Taissa
Consegui um bilhete para Nova Iorque naquele mesmo dia graças a uma senhora, que desistiu da viagem à última da hora.
Mal cheguei a Nova Iorque, dirigi-me à casa do Evan. Vazia. Obriguei-me a parar de entrar em pânico e a pensar. Ele teria que estar a arrumar as coisas ainda. Se não estava em casa, estaria muito provavelmente no escritório.
Respirei fundo, na tentativa de me acalmar. Tinha apenas 7 horas até ele ter obrigatoriamente que partir.
Apanhei o primeiro táxi que vi e, mal ele parou à porta da editora, corri pela rua fora e entrei sem cumprimentar ninguém.
Suspirei de alívio quando o vi à porta do seu escritório a empilhar caixas de papelão com os seus pertences. Tentei normalizar a minha respiração e controlar os meus nervos.
- Mark, preciso que me envies estas caixas para esta morada, por favor. - Ele pediu, de costas para mim, ainda sem notar a minha presença. - Com urgência.
- Ah... senhor Peters. - O Mark chamou a atenção do Evan para mim, e eu sorri-lhe em agradecimento.
- Taissa. - Ele disse, aparentemente nervoso. - O que estás aqui a fazer? Pensei que te tinha dado o resto da semana de folga.
- A sério, Evan? - Ergui uma sobrancelha, e ele continuou como se nada fosse.
- E porque é que estás ofegante? - Ergueu uma sobrancelha.
- Porque vim a correr. - Conclui, como se fosse óbvio.
- Vieste a correr desde o Alaska? Isso é ridículo. - Ele gozou, e eu tive vontade de lhe virar as costas. Mas não podia. Amava-o.
- Pára de agir como se não tivesse acontecido nada! - Ele ia falar, mas eu interrompi-o. - Tenho umas coisas para dizer. - Suspirei, e reparei que à nossa volta as pessoas da editora estavam atentas à conversa. Igorei. Ele cruzou os braços na altura do seu peito e assentiu para que eu continuasse. - Há 4 dias atrás eu odiava-te com todas as minhas forças. Sonhava que eras atropelado ao atravessar a rua para vires trabalhar ou que te engasgavas com uma caneta e eu ficava a ver-te ficar azul enquanto me ria. - Ele ergueu uma sobrancelha, meio risonho. No entanto, era visível o esforço que fazia para se manter sério. - Mas no Alaska as coisas mudaram. Tudo mudou quando nos beijamos. E principalmente quando me falaste sobre a tua tatuagem e o teu passado. Depois vi-me sozinha no altar. Sem marido. Sem ti. E imagina o meu espanto ao encontrar o teu bilhete e ao perceber que o homem que eu amo, e que por acaso também me ama, vai ser expulso do país!
Ele parecia nervoso. Descruzou os braços e vi lágrimas nos seus olhos. Novamente o meu coração apertou ao vê-lo assim tão frágil à minha frente. Aproximou-se de mim e acariciou-me a bochecha com a mão.
- Eu amo-te, Taissa. - Disse. - Mas eu não sou uma boa pessoa. Acredita... não vais querer ficar comigo. Tenho medo de te magoar. Seria mais fácil se eu fosse embora e se seguisses em frente.
Aproximei-me mais dele, acariciando a sua face.
-Tens razão. - Conclui. - Seria mais fácil...
Ele baixou-se ligeiramente, e os seus lábios encontraram os meus. Os meus colegas começaram a aplaudir e eu corei, lembrando-me de que todos estavam a ver.
- Eu não tenho que me ajoelhar ou algo assim? - Ele sussurrou, separando ligeiramente os nossos lábios. Eu sorri.
- Não se preocupe, senhor Peters. - Separei-me dele, mostrando-lhe a minha mão. - Eu não tirei o anel de noivado.
Ele sorriu, puxando-me para ele e beijando-me novamente. Senti-me nas nuvens.
- Isso mesmo, Taissa! - Gritou a Angela. - Mostra-lhe quem manda!
O Evan riu, erguendo-me do chão. Estava feliz.
[...]
- Então vocês estão a dizer-me que estão noivos. Outra vez. - Queria rir com a cara hilária de espanto que o senhor Guilbert fazia.- Sim. - Afirmei, e o Evan apertou a minha mão, sorrindo.
- E desta vez é mesmo real? - Insistiu o homem irritante.
- Sim, senhor Guilbert. Desta vez é mesmo real.
O senhor Guilbert olhou-nos por cima dos óculos apoiados na ponta do nariz.
- E se fizermos agora uma entrevista surpresa? Um em cada sala. - Inclinou-se mais na nossa direção, e eu ri da situação, controlando-me para não gargalhar.
- Força. - Insistiu o Evan.
- Uma resposta errada e eu acabo com vocês. - Ameaçou o homem, e mais uma vez controlei-me para não rir da cara dele. - Eu descubro sempre tudo.
Apertei a mão do Evan, e ele olhou-me, rindo.
- Vamos a isto!
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A Proposta - Evan Peters
FanfictionTaissa vê-se obrigada a casar com o seu chefe, Evan, para evitar que o mesmo seja deportado para o Canadá. Inspirado no filme "A Proposta".