- Eu aposto que eu consigo pegar aquela garota muito mais fácil que você, pai. - disse Fabiana Anselmo apontando disfarçadamente para uma ruiva sentada no bar.- Pois eu duvido. - retrucou o pai causando alvoroço na mesa.- Eu aposto em você tio Rich. - disse Rita Pereira confiante e sorridente. Recebendo um olhar de reprovação de Fabiana Anselmo.- Bem... eu aposto na Fabiana Anselmo. - disse Fofinho brincando com o cabelo azul da garota.- Que perda de tempo. - sussurrou Patricia Bessa.- Ah... Eu aposto que eu consigo antes de vocês. - Ricardo Varandas afirmou e se levantou indo em direção à garota.Todos observaram em silêncio enquanto Cameron Dallas se sentava ao lado da moça e sussurrava algo em seu ouvido a fazendo sorrir.Os amigos começaram a rir com a cara de pau de Cameron Dallas e Fabiana Anselmo bebeu um gole de grappa¹ antes de se levantar e anunciar:- Bem, eu não vou ficar com as mãos abanando. - ela caminhou até uma linda morena que no momento pedia uma bebida para o garçom. Em alguns minutos a morena se rendeu a um beijo. A turma lançou um olhar de desafio a Richard.- Ah... Não custa nada tentar, certo? - Richard disse duvidoso com o olhar dos outro sobre si. Pov. Fabiana AnselmoEntrei no apartamento rindo com papai em me encalço. Me joguei no sofá e olhei pra ele, que estava com o maxilar travado num claro sinal de raiva. - Senta aí pai. - disse.- Fabiana Anselmo, acho melhor você dormir. Você bebeu demais hoje.Ri mais um pouco e então parei, colocando a mão na boca pra abafar o riso.- Olha pai, desculpa, mas é que a cena foi muito engraçada, fala sério. - Não, Fabiana Anselmo. Não foi nada engraçado. Não foi engraçado a aposta sem sentido. Não foi engraçado você e Cameron Dallas saírem pra buscar mulher e me deixar na mesa sendo obrigado a comprovar minha eficácia em conquistar uma mulher, aliás isso foi indelicado. E sem dúvida não foi engraçado aquela mulher jogar vinho na minha cara. - ele disse um pouco alto.- Own pai, você fica tão lindo bravo. - ri mais um pouco e me aproximei o abraçando. - Oh!Droga! - Me afastei rapidamente. Eu esqueci que meu pai estava manchado de vinho agora minha roupa tinha manchado também. Foi a vez de o meu pai começar a rir da minha cara.- Bem feito, viu? Quem ri por último, ri melhor. - disse rindo da minha cara. Tentei ficar brava e fazer biquinho, mas não consegui, acabei rindo também.- Estamos parecendo dois porquinhos. - observei.- É. E é melhor lavarmos essas roupas antes que manche de vez. - papai disse assumindo uma postura preocupada e se levantou estendendo a mão. - Me dá a blusa que eu vou lavar, e vai tomar um banho pra dormir.- Dormir? Não to com sono. - disse birrenta fazendo biquinho. - Tudo bem. Então me dê a blusa e vai tomar banho pra passar esse porre. - mandou.Fiz uma careta, mas assenti tirando a blusa e dando em suas mãos. Ele me olhou com aquela cara de "o que está esperando pra ir tomar banho?". - Já vou. - resmunguei me deitando exausta no sofá.Ele pigarreou e me olhou com as sobrancelhas unidas como se dissesse "você não vai dormir no sofá". Bufei e me levantei com dificuldade indo em direção ao meu quarto. - Vê se lava direitinho, senhor Richard. - gritei antes de fechar a porta do meu quarto e cair na cama pronta pra dormir como um bebê.Pov. Rodrigo (Wiki)Entrei sorrateiramente em casa para que ninguém percebesse, mas foi em vão.- Fofinho? É você amor? - minha mãe chamou da cozinha.- Droga! - praguejei baixinho e segui até a cozinha. - Boa noite mãe.- Ah meu amor! Isso são horas de chegar em casa? Boa noite? Você quer dizer boa madrugada. - suspirou antes de falar mais calma. - Eu fiquei preocupada. Mas como foi? Se divertiu bastante? - perguntou como se eu fosse uma criança de 7 anos voltando do passeio da escola.- Foi legal mãe, eu acho que... - ia me despedir, mas ela interrompeu.- Não está com fome? Quer que eu prepare alguma coisa? Um lanchinho?- Não, mãe. Eu comi por lá. - respondi. - Olha eu vou...- Então eu vou preparar um leitinho pra você... -começou.- Não! - gritei. - Olha mãe, não precisa tá bom? - tentei ser mais diplomático. - Eu...- Que gritaria é essa? - meu pai apareceu na porta da cozinha.- Ah, não é nada querido, na verdade, eu vi uma barata e Fofinho veio me ajudar. - minha mãe explicou sorrindo.- Hum... Vê se para de fazer barulho. - resmungou e voltou para o quarto.- Mãe, obrigado. Eu vou dormir, ok? Boa noite. - disse e lhe dei um beijo no rosto.- Boa noite, meu amor. Durma com os anjos. - a ouvi dizer antes de fechar a porta do meu quarto.Bufei encostado na porta e andei até minha cama, me sentando e dando de cara com uma foto minha e de Fabiana Anselmo. Sorri me lembrando do dia em que a arrastei para um evento de Cosplay, e ela ficou com a cara emburrada durante todo o evento até que ganhamos o prêmio de casal mais bonito e caracterizado. Então ela me abraçou pulando e deu um sorriso enorme pra câmera. Um sorriso lindo... O sorriso pelo qual me apaixonei.Ela é tão incrível, linda, divertida, meiga e brava ao mesmo tempo. Quando ela canta, sinto que flutuo. E perto dela parece que posso fazer qualquer coisa. Eu gosto tanto dela, tanto, mas ela... Ela nem me enxerga. A não ser como amigo, claro. Como um irmão que ela nunca teve, mas nunca como um amante. Ela nunca imaginou meus lábios tocando os seus, minhas mãos percorrendo o seu corpo, nunca! Como eu imagino todas as noites...Abaixei o porta-retrato bruscamente, eu não queria vê-la, não estava ajudando. Me levantei e fui para o banheiro, talvez um banho ajudasse a espairecer e esquecer um pouco da garota dos meus sonhos, puro sonho...Pov. Cameron DallasAbri a porta do trailer sem ao menos perceber, tão entretido estava em beijar a ruiva a minha frente. Passamos pela sala de estar/jantar/cozinha sem ao menos perceber, e quando percebi já estava na cama com a ruiva em cima de mim. Ela me beijava com ferocidade e eu também não deixei por menos. Inverti as posições ficando por cima e comecei a beijar seu pescoço dando leves mordidas a ouvindo gemer no meu ouvido. Ela arrancou minha blusa e começou a acariciar meu tronco nu me arranhando com suas unhas longas. Ela foi traçando um caminho perigoso um pouco abaixo da cintura e meu amigo começou a dar sinais de vida, tentei lembrar o nome dela, mas mesmo com muito esforço não adiantou, acho que a bebida já estava afetando meu cérebro. Abri a blusa dela e tirei a jogando longe, passei a acariciar seu tronco e dar beijos em seu abdômen definido. Quando levantei o rosto novamente para procurar por seus lábios, não foi exatamente o que esperava ver. Os cabelos vermelhos e curtos foram substituídos por um loiro e longo. Pisquei algumas vezes, mas o rosto não mudava, então ela pegou meu pescoço com suas mãos delicadas e me puxou para um beijo. Tornei a beijá-la dessa vez com paixão e desespero, se era só esse momento que eu tinha, eu precisava aproveitá-lo. Ela me empurrou me fazendo tombar para o lado e subiu em cima de mim sorrindo, começando a traçar uma linha com sua língua pelo meu peito e mais pra baixo. Fechei os olhos e suspirei baixinho sussurrando seu nome:- Ivy...Senti ela parar abruptamente o contato delicioso e abri os olhos para ver novamente a ruiva com quem havia chegado.- Como é que é? - ela perguntou. - Hey, cara! Você não é casado, é?- Não. - murmurei amargamente.- Ótimo. Meu nome é Shirley. - e continuou de onde havia parado, mas a impedi.- Acho melhor você ir embora. - disse.- Hein? - me olhou sem entender.- Eu disse pra você ir embora. - afirmei rudemente.Ela se levantou ofendida e começou a vestir a blusa. - Idiota! - xingou antes de bater a porta do trailer indo embora.- Eu sei. - sussurrei pra mim mesmo.Abri a gaveta do criado mudo, tirando de lá a foto de Ivy. - Por... - comecei, mas me interrompi. Beijei a foto carinhosamente, uma lágrima escorrendo dos meus olhos.Coloquei a foto ao meu lado e fiquei observando. O efeito da bebida passando, o sono me dominando.- Te amo. - sussurrei antes de cair no sono. Pov. Patricia BessaFui pegando todas as peças que via a minha frente jogando desleixadamente na mala sobre a cama. Os berros da discussão no cômodo ao lado me lembravam de não deixar nada pra trás, pra que eu não precisasse voltar. Eu imaginava que seria difícil chegar em casa e contar todas as coisas que precisava dizer, mas nunca imaginei que a reação seria tão... Tão... Ignorante como a deles. Peguei a foto sobre a cômoda...- E a culpa é sua por não saber criar a sua filha - ouvi o berro do meu pai me assustando e me fazendo deixar cair o porta retrato ao chão. Com as mãos trêmulas tirei a foto dentre os cacos, um retrato de minha infância: eu, Fofinho e Fabiana Anselmo brincando sem preocupações... Eu nunca poderia imaginar que uma amizade assim pudesse me levar a isso atualmente. Joguei a foto com raiva dentro da mala e a fechei. Respirei fundo e enxuguei as lágrimas me olhando no espelho, antes de abrir a porta e dar de cara com meus pais que pararam a discussão a me ver.- Filha! Por que está fazendo isso conosco? Não foi isso que eu lhe ensinei. - minha mãe insistia aflita.- Mãe, pai. Isso não tem nada a ver com vocês, é uma escolha minha, eu...- Não me chame de pai. - fui interrompida. - Eu não tenho mais filha. Pov. Rita PereiraAcenei para o carro de tio Rich que virava a esquina e adentrei a porta de casa sorrindo. Era tão bom sair com os amigos. papai e mamãe me esperavam em casa. Mamãe se distraindo na costura de uma roupa e papai assistindo ao jornal da madrugada. Os dois pareciam nervosos, talvez nervosos demais pra quem estava fazendo atividades tão comuns e corriqueiras. Eles não perceberam minha chegada.- Cheguei! - anunciei alegre, tentando descontrair, talvez eles estivessem preocupados comigo.Mamãe levantou os olhos vermelhos e inchados da costura. Por que ela esteve chorando? E papai desligou a televisão e me lançou um meio sorriso sem me olhar nos olhos.- O que foi? O que aconteceu mamãe? Tia Alice morreu? - perguntei me sentando ao lado dela e a abraçando. Tia Alice é a irmã mais velha da minha mãe que não estava passando muito bem há alguns dias.- Não, querida. Tia Alice está ótima. - mamãe tentou sorrir, mas saiu mais como uma careta.- O que aconteceu então? Perguntei olhando para o meu pai. - Não precisavam se preocupar comigo, eu disse que tio Richard estaria conosco e que me traria pra casa. - Não, minha filha, tudo bem. Estávamos te esperando porque precisávamos te dar uma notícia. - papai explicou.Eu poderia sorrir mais aliviada, era só uma notícia, mas pela cara deles não era uma "boa" notícia.- O que é? - perguntei receosa. Será que papai foi demitido do emprego? Especulei sobre o que poderia ser, mas jamais poderia imaginar o que viria a seguir.- Eu e sua mãe vamos nos separar. - papai afirmou.Fiquei sem palavras. O que poderia dizer? Que tudo ficaria bem? Pra onde ele iria agora? Não sabia o que dizer. Decidi pela segunda pergunta.- Pra onde você vai agora? - perguntei para o papai. Não queria que ele fosse pra muito longe, o queria por perto.Ele trocou um olhar com minha mãe.- Bem, querida... - mamãe começou, me virei para ouvi-la. - Na verdade, papai continuará aqui. Nós que iremos nos mudar. - Como? Mas... Pra onde iremos então? - Será que moraríamos na rua?- Pra casa de sua avó, por enquanto. - anunciou sorrindo.- Pra casa da vovó? - perguntei com a voz um pouco mais alta do que o habitual. - Mas ela mora em Vancouver. É muito longe de Ottawa.- Eu sei querida, mas lá é um ótimo lugar para se viver... - mamãe tentou.- E meus amigos? Como vou vê-los? - a interrompi.- Você poderá fazer novos amigos por lá. - ela disse. - Sabe, aqui não são boas as companhias. Lá você poderá encontrar amigos da sua idade. - mamãe disse um pouco nervosa. Ela não gosta de Fabiana Anselmo e Ricardo Varandas. Me virei para papai.- Papai? Por favor, eu quero ficar aqui em Ottawa com você. - pedi. - Sinto muito querida. Mas fomos a um advogado, sua mãe é a responsável legal por você. - disse magoado.- Mas... - tentei.- Sem mais, Ana Meg - mamãe disse brava. - Você irá comigo amanhã mesmo para Vancouver. Suas malas já estão prontas, a passagem comprada. - e depois abrandou a voz. - Tenho certeza que você adorará sua nova vida.Corri para o meu quarto chorando e tirei o casaco, me jogando na cama em seguida. Nova vida? Me perguntei. Acontece que eu gosto demais da antiga. ¹ grappa: é uma bebida de origem italiana. Tradicionalmente é feita a partir de bagaço, um subproduto do processo de vinificação
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O dia a dia de um estudante.
Non-Fictionisto acontece. mas a alguns nomes.que foram postos para não se saberem os nomes dos verdadeiros .