O segundo dia de aulas é ainda mais cansativo que o primeiro, e Angeline chega em casa irritada e morrendo de sono. Não quer nem pensar em ver os rostos sorridentes da mãe e do padrasto, por isso torce para que eles não estejam na cozinha - de novo - quando ela vai para lá, pegar uma fruta para comer.
Não encontra sua mãe e Douglas no meio do caminho, e a casa parece bem silenciosa. Na cozinha, eles também não estão. Ao invés deles, ela encontra Diego, sentado na mesa, com uma tigela enorme de macarrão com queijo ralado na sua frente, usando uma camiseta básica surrada, bermuda largada e com o cabelo bagunçado e a cara amassada de quem tinha acabado de acordar.
Ah, que ótimo! Pensa Angeline, de mal-humor. Ele era a última pessoa que ela queria encontrar agora – ou em qualquer momento pelo resto da sua vida. Ainda estava nítido na sua mente a forma constrangedora como eles se conheceram. Ela não acreditava que ele a tinha visto nua, que ultraje! Seu corpo nu era um privilégio para poucos. Mesmo que ele tenha dito que foi sem querer, Angeline tinha certeza que ele tinha se aproveitado da situação. Afinal, que cara não se aproveitaria?
Não que ela não tenha se aproveitado da situação também. Angeline não conseguia parar de pensar no corpo dele nu e em seu pênis. Como ele seria ereto? Ela nunca tinha visto um ao vivo – exceto por aquelas vezes em que algum dos seus ficantes se animava demais e estufava as calças, mas ela nunca os deixou tirar a coisa para fora.
Nem acreditava no que estava pensando. Angeline estava interessada no pênis do seu irmão postiço, quando nunca foi tão obsessiva assim com nenhum garoto antes. Nenhum garoto com quem ela ficou, por mais que fosse lindo de morrer, despertou uma atração tão forte assim nela.
E isso era o que mais a incomodava.
- Oi, maninha – ele fala cheio de ironia, enfiando uma garfada generosa de macarrão na boca – quer? – oferece.
Angeline torce o nariz para ele, enojada.
- Não, obrigada – ela fala seca, pegando uma maçã vermelha e brilhante do cesto no meio da mesa – não como macarrão – ela dá uma mordida na maçã.
- Que coisa chata – ele comenta – macarrão é a melhor comida de todas – e come outra garfada.
Angeline faz cara de nojo. Como um cara tão bonito como ele pode comer feito um animal? Era por esse cara que ela estava se sentindo atraída? Talvez fosse do que ela precisava para parar de pensar nele.
- Nesse ritmo você vai ficar gordo – como seu pai, ela completa em pensamento.
- Metabolismo rápido, maninha – ele bate no próprio abdômen sarado, por baixo da camiseta surrada.
Sem querer, os olhos de Angeline se desviam para lá, e ela se remexe, desconfortável com o arrepio que lhe sobe pelo corpo.
Por dentro, ela rosna pela forma que reage.
Ele é filho do seu padrasto, ela lembra a si mesma.
Eca. A ideia de ter um padrasto ainda não descia pela garganta dela.
- Dá para parar de me chamar de maninha? – ela reclama, irritada com ele.
- Por quê? Não é isso que nós somos agora, irmãos? – ele observa, olhando diretamente para ela.
Seus olhos azuis são tão sensuais, que ela perde um pouco da postura. Ela com toda a certeza não desejou ter um irmão gostoso como ele. E se odiava por ficar reparando tanto nisso.
- Seu pai só se casou com a minha mãe, isso não nos torna parentes – ela dá um meio revirar de olhos, se mantendo no seu melhor modo de adolescente rabugenta.
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Secrets - Atrações Secretas | ✓
Roman pour Adolescents|| Indicação +18 - Cenas de Sexo Explícito || ELAS PARECEM GAROTAS BOAZINHAS, MAS NÃO SÃO... Aos 15 anos, as vidas de Beatriz, Angeline e Holly vão tomar um novo rumo. É tempo de crescer, de deixar a vida de criança para trás, de ter novas experiênc...