Metawin já era um rapaz. Um rapaz que estava perto de chegar na idade adulta, e caras como ele não tinham idade para levar uns bons tapas do próprio pai. No entanto, aquilo era exatamente o que estava acontecendo.
Aquele garoto era problemático e não era um segredo para ninguém. Aquela, inclusive, não era a primeira vez que estava apanhando por ter sido preso mais uma vez. Não era a sua culpa, na verdade, mas andar com pessoas erradas criavam aquele tipo de consequência em sua vida. Escolher má companhia era sempre a pior das opções.
Depois de levar a bronca e a surra que merecia, Metawin com toda a sua rebeldia trancava-se no quatro. Chorando contra a sua vontade, olhava-se no espelho e observava a aparência cansada. Havia as tatuagens nos braços, no pescoço, nas mãos, havia o cabelo castanho escuro e bonito. E havia o olhar sombrio repleto de raiva, rancor e tristeza.
O problema era que ser rebelde era divertido. Fazia com que Metawin sentisse alguma coisa dentro de todo aquele vazio dentro de si. Fumar um cigarro de vez em quando, beber e entrar em uma briga com desconhecidos, se embebedar até esquecer a vida solitária onde o pai não parava em casa. Era... boa, a sensação que sentia de fazer o errado, porque era daquela forma que se esquecia da própria realidade, e principalmente, apagava da mente, por algumas horas, que a mãe, a única pessoa que o entendia como ninguém, não estava mais ao seu lado.
De alguma forma, estava tudo bem. Metawin tomava atitudes sem pensar nas consequências e se divertia com Gunsmile. Era o que importava. E ele nunca voltava atrás.
— Win. — O pai bateu de leve na porta do quarto.
— O quê? — Perguntou, estressado.
— Abra a porta.
Metawin suspirou. Não queria que o seu pai o olhasse de rosto inchado ou chorando. Daquela forma, sentia-se um fraco, e ele não era um garoto fraco. Já havia aguentado muita coisa. A pior delas era a solidão.
— Apenas fale, pai.
— Você vai para um internato. Precisa aprender a ter responsabilidades.
— Internato? — Sussurrou para si mesmo, sentindo o rosto esquentar pela fúria. — Não, não, não, não, não.
— Você me ouviu?
Em algum momento, Metawin se transformou naquele garoto rebelde. Antigamente, porém, não era aquela pessoa. Talvez a culpa fosse da morte da mãe, ou o estresse do pai descontado em si. Na realidade, não era fácil para ninguém.
— Espero que entenda que isso é para o seu bem.
Quando percebeu que estava sozinho, pegou o celular no bolso dos jeans rasgados e ligou para Gunsmile, o melhor e mais fiel amigo.
— Oi, Win. Tá ligando da cadeia?
— Cala a boca, babaca. Depois que você foi solto, eu também fui.
— O que aconteceu depois?
— Meu pai enlouqueceu. Quer me colocar em um internato. — Gunsmile deu risada, mas Metawin continuou sério. — Para de rir, porra. Isso é sério. Você escutou o que eu disse? Vou morar em uma escola.
— E essa não é a pior parte, Win. A minha mãe me disse que há internatos que é só para meninos. Acho que você vai ter que se contentar com a sua própria mão por um bom tempo.
Metawin sentiu o corpo esquentar. Os dedos apertavam o celular. Nada daquilo era justo, e era exatamente por causa daquilo que sentia raiva. Raiva da vida solitária, raiva do pai que não o compreendia, raiva da sua mãe que tinha o deixado por causa de uma doença. Raiva do mundo.
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Garoto Mau
FanfictionBright Vachirawit é o tipo de pessoa correta que não desobedece regras. É também, o professor de Matemática da escola para rapazes delinquentes de Bangkok. Da noite para o dia, ele se vê diante de um aluno completamente o oposto de si, capaz de vira...