Um vagalume acendeu - se em mim nos míseros minutos do meu sofrimento. E com razão não deixei que escapasse.
Entre os movimentos repetitivos da criatura, na dificuldade ponhei a chave nos meu lábios e a segurei firmemente. Nisto disfarçadamente deixei a pedra luminosa escorregar ao chão, para prosseguir com o plano. Mas ela mantinha - se em minha posse secretamente por causa das algas enroladas no meu braço.
Sem demora estreei a atuação da minha morte, fazendo meu corpo enrijecer aos poucos, enquanto fechava os olhos lentamente. E ao mesmo tempo tentava o possível para esconder minha respiração bucal.
"Por dentro torcia fortemente para a criatura acreditar que jazia falecida"
Conforme concentrava neste pensamento, percebia que o movimento da língua que estava agarrada no meu tornozelo reduzira. Até sentir aquela coisa asquerosa desgrudar - se ao colocar - me no solo arenoso. Dando em seguida um sopro forte, que quase enterrou - me na areia.
"Outra vez indaguei sobre o que poderia acontecer comigo. O plano tinha funcionado, mas e agora?
Então no decorrer desta curiosidade imatura abri semicerrado o olho para ver, e então tive a trágica surpresa de perceber que a criatura aproximava suas garras ao meu rosto.
Naquele momento o medo possuiu - me e perdi totalmente o raciocínio. Pois dei um grito e soquei seus olhos verdes resplandecentes.Esta ação beneficiou - me, com apenas um soco a fiz encolher - se.
"Pude aprender na hora que as palavras do homem misterioso do furacão, eram verdadeiras.
Eu ainda tinha um pouco da habilidade mágica de Anne... Mas acho que demorei demais pensando isto"
Novamente fui agarrada pela língua, porém desta vez a criatura jogou - me em direção as correntes.
E logo abriu o bico que soltou um som horrível, que fez meus ouvidos doerem, e as pedras caírem.
Ficou evidente qual era a sua intenção, ela planejava matar - me soterrada.As pedras estavam para começar a cair, teria de inventar um modo de sair dali, e pegar a chave que havia deixado cair quando gritei. Por isso executei uma ideia maluca.
Sabendo a capacidade da minha força, arranquei as correntes dos seus respectivos lugares, e as joguei na direção da criatura. E como planejado uma das pontas deu a volta e a agarrou, assim pude enrola - la sem preocupação.
Ela debatia - se e repetia o som, e as pedras permaneciam cedendo cada vez mais, então tinha de agir com rapidez.
Com a ponta oposta nas minhas mãos levantei a corrente junto com a criatura e a girei naquele espaço. E como desfecho arremessei para bem longe.
Tendo certeza que ela não voltaria tão cedo, nadei até o fundo e peguei a chave junto com a pedra que havia soltado - se das algas. E localizei por onde tinha vindo, voltando para o leito do rio.
Ali tranquei a abertura que havia expandido, para a segurança de todos. Mesmo que não tivesse visto ninguém...Antes de voltar a superfície retirei as algas do braço e abandonei a pedra, para prestar atenção naquela chave. Um objeto muito bonito e com certeza importante, pois quase perdi a minha vida por ela.
"E foi porque quis, veio - me em mente"
No meio da admiração de repente senti uma mão tocar o meu ombro, ao virar - me vi Mirella.
"Ela não imaginava o quão feliz fiquei por vê - la. Não tinha encontrado com ninguém quando acordei"
Ao sairmos do rio mostrei a chave para ela sorrindo, mas em vez de mostrar interesse abraçou - me.
— Demorou muito para acordar sabia? – disse dengosa.
— Não, eu não sabia... Quanto tempo?
— Uma semana com hoje, já estávamos perdendo a esperança. – tirou seus braços de mim e encarou - me.
— Mas você e os meninos encontraram - me naquele lugar, e está dizendo isso?
— Sim. – sorriu envergonhada.
— Tudo bem, acho que ficaria assim. – falei rindo.
— É... Hahaha! Que bom que está de volta. – pulou e continou. — Eu tenho que acordar os outros, apesar de estarmos somente em cinco. Claro que contando com você.
— Uma caverna tão grande e está somente nós? Espera... Quem é o quinto?Mirella ficou tão animada por ver - me de pé que não precisei lhe perguntar muita coisa.
Na nossa conversa, mais dela do que minha, contou - me sobre como as coisas mudaram e se intensificaram depois que Alaiov e Ignis enviaram uma carta vental a terra de Som. E por isso tiveram de partir.
Também falou como preocupou - se quando viu que a porta das ondas tinha uma brecha e eu não estava na minha cama. Nos pensamentos dela havia acontecido o pior, e Mirella pensou tão longe que imaginou que o Sr. Machado havia me raptado."Nesta parte segurei - me para não rir"
Ela continuou e quando menos notei estávamos na cozinha com Mirella preparando - me algo para mim comer, enquanto indicava a direção do banheiro. Eu estava morrendo de vontade de tomar um banho.
No entanto parei na metade do caminho quando lembrei que os mistérios haviam aumentado. Quem poderia ser a quinta pessoa? E por que quase matei - me por uma chave?
A história estava mudando e nós éramos parte dela.
De agora adiante, tinha a real certeza de que um novo rumo surgiria.
Autora: — Não sei se comecei bem o final, mas realmente torço que tenham gostado. 😸
VOCÊ ESTÁ LENDO
DESTEMIDOS
RomansaTodos nós vivemos dias incertos, pois não sabemos o que certamente pode acontecer. E comigo não foi diferente. Uma terra conhecida por todos como Sédli, aguardava a nossa chegada. Nem todo o mundo é claro, mas boa parte. Nossa vida sofre mudanças co...