CAPÍTULO 32 - ANTES

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Renato estava extremamente entediado. Dois anos haviam se passado, dois malditos anos onde tudo o que ele fazia era encarar as paredes brancas do quarto.

Todos os dias eram iguais e aquilo era uma merda. Ele tinha sorte por conseguir controlar bem a sua mente, ou então iria enlouquecer em meio a toda aquela situação.

Renato odiava tudo, até mesmo os enfermeiros que cuidavam dele. Torcendo para que algum dia, tivesse a oportunidade de apertar o pescoço de algum deles.

Sentia falta de matar e recebia muitas punições, por sempre tentar atacar as garotas que também estavam presas. Porém nada mais o atingia, ele sentia que jamais passaria por algo mais doloroso do que havia sido perder Heyoon.

Nunca havia recebido uma visita dela, ao contrário de Guilherme que aparecia uma vez por mês já que também foi privada de ver o irmão. Ele solitário mas ele não se importava, aquilo não era viver mas não havia problemas, ele não se sentia vivo há muito tempo.

Era uma tarde como qualquer outra, ele estava meditando quando um enfermeiro entrou no quarto repentinamente. Renato sequer abriu os olhos, ele não se importava com nada que viesse do lado de fora.

- Levante-se, você tem uma visita.

- É a Heyoon?

- Não. - o enfermeiro revirou os olhos, ele sempre perguntava aquilo.

- Então não me importo.

- É uma garota e ela vai te fazer algumas perguntas. É bom que você a trate bem por que ela é sobrinha do diretor.

Renato abriu os olhos quase que no mesmo segundo que escutou a frase, sentindo animação pela primeira vez em anos.

- Uma garota?

- Por acaso você é surdo? Se apresse!

Renato se levantou quase que no mesmo instante. Esperou pacientemente que o enfermeiro colocasse as algemas e então caminhou pelos corredores, observando os outros prisioneiros olharem curiosos para ele.

Revirou os olhos enquanto escutava os gritos do garoto esquizofrênico no final do corredor e logo chegou até a sala de visitas. O enfermeiro soltou as algemas e então ele se sentou na mesma cadeira de sempre.

Demorou alguns minutos até que a garota finalmente aparecesse. Os olhos do Garcia brilharam quando ela entrou na sala.

A garota era jovem e bonita, o perfil ideal de todas as vítimas que ele fazia. Por um momento se viu fissurado por ela, ele conseguia perceber o quão ingênua ela era, enquanto suas mãos tremiam, por uma mistura de medo e nervosismo.

No cantinho do caderno, Renato conseguiu enxergar o nome Beatriz. A luz da sala refletiu o pingente da garota, onde uma letra perfeitamente desenhada dizia Hanna.

Hanna Beatriz. Ele já sabia muita coisa sobre ela, apenas observando cada detalhe da garota que mal sabia onde estava se metendo.

Ele sentia esperança, pela primeira vez em anos. Sentia que a tola Hanna, seria o seu mais novo passe para a liberdade.

- Olá Renato, meu nome é Mandy. Vou te fazer algumas perguntas, tudo bem?

FIM

Kill Game | Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora