Um novo mundo.

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- Onde estou..? - massageei a cabeça e me sentei no chão confuso -  eu…,  quem sou? e por que minha cabeça dói tanto? -  Tentei fechar os olhos e lembrar de algo, qualquer detalhe que me dissesse quem eu era, mas a única coisa que me vinha à mente era uma luz dourada  e uma voz dizendo para eu fugir:

- FUJA, leve-os para bem longe, para que eles nunca os encontrem - disse a voz.

- Eles quem? - pensei - suspirei lentamente e olhei ao redor. Pude notar grandes e frondosas árvores que se estendiam além do alcance da visão. O solo era úmido e frio com vários galhos caídos no chão. Ao longo da floresta notei um pequeno brilho vindo à distância, eu não sabia o motivo mas decidi olhar o que era. Tentei levantar, no entanto, minhas pernas falharam. Vasculhei o chão e avistei um galho que eu poderia usar como bengala, o peguei e me apoiei nele para levantar.  Fui caminhando lentamente até o brilho, minha respiração estava pesada e meu corpo dolorido, cheguei a tropeçar uma ou duas vezes, mas finalmente cheguei.

Um grande rio brilhava em contato com a luz do luar, suas águas eram cristalinas e hipnóticas que me faziam querer ir mais perto. Fui mais perto, no caminho notei algumas borboletas voando sob algumas flores roxas perfumadas que me faziam querer ir mais perto do rio.  Ao chegar à beira, meu corpo pareceu ter vontade própria, meus joelhos se dobraram e me inclinei para beber um gole da água.

* zumm *

  Uma flecha passou zunindo em meu ouvido e acertou a outra borda do rio, me dando um susto que me fez perder o equilíbrio, me fazendo cair dentro do rio.

* tibum *

Saí do rio cuspindo a água que tinha acabado de engolir, depois de alguns segundos ergui o olhar preparado para xingar o engraçadinho que fez isso.

- Qual seu...

Minha voz sumiu, ela era bela. Seus cabelos negros cintilavam à luz do luar, seus olhos negros e penetrantes não me deixavam desviar os olhos dela. Estava usando uma capa preta cobrindo o seu corpo e em suas costas pude notar a aljava cheia de flechas.

  Ela preparou outra flecha para atirar e falou:

- Diga-me antes que você tenha um furo no meio de seus olhos - e esticando lentamente o cordão do arco - O que você pretende nessas terras sagradas?

Tentei me levantar, mas ela atirou outra vez, desta vez mais perto do que eu gostaria.

- Fique quieto e coloque as mãos no  
chão, agora responda - disse - O que você está fazendo aqui?

- Eu... não lembro, só sei que acordei ali - apontando o local de onde vim - e de algum modo, fui atraído para cá.

A garota fixou os olhos em mim, analisando se acreditava ou não. Por um breve momento, pensei que fosse morrer, mas inesperadamente ela abaixou o arco e falou:

- Tudo bem, por ora irei acreditar em você, mas não se iluda, a qualquer movimento em falso, não pensarei duas vezes antes de colocar uma flecha na sua cabeça.

- Mas no entanto, - continuou dizendo -  você será meu prisioneiro - com um movimento rápido, ela levantou uma das mãos e apontou para mim, nesse momento algo estranho aconteceu. Ao meu redor, raízes começaram a sair do chão e se enrolar em meu corpo, tentei me debater, mas a cada movimento pareciam apertar mais ainda minha pele, que já começava a arder.

- O que está acontecendo? - gritei desesperado para a garota - ME AJUDE! - mas ela apenas me olhava tranquilamente, como se aquilo fosse algo normal. Tentei novamente, sem sucesso, me debater e sair daquele casulo, mas no final, caí no chão. Ela olhou para mim e falou:

- Seja bem vindo a Elysium, meu nome é lril, a cintilante - e dando um assobio alto, uma criatura parecida com uma águia surgiu dos céus, cabeça branca e corpo dourado, mas à medida que ia se aproximando notei algo estranho.

- Mas que diabos é isso? - falei me contorcendo na esperança de escapar.

Lril acariciou lentamente a ave no pescoço e pulou em seu dorso. A ave alçou vôo e me pegou com as garras. Não sei quantas vezes gritei, implorando para que ela me deixasse ir, mas lril simplesmente continuou o vôo e me ignorou.

- Quanto tempo ficarei aqui? - pensei. Meus olhos estavam semi abertos devido a luz solar.

Passado algum tempo, notei que estávamos descendo, aos poucos consegui avistar o chão.

Ao som de trombetas ouvi alguém gritar:

- Arqueiros á postos, Iril trouxe um prisioneiro! - Ordenou um dos soldados.

De relance, pude ver uma dezena de soldados vindo a passos rápidos, eles se postaram à nossa frente e apontaram as armas para mim. Meu transporte voou até eles e me largou no chão, em seguida pousou e lril desceu.

- Milady - um dos soldados deu um passo à frente e reverenciando-a - Bem vinda de volta!

- Sem bajulações - ela começou a andar em uma postura arrogante - Diga ao meu pai que desejo falar com ele - e olhando para mim - e leve nosso visitante para a masmorra.

Quando ela desaparece, um dos soldados me levanta bruscamente e coloca um saco em minha cabeça. Creio que era para eu não saber como fugir, mas naquela altura não me importava muito com isso, eu só estava preocupado em sobreviver. Depois de andarmos muito, chegamos ao nosso destino. Fui jogado dentro da cela e meu carrasco falou:

- Bem vindo ao seu novo lar, benzinho. Aproveite nossas acomodações - ele fechou a porta bruscamente e saiu.

  O ambiente era úmido e escuro, se eu ficasse lá por muito tempo, provavelmente eu ficaria com pneumonia ou algum outro tipo de doença pulmonar.

- Não se esforce!

Uma voz falou para mim, tentei ver quem estava falando mas não encontrei, meu novo companheiro saiu de um canto escuro da cela e se revelou. Era aparentemente um homem idoso, 70 ou 80 anos, talvez?
Tinha uma barba longa e suja, seu rosto era sardento e enrugado e vestia uma espécie de vestido encardido. Caminhou até mim, estendendo a palma da mão sobre meu corpo, notei que minhas amarras estavam sendo desfeitas.

   - Obrigado! - agradeci massageando meu corpo dolorido - qual o seu nome?

O senhor sorriu

- Meu nome é Sylvan - ponderando um instante continuou - O mago do sul.

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⏰ Última atualização: Feb 28, 2021 ⏰

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