Capítulo 27

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Quando acordei no outro dia, Draco não estava mais na cama.
Me levantei vesti uma blusa sua com uma calcinha e desci as escadas.

Escutei sua voz conversando com Agatha e ouvi alguns gritos.

Corri até lá e vi Agatha pendurada em Draco, enquanto ele rosnava ameaçador.

Eu: Bom dia - falei tensa.

Agatha: Bom dia cunhadinha - gritou correndo até mim e me abraçando apertado.

Eu: Porque essa felicidade toda? - perguntei sorrindo.

Agatha: Eu consegui um intercâmbio em Nova York - gritou erguendo os braços.

Sorri feliz por ela e escutei novamente Draco rosnar.

Draco: Você não vai - falou frio.

Agatha: Claro que vou maninho, parto daqui a 10 dias - me contou animada.

Eu: Porque não quer deixá-la ir? - perguntei me aproximando dele.

Passei a mão por seu rosto e beijei seu peito.

Draco: Ela estará sozinha e desprotegida - rosnou furioso.

Eu: Amor ela é um demônio - falei sorrindo - sabe muito bem se proteger sozinha - completei.

Agatha: Escuta ela irmão, eu sei me cuidar - falou com a voz triste.

Draco: O pai ficará sabendo disso - falou sério.

Agatha voltou a pular e me abraçou novamente.

Ri da sua animação e comecei a comer.
Ainda temos que ir para a faculdade hoje.

Quando acabei peguei uma roupa de Agatha e fomos no carro de Draco.
Não vou gastar gasolina quando ele pode nos levar.

Assim que chegamos, me despedi deles e fui para minha sala.
Não sei se Draco quer manter nosso relacionamento escondido ou não, então vou fazer o possível para não me aproximar tanto.

A medida em que as aulas foram passando, percebi que essa professora sabe mais que o antigo.
Sabe até de coisas que não deveria saber.

Comecei a desconfiar dela, mas se fosse uma sereia eu reconheceria.

Nos temos um instinto que nos indica se a pessoa é ou não uma sereia.

No intervalo me sentei com Agatha e vimos Draco entrar com seu grupo.

Dei um sorriso discreto em sua direção e voltei a comer meu bolo.
Segundos depois senti alguém beijando minha cabeça e se sentando ao meu lado.

Sorri boba ao perceber que é Draco.

Ergui uma sombrancelha para ele e ofereci um pedaço de bolo. Ele negou e começou a conversar com Agatha.

Seus amigos se sentaram em uma mesa ao lado da nossa e conversaram entre si.

Me peguei olhando o refeitório e vi todas, literalmente todas as pessoas nos olhando.

Me encolhi um pouco no banco e voltei a olhar meu pedaço de bolo.

Com o passar do tempo, nosso intervalo acabou e voltei para a sala.

O resto das aulas prestei atenção no que a mulher dizia e vi que realmente ela sabe mais do que aparenta.

Anotei alguma anotações supérfluas e esperei a aula acabar para confrontar a professora.

Três horas e meia depois, todos saíram.
Me aproximei da mulher e a encarei séria.

Eu: Como sabe tanto dos nossos mares? - perguntei como uma simples curiosidade.

Professora: Muitos estudos e alguns mergulhos - respondeu sorrindo nostálgica.

Eu: Você falou de um animal que não está incluso no aprendizado dessa faculdade - comentei.

Professora: A muitas coisas que essa faculdade não sabe - falou esnobe.

Eu: Apenas simples mergulhos não lhe dariam essa inteligência - disse desafiadora - acho que a senhora tem feito algo a mais - conclui sorrindo.

Professora: Como assim algo a mais? - perguntou nervosa.

Eu: Não sei, me diz você - usei um pouco de influência na voz.

A mulher arregalou os olhos e se afastou um passo para traz.

Professora: Não adianta tentar usar esse truque em mim - falou apontando - sou imune a isso - completou.

Agora eu arregalei os olhos.

Eu: É imune a que? - me fiz de sonsa.

Professora: A canções de sereias - susurrou acusatória.

Eu: Como sabe que sou uma sereia? - questionei me aproximando ameacadoramemte.

Professora: Sou casada com um tritão - disse sorrindo.

Eu: Existem tritoes vivendo em terra? - perguntei assustada.

Professora: Meu marido é um - respondeu arrogante.

Eu: Não pode ficar ensinando coisas que não devem ser descobertas - falei andando até a porta - não me obrigue a avisar novamente - completei suave.

Quando sai, trombei com algo duro e tomei um susto ao ver Draco me olhando.

Draco: Sempre seja ameaçadora, as pessoas não falam se não estiverem com medo - falou acariciando minha cintura.

Acenti franzindo a testa e segui até seu carro.

Voltamos para sua casa e me despedi deles falando que vou nadar.

Peguei meu carro e fui até a praia.
Assim que entrei no mar minha calda apareceu.

Ao contrário do que pensei ela ainda está preta, achei que fosse apenas temporário essa mudança de visual.

Nadei até o castelo e comprimentei os guardas.

Quando vi minha tia, a abracei e comecei a contar o que descobri.

Contei de Draco, de Lucifer e do tritão na terra.

Quando acabei ela me convidou para nadar e fomos até os corais.
Nos sentamos e ela me contou uma história antiga sobre nossa família.

Passamos quase a tarde toda conversando e relembrando os velhos tempos.
Quando vi que ia começar a chorar, me despedi e voltei a terra firme.

Se eu pudesse trazer minha mãe de volta!




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Anjo Negro - Vol.1  [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora