Dance from heaven to hell

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iiinhaa

éééé miiiinhaa

aaaelaaaaa ééé

Estes sons: mesmo com minha cabeça girando na escuridão.
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Abri os olhos minimamente, enxergando o teto do meu quarto, não pude evitar de ter meu primeiro pensamento tomado pelas lembranças da noite passada.

Cobri os olhos com as mãos enquanto segurava um sorriso, estava tão feliz por poder vê-la hoje novamente, coisa que acontecia sempre, mas, agora era diferente.

"Eu vou te tomar por inteira..."

Enquanto me arrumava para voltar a mais um dia de trabalho, pensava no poderia fazer com Hange hoje, se deveria deixar com que acontecesse ou planejar algo.

Hoje toda a tropa estaria por lá, inclusive seu time, uma garota do distrito ao norte e 3 rapazes daqui mesmo.

A caminhada até a biblioteca pareceu passar rápido por eu não ter prestado atenção nas coisas do caminho, o dia estava nublado, apenas.

Entrando na biblioteca arrumei a bagunça que tinha ficado por lá, a mesa que outrora estava alinhada e organizada como eu sempre deixava, agora mostrava que uma conversa singela havia acontecido ali.

Acabando, me dirigi até a sala de Hange, no fim do prédio.

Coloquei a cabeça no espaço que estava na a porta entreaberta dando de cara com ela.

— Han...? — BOM DIAA!!!

Dei um passo para trás me embaralhando nas minhas próprias pernas, pronta para cair, quando ela me segurou. — QUAL O SEU PROBLEMA?! — Exclamei.

Ela me olhou segurando o riso, as bochechas ficaram vermelhas, eu não dava conta. Desfiz minha cara de raiva e comecei a rir também, abraçando-a.

— Você é uma idiota, sabia disso?

— E você continua fácil de assustar, hahahaha — Ela se afastou deixando um selar em meus lábios. — Eu vi você vindo pelo corredor, estava saindo para ir à biblioteca.

— Ahh! Sobre isso. Seus livros de ciência estão na mesa ao lado da porta, eu posso buscar se você não se impor...

— Vou ter que deixar os livros para outro dia, tivemos um assunto urgente internamente na tropa e preciso resolver isso hoje. — Ela andou até a janela observando a cidade lá fora e se espreguiçou.

Me aproximei ficando ao seu lado, agora estávamos ambas olhando a paisagem, em silencio. Não deixava de notar cada parte dela, o barulho da respiração, as cintas de couro que rodeavam seu corpo para prender o DTM, as pernas finas, cintura, busto pequeno, seu rosto delicado, mas que intimidava. Suspirei quando ela retribuiu o olhar, a luz que vinha da janela atravessava a íris dos seus olhos de uma forma angelical.

— Hans... — Coloquei minha cabeça em seu ombro por um instante. Estávamos nos permitindo apreciar aquele momento até sermos cortadas pela brusca abertura da porta.

Me afastei dela imediatamente e limpei a garganta. Na porta, a garota que fazia parte de seu time e um dos rapazes, Haru.

— Bom dia... O que aconteceu? — Hange disse enquanto juntava algumas folhas de papel em branco na mesa. Ela era péssima para disfarçar quando ficava nervosa.

— A reunião foi adiantada para daqui meia hora. A tropa precisa fazer uma última reunida e precisamos da sua presença, Tenente! — A menina disse enquanto curvava a cabeça como sinal de desculpas por ter entrando sem bater. O rapaz me olhava de cima. Ele parecia um pouco perturbado. Eu imaginava que seria por causa da situação que estavam indo resolver.

Silêncio.

Eles continuavam na porta. Percebendo que só sairiam dali junto com Hange eu sorri sem graça. — Acho que nos vemos só a tarde então... — A tenente me olhou com olhos de cachorro abandonado enquanto eu me esgueirava pelo garoto na porta e ia em direção a biblioteca de novo. A menina me deu espaço para passar, mas ele não.

Qual era o problema em ir para o lado, ele se acha melhor que alguém?

Passei o resto do dia sem graça, eu achava que seria hoje, mas me enganei.

Meu trabalho terminou, o dia terminara melancólico, por eu ter esperando tanto por fazer algo e não ter conseguido como também pela aparência, já estava escuro por causa das nuvens que cobriam o sol, estava tudo meio sem cor. Caminhava calmamente pela rua sem graça.

Eu poderia me arrumar e bater na porta de Hange essa noite, seria mais interessante do que nos encontrarmos pelos cantos no trabalho.

Estava passando por um lugar onde não havia luz nenhuma, logo em frente já estava minha casa, quando pude me alegrar que estava quase lá um vulto passou a minha frente.

iiinhaa éééé miiiinhaa aaaelaaaaa ééé — gritando e vindo direto para mim estava o sorriso mais psicopata que eu poderia imaginar.

Antes que pudesse ter alguma reação senti sua mão me agarrar pelo pescoço e a dor aguda na minha cabeça, vi a luz sumir lentamente. Podia continuar ouvindo ele gritando como um animal "miiiinhaa aaaelaaaaa ééé", minha cabeça parecia girar. O pouco que restava de claridade na rua foi se apagando devagar como a maré da praia a tarde, logo eu estava em completa escuridão. Sabia que estava inconsciente, como se estive dentro de um aquário, podia identificar alguns sons abafados, um fedor nauseante de sopa e couro me atingiam, estava sentindo o cheiro do meu carcereiro pela primeira vez. 

Before Chaos - Hange ZoeOnde histórias criam vida. Descubra agora