Quando é pra ser

CAPÍTULO 8: "𝙚𝙧𝙚çã𝙤"

"-Gustavo?! Se me informaram o número certo, o senhor corre perigo. Peço que salve este contato imediatamente ou algo de muito ruim pode acontecer."

Isso seria uma brincadeira? Onde essa pessoa poderia ter conseguido meu número?!

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Gustavo narrando

Claro que, depois de ouvir a mensagem, fiquei extremamente assustado. Ainda não consigo imaginar alguém que pudesse querer me fazer ma...espera, tem o William e seus amigos. Será que eles seriam capazes de continuar me perseguindo depois de tudo? Será que Jonas estava mentindo e só veio aqui para me fazer baixar a guarda? Não pode ser. Ele parecia realmente arrependido e, a não ser que ele seja um ator profissional, acho que não conseguiria chorar tanto e ser tão convincente!

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Cristian narrando

É melhor eu me apressar no banho. Meu pequeno deve estar assustado demais. Acho que não foi uma boa ideia, ainda mais depois de tudo o que lhe aconteceu. Droga, por que sou tão imbecil?!

Terminei de me arrumar, tranquei a casa e fui até o carro. Sim, sei onde fica a casa do Gugu. Talvez eu tenha olhado as informações pessoais do pequeno no hospital, mas foi totalmente profissional... Ah, quem eu quero enganar? Não sou nenhum psicopata, mas não estava me aguentando por saber que possivelmente não iria mais vê-lo.

Passei numa confeitaria e comprei um brownie com camada dupla de recheio de chocolate. Espero que, assim como eu, Gustavo também ame chocolate.

Casa número 36, certo? Tenho quase certeza de que é aqui, até porque só tem a luz de um dos quartos acesa. S-será que irei conhecer o quarto d-del...mas que droga, Cristian, só toque a campainha logo!

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Gustavo narrando

Depois de ter tomado um banho pra tentar relaxar um pouco, vesti apenas uma camisa grande (mais uma das roupas que meu pai compra por engano) e uma cueca, até porque só ia assistir algum filme e dormir. Bom, era o que eu pensava, até que escutei a campainha tocando.

-Olha, William, se for você e seus amigos querendo me humilhar, como se já não bastasse terem me batido, vou chamar a polí... - Abri a porta com receio, por achar que fosse alguma brincadeira dos babacas, mas me surpreendi.

-G-Gugu?! Q-Quem é William?! - Cristian logo se preocupou, assim como gaguejou por ver Gustavo só de camisa e cueca. Provavelmente ele iria gaguejar em qualquer situação que envolvesse o pequeno, então não é surpresa.

-Cristian, o-o que faz aqui?! Meu deus, v-vou vestir uma roupa e já volto! - Gustavo deixou a porta aberta e subiu correndo pro seu quarto, de tanta vergonha.

Por que ele está aqui? Por que ele tinha que me ver nesse estado, todo desarrumado e com o cabelo despenteado?! Droga, acho que ele também não sabe exatamente o que aconteceu na escola! Por que tenho que ser tão burro? Era só olhar pelo "olho mágico" (aquele buraco da porta que nos permite ver quem está do lado de fora).

Vesti um conjunto (casaco de moletom ciano com detalhes em preto e uma calça preta com detalhes em ciano, também de moletom) que talvez seja um pijama, não sei ao certo. Só sei que é confortável e gosto das cores, então vai ser isso mesmo.

Desci as escadas morrendo de vergonha e fui de encontro com Cristian, que estava exatamente onde me lembro de tê-lo visto por último.

-Critian, por que não entrou?! Está frio aí fora. Entre logo! - Gustavo perguntou, já o puxando pra dentro de casa.

-D-Desculpe aparecer sem avisar, e-espero não estar incomodando. - Nem preciso dizer que Cristian estava completamente vermelho e envergonhado, preciso?! - Seus pais não estão?