Thirty three

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Philippe: bom dia bela adormecida - falei ao entrar no quarto.

Ainê: bom dia - respondeu com a voz rouca - que horas são?

Philippe: quase onze da manhã, fomos dormir tarde ontem - me aproximei.

Ainê: acho que ainda não dormi o suficiente - riu.

Philippe: minha cama te convida a dormir mais aqui sempre que quiser - sorri.

Ainê: não posso me dar a certos luxos sempre.

Philippe: pode sim - falei pegando em sua mão, puxando-a para perto.

Ainê: ei, sai - se esquivou após eu tentar lhe dar um beijo - estou com bafinho matinal, nada de beijos - dramatizou.

Philippe: sai dessa, Ainê - tentei a beijar novamente, recebendo mais um vácuo.

Ainê: vou ir tomar um banho, comer alguma coisa - se aproximou da porta - planos para hoje?

Philippe: marquei de sair com o Allan esta tarde.

Ainê: finalmente terei Thais só para mim - zoou o fato de Allan e Thais não desgrudarem - então vou indo até meu quarto, e... obrigada pela noite - sorriu, ficando vermelha.

Philippe: não tem de que - gritei, sabendo que a mesma estaria mais distante.

Tomei um banho, vesti uma roupa fresca e desci para tomar o café da manhã, encontrando Thais e Ainê já sentadas comendo.

Thais: bom dia flor do dia - falou a mim ao me ver chegando.

Philippe: bom dia pirralha.

Ainê: quanto amor - revirou os olhos, rindo.

Thais: vai sair com Allan hoje, Philippe? - questionou.

Philippe: sim, marcamos ontem durante a festa.

Thais: não o roube de mim - riu.

Philippe: ele eu passo, minha querida - ri.

Ainê: por Deus, Thais, você e Allan precisam se desgrudar um pouco - falou - vocês estão me deixando para escanteio - sorriu.

Thais: que nada, teu escanteio é o Philippe, dormindo juntos e tudo - a encaramos - ué gente, ninguém mandou não trancarem a porta - deu ombros.

Ainê: qual é a sua dificuldade em apenas dormir no seu quartinho, sem observar o restante das pessoas da casa? - questionou.

Por incrível que pareça Ainê não havia ficado vermelha ou demonstrado vergonha com o comentário de Thais, era como se aquilo fosse um situação rotineira.

Realmente estava quase virando isso.

Thais: muita - respondeu rindo.

Ainê: mas enfim, o que acha de um dia das garotas com muito filme, skin care e papo? Já que os meninos vão sair mesmo - me olhou.

Thais: apoio super, estou precisando.

Philippe: vão usar máscara de argila? - questionei, fingindo interesse.

Ainê: sim?

Philippe: ai, então eu fico - respondi com uma voz em tom mais afeminado.

Thais: Philippe tem um amor encubado por máscaras de argila - riu.

*quebra de tempo*
Allan: mas e aí, qual a boa? - questionou enquanto andávamos sem rumo.

Philippe: preciso de conselhos - Allan me olhou sugerindo que eu continuasse falando - como soube que estava apaixonado por Thais? Digo, como lidou com toda a situação?

Allan: bem, fico muito feliz que tenha vindo até meu escritório para termos essa conversa - riu quando lhe dei um empurrão no ombro - mas sei lá, cara, aconteceu.

Philippe: sim, mas como você soube que era ela quem você realmente queria e precisava?

Allan: não via Thais só como uma garota que eu queria ficar, ou então só como a irmã do meu melhor amigo, via ela como alguém que mexia com algo em mim, só não sabia ao certo porque.

Philippe: mas você não quis namorar ela, tipo, desde sempre, não é?

Allan: não, foi um sentimento que se criou com o tempo. Eu passei a ir na sua casa e já procurava por ela, para saber se estava bem. Comecei a me preocupar, todas as vezes que a via sentia que algo em mim estava estranho, então decidi arriscar e deu certo - finalizou - mas porque esse papo todo?

Philippe: interesse - menti.

Allan: eu te conheço mais do que a mim, rapaz! Me conta, o que está havendo?

Philippe: lembra que te falei que havia ficado com Ainê a um tempo atrás - o lembrei do dia em que contei que havia beijado-a - então, estamos ficando com uma certa frequência e...

Allan: acha que está apaixonado por ela? - me interrompeu.

Philippe: eu não sei, nunca me apaixonei por alguém antes que não fosse a Cassie, e deu no que deu. Me sinto diferente com Ainê, não a vejo como as garotas das boates que frequento, as quais só procuro sexo ou uma diversão, tenho Ainê como uma pessoa que eu realmente estou disposto a desenvolver alguma coisa - finalizei.

Allan: sabia que você não iria aguentar ficar por muito tempo mantendo a "estranha" longe - ironizou da forma como eu falava sobre Ainê logo que ela havia chegado - mas cara, posso ser sincero com você?

Philippe: acho que foi justamente para isso que lhe chamei - sorri amarelo.

Allan: Ainê é o tipo de garota que sonha com um relacionamento perfeito, e ter como companheiro um cara que sai para festas sem dizer horário que volta, usa coisas ilegais e ainda por cima é grosso, pô, complica - falou passando a mão pelos cabelos.

Philippe: eu sei, e é disso que tenho medo, de me arriscar com ela mas não largar os vícios.

Allan: você precisa decidir, você estava indo tão bem esses tempos e de repente voltou a estaca zero novamente. Ainê ficaria com você por amor, não por pena, e tenho certeza que o relacionamento não duraria um mês se você continuasse agindo da forma que age sempre - falou.

Eu sabia que ele estava sendo sincero, apenas me mostrando uma realidade que eu relutava tanto para aceitar.

Allan: ela demonstra interesse recíproco por você?

Philippe: na verdade nunca falamos diretamente sobre isso, mas ela nunca nega meus carinhos ou beijos, inclusive dormimos juntos essa noite.

Allan: vocês o que? - quase berrou.

Philippe: a rua agradece por saber da fofoca também - ri - mas não pense besteira, só dormimos mesmo.

Allan: quando em minha vida imaginei que ouviria Philippe dizer que dormiu com uma garota sem segundas intenções - falou como se estivesse conversando com um fantasma.

Philippe: estou te falando, cara - ri.

Allan: mas então, se você quer realmente ter algo mais a fundo com ela, trate primeiro de você. Se conserte. Porque administrar um relacionamento junto com uma luta contra os vícios vai ser complicado.

Philippe: eu sei, e também tem a questão de Ainê não querer expor nada por medo dos meus pais expulsarem ela, mandarem ela para outra família ou até mesmo de volta ao Brasil.

Allan: seus pais? - perguntou, afirmei - está na cara que eles apoiam vocês mesmo não sabendo que vocês dois têm algo.

É possível que todo mundo sabe do nosso relacionamento mesmo sem ele nem existir?

Allan: então, se está disposto a voltar a ser o Philippe que conheci anos atrás, que quer esquecer o passado, vá em frente - pausou - tem total apoio meu.

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<Ontem acabei não conseguindo postar aqui, então hoje posto dois para compensar>
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Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem 💗
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IC: "O Intercâmbio"
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A Estranha Perfeita - PhilnêOnde histórias criam vida. Descubra agora