único

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Primeira vez: maio de 1976

O sorriso de Sirius morreu quando ele fixou seus olhos no rosto de Remus. Mais especificamente, em sua boca.

Remus se silenciou, as azarações perdidas no fundo da garganta após pegar Sirius andando nos corredores depois do toque de recolher mais uma vez.

"Padfoot..."

Os olhos de Sirius se arregalaram quando ele se aproximou e de repente Remus tomou a iniciativa e seus lábios se tocaram.

Sirius reprimiu um gemido de surpresa e fechou os olhos, colocando as mãos no ombros de Remus e retribuindo o beijo da melhor maneira que pôde. Remus segurou a cintura dele experimentalmente e abriu a boca, deixando a língua de Sirius escorregar para tocar a sua.

Os passos ressoaram no fim do corredor e os dois meninos não tiveram tempo de se separar antes da professora McGonagall parar ao seu lado e limpar a garganta.

"Sr. Lupin. Sr. Black." ela disse calmamente, passando os olhos de um garoto para o outro.

"B-Boa noite, professora." Remus se colocou na frente de Sirius e gaguejou olhando para o chão.

"Posso saber por que o Sr. Black está no corredor a esta hora e por que o Sr. Lupin não está fazendo rondas?"

"Eu..."

"Ele estava me acompanhando de volta para o dormitório, professora." Sirius se apressou em responder pelo amigo e deu seu melhor sorriso para McGonagall, mesmo que as bochechas estivessem vermelhas de vergonha.

"Eu vejo." a professora piscou secamente para eles. "Menos cinco para a Grifinória é o bastante para os senhores?"

"Sim." E Remus puxou Sirius pela manga da capa para eles correrem.

Segunda vez: novembro de 1976

Sirius estava evitando o olhar de Remus há meses, mais especificamente desde antes das férias de verão do quinto ano, quando ele teve a ideia estúpida de mandar Snape para a cabana durante uma lua cheia.

O clima entre os marotos já não era tão tenso quanto nas primeiras semanas de aula, mas James continua a falar sozinho na mesa do jantar tentando levantar o astral do grupo enquanto Peter encarava seu prato, envergonhado, e Remus e Sirius se ignoravam.

Foi naquela mesma noite que Remus encurralou Sirius em um corredor da biblioteca, pouco antes do horário em que Madame Pince surgiria para expulsa-los.

"Sirius." Remus se aproximou dele, chamando baixinho e sem olha-lo no rosto. Todo o corpo de Sirius ficou tenso e ele se preparou para segurar o choro. "Posso falar com você?"

"Remus, eusintomuito." ele disse rapidamente, as palavras se embolando na boca e quase não saindo. "Eu sinto muito." repetiu.

"Eu sei." Remus coçou a nuca e finalmente ergueu o rosto. "Eu... eu queria conversar, porque acho que não consigo mais não falar com você."

Sirius engoliu em seco e focou os olhos nos de Remus. Ele se aproximou um passo.

"Eu sou um idiota. Um completo imbecil."

"Sim, você é." Remus riu. "Infelizmente, eu acho que também sou um completo imbecil por você."

A distância entre eles acabou quando ambos avançaram para se abraçar no mesmo momento e bateram as testas juntas.

"Está vendo? Dois idiotas." Remus sorriu para ele ao falar e Sirius riu baixinho.

Então, se apoiando em seus ombros, Remus grudou suas bocas no que ele esperava que fosse um selinho, mas Sirius o puxou pela cintura para um beijo profundo.

Sobre o amor esquecido e meninos apaixonados.Onde histórias criam vida. Descubra agora