Dança

40 7 9
                                    

Primeiramente, sente-se e relaxe. Essa pequena história foi escrita para aquecer o seu coração.

Prepare um chá ou café e alguns biscoitos de sua preferência (recomendações do chef, ou... escritor, no caso).

Caso goste de ouvir música enquanto lê, eu recomendo a seguinte playlist:

Caso não goste...

Bem, fique à vontade, de todo modo ;).

_______________________________________________________________________________

Em dias de festa, é normal que todos fiquem agitados. Eu não os julgo, pois, depois de tanto trabalho, imagino que queiram apenas se sentar e aproveitar a folga, comer a comida de alta qualidade ou dançar com seus parceiros.

Como poeta, muitos me perguntam impacientemente como eu posso não ter inspirações, sendo que há belíssimas fontes em todo lugar. Bem, chega uma época da sua vida em quê, você já conhece tudo tão bem ao seu redor, que não há mais magia naquilo, ou algo que sirva como sua inspiração. Eu não gosto de escrever repetidamente sobre algo, assim como eu garanto que os escritores não gostam de escrever livros extremamente semelhantes entre si, ou seja, repetidos.

A broa de creme com cereja quase me fazem querer escrever. O sabor doce, aveludado e crocante ao mesmo tempo fazem uma festa em minha boca quase tão grante quanto a que eu "participo".

Apesar de ter vindo no meio à chamada "Celebração da Colheita", ou apenas "Festa de Outono", eu não vim à essa cidade para festejar. Em minha aparente, irritante e vaga tentativa de escrever algo bom, viajei para cá para me inspirar. Como popularmente chamada, a "Cidade dos Tijolos Azuis" possui uma enorme fama de sua vasta paleta de cores, talvez faça surgir alguma idéia, algo que possa finalmente sair de meu lápis e preencher as páginas ainda vazias do caderno.

Já estava indo embora, quando algo chamou minha atenção.

Em meio àquela dança maluca e agitada, estava alguém. Alguém vestindo branco. Era uma mulher.

Ela vestia um longo vestido branco que, mesmo simples, a fazia brilhar em meio à poeira e aos dançarinos empolgados. Sem tardar-se, ela virou-se para mim, com um grande sorriso nos lábios rosados.

Sua beleza era quase indefinível pelas meras palavras que existem no dicionário. Porém, era uma beleza diferente. Algo singular, apenas dela.

Não poderia dizer se seria algum tipo de luz que ela emanava de si própria. Mas acho que poderia no mínimo descrevê-la como...

Extraordinária.

Seu cabelo castanho pulava junto com ela. Seus olhos cor-de-mel expressavam sua felicidade em meio à tudo aquilo.

Porém, tão rápido quanto apareceu, ela sumiu novamente, desaparecendo atrás de um casal que girava, ao passo da melodia.

Fiquei completamente paralisado durante alguns instantes. Seria aquilo a minha mente me pregando peças, implorando por novas ideias? Um devaneio? Ou uma garota com uma grandiosa habilidade de esgueirar-se entre as pessoas e sumir em uma fração de segundo?

Entretanto, apesar dessas inúmeras teorias, jamais esqueceria seu olhar iluminado. A forma como me viu ali, parado, boquiaberto, completamente encantado.

Procurei-a por algumas horas pelo vilarejo, porém nada. Ninguém a conhecia ou à havia visto ali.

Voltei para casa triste, porém carregado de inspiração.



Escrevi meu enfim poema mais famoso de todos. Sempre me orgulho de vê-lo sendo citado em peças de teatro como algo cultural. Aquece meu coração.

Em meus sonhos, ainda à vejo dançar, mesmo claro que jamais a verei novamente. Não me alarmo, pois sei que sempre estará comigo, no meu coração.

Minha doce e amada Afrodite.

DançaOnde histórias criam vida. Descubra agora