Capítulo 5 | Vinte e um

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Dia 4

Cuidar de Yurin não fora uma tarefa fácil para os vizinhos Choi nos últimos tempos. É noite de domingo e eles se encontram largados no sofá de Yeonjun, completamente bagunçados.

A dinâmica da bebê desregulou completamente o sono dos garotos, então mesmo que sejam oito da noite e  eles estejam acabados, não conseguem pregar os olhos.

Um barulho alto interrompe o momento de exaustão dos meninos, vindo diretamente do estomago de Soobin.

— Quer pedir pizza, Soobin? — Yeonjun pergunta, depois de uma risada que deixou o rosto do maior em chamas.

— Sim, to com tanta fome que comeria um boi — o mais novo murmura, sorrindo tímido.

Yeonjun se levanta, subitamente se sentindo mais animado, e liga para a pizzaria. Ele volta a largar o corpo magro sobre o sofá, dessa vez pondo suas pernas confortavelmente sobre o colo do vizinho.

— Vai demorar muito, Yeonjun-ssi? — pergunta com as bochechas gordas levemente coradas.

E, de fato, a espera não demorou. Em quinze minutos o Choi mais velho estava atendendo a porta, igualzinho à uma criança serelepe.

Cantarolando uma melodia com a voz doce, que deixara Soobin momentaneamente abobado, o menor arrumou as coisinhas na mesinha de centro e apresou o vizinho para vir comer.

— Vamos brindar com coca-cola! — o loiro decidiu, com as bochechas ainda cheinhas pela comida. Ele serviu a si e ao Choi, e logo os vizinhos bateram os copos, sorrindo bobinhos.

Passaram alguns minutos discutindo sobre as princesas da Disney, comentando sobre as suas favoritas e qual combina mais com Yurin, até que o mais velho se levanta de repente.

Quando Yeonjun voltou com um baralho em mãos, não pode deixar de rir ao reparar em como o garoto parece com um coelhinho confuso quando franze o cenho desse jeitinho.

— Que jogo vamos jogar? — o mais novo pergunta, curioso.

— Vinte e um!

— Mas eu sempre perco nesse jogo! — ele reclama com um biquinho adorável.

— Mas Soobin, é um jogo de sorte, você nunca vai saber o resultado até jogar.

Depois dessa o maior se deu por vencido e se põe a assistir o vizinho embaralhando as cartes e puxando três para ele, e em seguida três para si.

Assim que Soobin olha seu jogo, o bico mau-humorado volta a aparecer, fazendo com que yeonjun não se aguente e caia na risada, finalmente entendo porque o Choi disse que era péssimo.

— Ta vendo Yeonjun, eu sempre passo! — ele fez birra, jogando na mesa as cartas que somam vinte e seis, e fazendo o vizinho rir ainda mais.

— Você sabe que deveria ter blefado né? Eu tinha dezessete, poderia ter comprado mais uma e me ferrado.

Após mais algumas partidas fracassadas para Soobin, que ficara mais emburrado a cada riso do mais velho, eles finalmente desistiram de jogar tal jogo.

Logo Soobin voltou saltitante de seu apartamento com um baralho de uno em mãos, dizendo que definitivamente irá ganhar dessa vez.

Com o sorriso travesso de uma criancinha, ele joga dois +2 para Yeonjun, que sorri dividido entre deixa-lo ganhar para assistir sua animação ou vencer para ver o seu biquinho.

No fim o mais velho não é tão bonzinho assim e joga um +2 e logo gritando uno, que recebe como resposta outro +2 de Soobin. Junnie ri da feição vitoriosa que o maior esboça, para enfim jogar um +4 e vencer o jogo.

— Você roubou! — Bin acusa, apontando emburrado para o vizinho, que enxuga uma lágrima que escorre de seus olhos de tanto que ele ri.

— Eu nem precisaria de trapaça, você é muito ruim Soobin.

As bochechas infladas do Choi se tornam avermelhadas pela irritação e ele abre a boca para retrucar o mais velho, mas é interrompido pelo choro escandaloso de Yurin.

Apressados, Yeonjun ajuda Soobin a se levantar e rapidamente estão no quarto do mesmo, que pega Yurin no colo e a acalma após alguns minutos.

Eles fazem tudo direitinho e com muito cuidado como sempre, dão de comer à bebê e trocam sua fralda suja. E mesmo que a Choi tenha feito uma bagunça enorme ao se lambuzar inteira com a comidinha, os vizinhos sorriem como dois bobões ao observar as feições fofas da criança.

Os garotos não percebem o jeito sutil que se apegam à garotinha, muito menos a forma como vão se aproximando e passando a apreciar a companhia um do outro, mas tudo tem seu tempo, e a história desses três também.

Os Choi se arrastam noite à dentro com Yurin, que não pregara os olhos por nada no mundo. Cansados de se desdobrar em mil maneiras de entreter a menina, decidem por colocar algum desenho para ela assistir.

— Tom & Jerry, Yeonjun-ssi! — o maior se animou batendo as palminhas de um jeito empolgado enquanto o vizinho procura pelo desenho na plataforma digital.

No fim, não sabiam quem se divertia mais com a animação. Toda vez que o rato se vingava do gato, Soobin comemorava à favor do roedor e Yeonjun se lamentava pelo bichano.

Assistiram vários episódios e discutiram infinitamente a ética do desenho, e quando se cansaram decidiram por ver o novo filme do Snoopy, visto que Yurin seguia ligada no 220 volts.

Na metade do filme eles percebem que a garota cedera ao sono recostada em Soobin, e mais uma vez sorriem bobos ao observar o seu resonar tranquilo.

— Bin, não acho que tenho coluna pra dormir desse jeito na sala mais uma vez. — o menor murmura se espreguiçando, e sentindo a dorzinha incomoda espalhanda por várias partes de seu corpinho.

— Eu também não, Yeonjun. Mas o que a gente faz então?

O mais velho mordisca seu polegar, tentando pensar em uma boa solução enquanto assiste soobin acariciar com carinho os cabelos da pequena.

— Posso montar um cantinho confortável pra Yu lá no quarto, e nós podemos dividir minha cama ou nos revezamos para ver quem dorme no sofá. — propõe e Bin logo assente, focado em pegar a garota nos braços sem acorda-la.

Yeonjun usa mantas, cobertores grossos, e lençóis para improvisar um colchão no chão, e põe travesseiros e pelúcias ao redor para que Yurin não caia no chão caso se remexa durante a noite.

— Mas sabe sobre o que eu tô curioso agora? — Yeon pergunta ao encostar a porta e deixar a neném dormindo tranquilamente. — Para saber o final daquele filme.

— Eu também tô. — ele confessa depois de uma gargalhada gostosa.

Então os vizinhos voltam para a sala em um clima amistoso e confortável e assistem às aventuras de Snoopy até o fim, quando ambos já se sentem bêbados de sono.

Com dificuldade, eles desligam a TV e se arrastam para o quarto de Yeonjun, se jogando sob a cama de solteiro macia sem contestar.

Não falaram nada sobre quem dormiria no sofá hoje ou coisa do tipo, o mais velho até ia comentar algo mas foi mais forte que ele. Os dois simplesmente apagaram em um piscar de olhos, e só deu tempo de se aninharem na cama nada espaçosa.

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Sim, eu nunca vou deixar a boiolice morrer por aqui KKKJK

Esse é o ritimo das coisas, bem gradual porque acredito que relação nenhuma se constrói da noite pro dia e é exatamente isso que eu quis mostrar aqui em SB! ^^

Espero que tenham gostado, até semana que vem <3

Surprise Box! • yeonbinOnde histórias criam vida. Descubra agora