho.
Não fico enciumada. Apenas relaxo, escorando minhas mãos para trás
e fico olhando a bela cena.
Ele é pai, por isso adora crianças, acaba de ganhar mais um pontinho
comigo; e a ideia de dispensa-lo cruelmente daqui a pouco me deixa
atônita.
Será que devo mesmo expulsar de vez ele da minha vida e voltar para
meu mundinho abençoado e protegido por Renato?

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora